Skoda Kamiq 1.0 TSI DSG (fotos de João Apolinário)

Distância entre-eixos maior que a do Arona e T-Cross

Kamiq parece uma carrinha, um pouco mais alta

Luzes de dia em LED no topo

O terceiro SUV da Skoda foi lançado em 2020

Jantes de 17" não comprometem conforto

Tejadilho panorâmico em vidro é opcional

Patilhas da caixa DSG são muito pequenas

Painel de instrumentos digital é fácil de ler

Alavanca da caixa DSG e travão de mão convencional

Ecrã tátil comanda a distribuição da climatização

Botões da climatização separados, mas ligados ao ecrã tátil

Modos de condução são Eco/Normal/Sport/individual

Bancos desportivos com bom apoio lateral

Muito espaço na segunda fila, em comprimento e altura

Mala tem 400 litros de capacidade

Muito fácil de guiar com caixa DSG de 7 relações

Boa posição de condução, com excelente visibilidade

Suspensão muito confortável em todos os pisos

Não é divertido de guiar depressa, mas é competente

Pneus não têm muita aderência, para condução rápida

Motor 1.0 TSI de 100 cv faz os 0-100 km/h em 10,2 segndos

Pequenas atualizações no mais pequeno SUV da Skoda foram o pretexto para mais um teste TARGA 67. Foi a redescoberta de um dos modelos mais competentes do segmento em maior expansão na Europa. Vale a pena dar-lhe atenção.

 

Admito que fui um pouco preguiçoso na escolha do título para este teste TARGA 67. “Simply clever” é a expressão que a Skoda usa para uma série de funcionalidades dos seus modelos, muito práticas e bem pensadas. Mas a verdade é que a expressão também se aplica ao Kamiq como um todo.

Os detalhes “simply clever” podem ser encontrados no raspador de gelo, guardado na tampa do depósito de gasolina e muito útil em países com invernos rigorosos. Ou nos ganchos para sacos de supermercado, nas paredes da mala.

Skoda Kamiq 1.0 TSI DSG (fotos de João Apolinário)

Também na mala, há um conjunto de redes de arrumação. E não esquecer o famoso guarda-chuva, alojado dentro da espessura da porta do condutor. Ou ainda o mecanismo articulado, que sai para fora quando se abre a porta e evita que a sua aresta se risque, se tocar numa parede.

Há mais detalhes “simply clever” no catálogo de opcionais e acessórios da marca, adaptados a diversas utilizações e utilizadores, vale a pena dar uma vista de olhos no site da Skoda. Quanto às atualizações, ficam-se pelo desenho das jantes e reorganização da gama de versões, com mexidas nos opcionais.

Maior que os “primos”

O Kamiq foi lançado em 2020, por isso a pandemia não o ajudou. Foi o terceiro SUV da Skoda em quatro anos e surgiu no mercado em paralelo a modelos seus “primos” como o Seat Arona e o VW T-Cross, todos feitos com base na plataforma MQB A0 do grupo VW.

Distância entre-eixos maior que a do Arona e T-Cross

Mas o Kamiq tem diferenças, desde logo nas dimensões. Com 4,24 metros é dos maiores B-SUV e tem a maior distância entre-eixos do segmento com 2,65 m, mais que o Arona (2,57 m) e que o T-Cross (2,55 m). Já veremos qual é o resultado.

Kamiq parece uma carrinha, um pouco mais alta

Por fora, o Kamiq segue de perto o estilo inaugurado com o Kodiaq e seguido pelo Karoq, com arestas bem vincadas, uma grande grelha e pequenos faróis, com as luzes de dia em LED logo a seguir ao capót. O perfil é convencional, com o tejadilho horizontal e o vidro traseiro pouco inclinado.

Muito espaçoso

A mala tem uns generosos 400 litros de capacidade e um fundo regulável em duas alturas que permite criar um espaço escondido por baixo. Os bancos rebatem 40/60 mas não deslizam na longitudinal.

Bancos desportivos com bom apoio lateral

Na verdade, isso nem é preciso, porque o espaço na segunda fila é muito bom em comprimento e altura. O acesso é fácil, porque as portas não são baixas e o lugar central poderá levar um adulto, desde que tenha algum espírito de sacrifício.

Muito espaço na segunda fila, em comprimento e altura

Nos lugares da frente também há muito espaço e a qualidade dos materiais está ao nível do Arona e T-Cross. O painel de instrumentos digital de 12,25” tem leitura fácil e várias visualizações. O ecrã tátil central de 9,2” está bem destacado do tablier e não é difícil de usar.

Boa visibilidade

Mais abaixo (demasiado) está o módulo da climatização, com botões físicos que são uma boa ideia, mas os seus gráficos aparecem no ecrã tátil acima, o que se torna um pouco confuso.

Patilhas da caixa DSG são muito pequenas

A posição de condução é 40 mm mais alta que a do Skoda Scala, que também usa a mesma plataforma. A visibilidade é muito boa em todas as direções, beneficiando de uma vasta área vidrada, o que vai sendo raro.

O banco é confortável e tem bom apoio lateral. O volante está bem posicionado, tem amplas regulações e uma pega que não fica a dever nada a uma versão desportiva.

Alavanca da caixa DSG e travão de mão convencional

A unidade deste teste está equipada com uma caixa automática de dupla embraiagem e sete relações, com patilhas minúsculas no volante, difíceis de usar.

Muito confortável

Nos primeiros quilómetros em cidade ficou desde logo clara a tipologia deste B-SUV, que mais parece uma carrinha um pouco mais alta. A suspensão é muito confortável, mesmo com pneus 205/44 R17, passando por cima dos obstáculos citadinos sem perturbar os ocupantes.

Motor 1.0 TSI de 100 cv faz os 0-100 km/h em 10,2 segndos

Há quatro modos de condução: Eco/Normal/Sport/Individual que fazem variar a assistência da direção, sensibilidade do acelerador e pouco mais. A caixa também tem o seu modo “S” por opção ao normal “D”.

Muito fácil de guiar com caixa DSG de 7 relações

A direção está muito bem assistida e transmite rigor. O pedal de travão está muito bem calibrado mas é bom não esquecer que o Kamiq ainda não tem nenhum sistema híbrido, nem um “mild hybrid”.

Fácil de guiar em cidade

Apesar de os 200 Nm do 1.0 TSI de 100 cv só estarem disponíveis a partir das 2000 rpm, a verdade é que a caixa de dupla embraiagem sabe estar sempre na relação certa, garantindo que o motor pode dar o seu melhor. E faz as passagens com suavidade e rapidez, em modo D.

Boa posição de condução, com excelente visibilidade

Muito fácil de guiar em cidade, mesmo em modo Eco, no meu teste de consumos registou 7,6 l/100 km, um valor aceitável para o peso de 1254 kg e para um motor sem componente híbrida.

Em autoestrada, o Kamiq voltou a agradar pelo conforto, controlo de massas e baixos ruídos de rolamento ou aerodinâmicos. No meu teste de consumos a 120 km/h estabilizados, registou 5,6 l/100 km, um valor muito bom que mostra a faceta estradista deste modelo.

Pneus não têm muita aderência, para condução rápida

Guiado mais depressa, em modo Sport e estradas com mais curvas, nota-se que os pneus não têm muita aderência para uma condução mais agressiva.

A carroçaria não inclina demasiado em curva, mas a atitude deste tração à frente passa de neutra a subviradora a velocidades relativamente baixas, chamando o ESC a intervir. Não é muito ágil nem divertido de guiar (faz os 0-100 km/h em 10,2 segundos) mas também não é essa a sua missão.

Conclusão

O Kamiq 1.0 TSI cumpre todos os requisitos do segmento B-SUV. Espaçoso, confortável, fácil de guiar e tão capaz em cidade como em viagens por autoestrada. Falta-lhe um sistema híbrido para baixar os consumos em cidade e, em mercados como o português, falta-lhe mais imagem de marca, para justificar os preços a que é vendido, que não são baixos.

Francisco Mota

(fotos de João Apolinário)

 

Skoda Kamiq 1.0 TSI DSG Style

Potência: 110 cv

Preço: 29 060 euros

Veredicto: 3,5 (0 a 5)

 

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