Volvo V60 Cross Country B4 AWD (fotos de João Apolinário)

O martelo de Thor em LED

Suspensão mais alta dá 21 cm de altura ao solo

Pneus 235/45 R19 de asfalto são de série

Estradas de terra são perfeitas para testar a V60 CC

Motor 2.0 Diesel de 197 cv e máquina elétrica

Mala com capacidade de 529 litros

Bancos muito bons, confortáveis e com apoio

Espaço amplo nos lugares de trás

Painel de instrumentos digital

Monitor central tátil em formato tablet

Caixa automática de oito relações mas sem patilhas

Botão rotativo para ligar o motor e rolete para os modos de condução

A Cross Country permite explorar outro tipo de caminhos

Mesmo em estradas de terra, o conforto mantém-se

As carrinhas são uma tradição na Volvo, as versões Cross Country também. A esta V60 B4 AWD não lhe falta nada: motor Diesel semi-híbrido, tração às quatro rodas e suspensão alta.

 

Desde 1953 que a Volvo fabrica carrinhas e já ultrapassou a barreira dos seis milhões. A “Carrinha Volvo”, tornou-se um ícone nos anos setenta e oitenta.

No final dos anos noventa, a Volvo criou o conceito Cross Country, uma carrinha com suspensão mais alta, tração às quatro rodas e proteções na carroçaria, mais para dar um estilo “pronto para todo o serviço”, do que para proteção da chapa.

Portugal está acima da média na venda de versões Cross Country

O conceito dura até hoje, com Portugal a estar acima da média europeia na percentagem de carrinhas vendidas nas versões Cross Country.

O que temos aqui?…

A V60 Cross Country deste teste tem um motor Diesel semi-híbrido de 197 cv, incluindo um motor/gerador elétrico de 14 cv, numa arquitetura de 48 Volt.

O papel da máquina elétrica é ajudar o stop/start, facilitar o arranque e dar um “boost” nas recuperações. O conjunto está acoplado a uma caixa automática de oito velocidades e a um sistema de tração às quatro rodas AWD, que só passa tração às rodas de trás quando as da frente chegam ao limite.

A mesma altura ao solo de um SUV

Mas o mais visível é a suspensão 7,5 cm mais alta que nas outras V60, resultando numa altura ao solo de 21 cm, quase tanto quanto os 22 cm do SUV XC60.

Claro que a estética Cross Country está presente, com as tais proteções de plástico nos guarda-lamas e para-choques com aspeto mais robusto, além de jantes de desenho específico.

Muito confortável

Apesar das modificações, a condução em cidade pouco difere de uma V60 “normal”. O motor tem boa resposta a baixa velocidade, ajudado pela caixa automática.

A posição de condução é um pouco mais alta que numa carrinha, mas menos que num SUV. É o suficiente para facilitar o acesso aos bancos e dar melhor visibilidade. A suspensão é muito confortável, mesmo nas ruas com pior piso; e a direção tem a assistência certa, nem muito leve, nem muito pesada. Neste teste, o consumo em cidade foi de 9,5 l/100 km/h, o que não é pouco.

Gasta (bem) menos em autoestrada

Em autoestrada, o conforto volta a destacar-se, pela maneira estável como a suspensão lida com ondulações e mudanças de faixa. É claro que o motor faz aqui um pouco mais de ruído, mas nada que incomode e os consumos descem para os 6,5 l/100 km, rolando a 120 km/h.

A sua faceta de estradista fica evidente no bom conforto dos bancos e no amplo espaço nos lugares de trás, bem como nos 529 litros da mala. Todo o habitáculo tem um ambiente de qualidade e um estilo muito sueco.

Dinâmica competente

Passando a estradas secundárias com mais curvas, a dinâmica surpreende pela eficácia, com menos inclinação lateral do que se poderia imaginar, considerando a suspensão alta.

Comportamento neutro e previsível com imensa tração do sistema AWD

Em todo o caso, bem melhor do que um SUV equivalente. O comportamento é muito neutro e previsível, com imensa tração das quatro rodas motrizes e funcionamento discreto do controlo de estabilidade.

Quanto ao motor Diesel, faz o seu papel o melhor que pode, mas nunca entusiasma pelas performances, nem se lhe nota grande apoio do motor elétrico.

E nos pisos de terra?

Mas o visual “todo-o-terreno” desta V60 Cross Country apelava a um teste em pisos de terra, típicos dos caminhos que levam às praias mais escondidas.

Com alguns deles em mau estado, o conforto manteve-se e a facilidade de condução também. Quando é preciso acelerar mais nas subidas, a tração distribui bem a força pelas quatro rodas e só não faz melhor porque os pneus de série são para asfalto.

Quem usar com frequência a V60 CC em pisos de terra, aconselha-se pneus mistos. Além dos modos de condução Eco/Normal/Sport, a Cross Country tem o modo “off road” que gere o controlo de tração, ABS e passagens de caixa de maneira mais adequada aos pisos de baixa aderência. Mostrou-se competente neste teste.

Conclusão

Ficaram a faltar as patilhas da caixa no volante, que dariam outro grau de controlo. Mas, nas descidas, o controlo de travagem automático deu uma boa ajuda, deixando descer caminhos íngremes sem necessidade de usar o pedal de travão. No final, a V60 Cross Country provou que consegue fazer tudo aquilo que faz um SUV equivalente, acrescentando uma melhor dinâmica em estrada e um estilo bem mais elegante. Mas isso já são considerações mais subjetivas…

Francisco Mota

(fotos de João Apolinário)

 

Volvo V60 Cross Country B4 AWD

Potência: 197 cv

Preço: 58 844€

Veredicto: 3,5 (0 a 5)

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