Skoda Octavia SW Scout 2.0 TDI 150 DSG7 4x4 (fotos de João Apolinário)

A altura ao solo é 15 mm superior à das outras versões

Desenho convencional mas muito elegante

Jantes de 18" e molduras escuras nos guarda-lamas

Para-choques com desenho específico na Scout

Tração às quatro rodas de série na versão Scout

Detalhe das luzes traseiras mostra o cuidado no desenho

Qualidade de muito bom nível, com detalhes quase luxuosos

Botões do volante não são muito fáceis de usar

Painel de instrumentos digital fácil de ler

Ecrã tátil tem uma utilização pouco intuitiva

Botões físicos não incluem os da climatização

Interruptor da caixa DSG é muito pequeno

Detalhes de qualidade na Skoda

Scout tem motor 2.0 TDi de 150 cv e caixa DSG 7

Muito espaço e boa posição de condução

Imenso espaço nos lugares da segunda fila

Bagageira tem uns gigantescos 640 litros de capacidade

Aceleração 0-100 km/h em 8,5 segundos

Condução muito confortável e fácil

Suspensão macia deixa a Scout inclinar-se em curva

Desde 2007 que a gama Octavia tem uma versão Scout. É a mais “offroad” da gama, tanto no visual como na utilização e está perfeitamente adaptada aos mercados do Norte da Europa. Por cá, falta-nos a neve…

 

Para a Skoda, Scout significa mais ou menos o que significa Allroad para a Audi, ou seja, versões com características específicas para melhor se adaptarem a pisos que não sejam de asfalto seco.

No caso desta Octavia SW Scout estamos a falar de uma suspensão mais macia e com maior curso, que faz aumentar a altura ao solo em 15 mm, face às outras versões. Pode parecer pouco, mas nos países em que neva com frequência isso pode ser muito útil.

Tração às quatro rodas de série na versão Scout

Mas o maior atributo desta Scout é a tração às quatro rodas com embraiagem multidiscos central. Uma enorme ajuda quando só há neve e gelo sob as quatro rodas.

Visual Scout

Claro que, para a ideia de marketing ficar completa a dar um ar mais “aventureiro” a esta Scout, não podiam faltar as molduras de plástico sem tinta à volta das rodas, que se prolongam para as embaladeiras e para os para-choques.

Jantes de 18″ e molduras escuras nos guarda-lamas

As jantes também têm desenhos específicos na Scout e pode escolher-se entre jantes de 18” ou 19”. Desconfio que, quem compra a Scout porque lhe faz falta, se fica pelas jantes mais pequenas, que não são assim tão pequenas como se pode ver nas imagens do João Apolinário.

Neste caso estão equipadas com pneus 225/45 R18, uns Bridgestone Turanza TDDS. A Norte, será mais comum escolher borrachas mais invernosas para aproveitar ao máximo o 4×4.

Interior retocado

As alterações exteriores têm continuidade no interior onde há pespontos numa cor específica desta versão e materiais com tons a evocar a natureza e os caminhos de terra. Também há um novo material mais transpirável nos bancos, o ThermoFlux.

Qualidade de muito bom nível, com detalhes quase luxuosos

Se o visual desta geração do Octavia já agrada pela elegância e pelos detalhes, na Scout isso sobe de nível. A postura utilitária assenta particularmente bem a um produto Skoda.

Não é um SUV, nem um crossover, é uma carrinha com a suspensão um pouco mais alta e tira todos os benefícios disso. A começar pela melhor aerodinâmica, por ser mais baixa que um SUV.

Ao volante

A posição de condução fica um pouco mais alta que numa Octavia convencional, mas isso só se nota quando se abre a porta para sair e o pé esquerdo tem que ir à procura do chão um pouco mais abaixo.

A posição de condução é muitíssimo boa, com o volante de apenas dois raios a “cair” bem nas mãos e com amplas regulações. O banco tem apoio lateral suficiente e é mais macio e confortável que a norma do grupo VW.

Painel de instrumentos digital fácil de ler

Muito boa visibilidade para todos os ângulos, devido à grande superfície vidrada e um nível de qualidade apercebida que não tem nada a ver com a ideia que alguns ainda fazem da Skoda, baseada em carros com mais de 30 anos.

A bordo desta Octavia Scout temos tudo o que de melhor pode ser montado na plataforma MQB, a começar por um painel de instrumentos digital e configurável, fácil de ler e um ecrã tátil central que é o mais recente do grupo, por vezes confuso de usar.

Qualidade muito boa

Mas os materiais são de tato muito bom, com detalhes quase luxuosos, como as aplicações em madeira a meia altura no tablier.

Botões físicos não incluem os da climatização

Os comandos da climatização estão incluídos no infotainment, o que nunca é uma boa ideia, pois obriga a desviar os olhos da estrada, tanto mais que não são imediatos de encontrar.

Outra crítica vai para o minúsculo interruptor que substitui a tradicional alavanca da caixa automática de dupla embraiagem e sete relações, pois não facilita nada nas manobras.

Interruptor da caixa DSG é muito pequeno

Os botões no volante que a Skoda usa no Octavia também não são dos mais intuitivos do grupo ou do segmento.

Muito espaço e conforto

Grandes trunfos desta Octavia SW, como de todas as outras é o enorme espaço para as pernas dos passageiros da segunda fila, apesar do alto túnel central, necessário para o veio de transmissão. E a mala com capacidade gigante de 640 litros.

Imenso espaço nos lugares da segunda fila

Motor em marcha e o 2.0 TDI de 150 cv e 360 Nm ouve-se muito pouco no habitáculo. Não transmite vibrações e mesmo o som que emite nada tem a ver com os Diesel do passado.

A suspensão mostra a sua prioridade ao conforto desde os primeiros metros. Só os buracos mais profundos e escondidos a podem perturbar um pouco. Em tudo o resto é de uma serenidade impressionante.

Muito fácil de guiar

A direção está calibrada para ser também confortável de usar, muito assistida mas nada nervosa. A caixa de dupla embraiagem, usada em modo automático faz as escolhas certas na esmagadora maioria das vezes e as passagens com toda a suavidade.

Condução muito confortável e fácil

Entre os modos de condução disponíveis (Eco/Normal/Sport/Individual/Offroad) usei o primeiro para o meu teste de consumos em cidade.

O mapeamento do acelerador é mais do que suficiente para um andamento ágil no meio do trânsito, com o 2.0 TDI a mostrar grande disponibilidade desde rotações muito baixas.

Botões do volante não são muito fáceis de usar

Quanto aos consumos, sem nenhum sistema híbrido a ajudar, o computador de bordo marcou 7,2 l/100 km, em cidade. Um bom valor, tendo em conta que a tração 4×4 eleva o peso aos 1608 Kg, mais 172 kg que uma Octavia SW com o mesmo motor mas apenas tração à frente.

Estradista económico

Em via rápida e até em autoestrada, a caixa entra em modo “vela” com frequência, desligando-se do motor e deixando o carro deslizar em roda livre, desde que não se acelere.

Desenho convencional mas muito elegante

É uma das razões que leva a um consumo de apenas 5,0 l/100 Km em autoestrada a 120 km/h estabilizados. Qualquer descida serve para a caixa fazer “vela”.

Nestas vias, a suspensão alta e macia deixa a Octavia SW Scout bambolear um pouco, quando o piso não é perfeitamente nivelado, mas nada que realmente incomode.

Competente nas curvas

Deixando as vias rápidas e passando às estradas secundárias, a Scout continua a mostrar como o 2.0 TDI é rápido a responder ao acelerador desde os regimes baixos, sobretudo quando se passa ao modo Sport, e como vive bem com as rotações mais altas.

Suspensão macia deixa a Scout inclinar-se em curva

A caixa tem modo “S” e comando manual através de patilhas fixas ao volante, obedientes a responder às gatilhadas, mas demasiado pequenas.

Claro que, também aqui, a suspensão alta se nota, com uma menor precisão da frente na entrada em curva, maior inclinação lateral e mais facilidade em entrar em subviragem, quando se exagera um pouco.

Claro que a tração é sempre muito boa mas, em potência, a atitude vai de neutra a subviradora, as rodas traseiras nunca recebem potência suficiente para fazer rodar o carro, pelo menos em asfalto seco.

On e off road

Contudo, o acerto do chassis e a suspensão traseira independente, autorizam que se provoque a traseira na entrada em curva, fazendo-a deslizar apenas um pouco para evitar a subviragem e colocar rapidamente os 360 Nm no chão.

Aceleração 0-100 km/h em 8,5 segundos

Tendo em conta os pneus de asfalto montados na unidade ensaiada, não me pareceu razoável fazer grandes testes em caminhos de terra, para lá de confirmar que a tração é muito boa em modo “offroad” e que o conforto não é afetado, mesmo sobre pedras ou pequenas valas.

Conclusão

Tudo somado, a Octavia SW Scout 4×4 não é uma versão adaptada à nossa realidade. Faz tudo bem, tem imenso espaço e conforto, mas poucas vezes será necessário ter tração às quatro rodas num carro de 150 cv. Tanto mais que o preço de 43 456 não é propriamente acessível. Talvez a versão 4×2 com o 2.0 TDI de 116 cv (37 303 cv) seja melhor opção, para quem gosta do visual Scout.

Francisco Mota

(fotos de João Apolinário)

 

Skoda Octavia SW Scout 2.0 TDI 150 DSG 4×4

Potência: 150 cv

Preço: 43 456 euros

Veredicto: 3,5 (0 a 5)

 

Ler também, seguindo o LINK:

Primeiro teste – Skoda Karoq 2022: Descubra as diferenças…