Range Rover Evoque P300e PHEV (fotos de João Apolinário)

Posição de condução alta, típica da marca

A suspensão proporciona bom nível de conforto

O desenho da segunda geração pouco mudou no Evoque

Os puxadores das portas só saem quando vão ser usados

Range Rover, uma sub-marca da Land Rover

Alta qualidade de materiais no habitáculo do Evoque

Novo sistema de infotainment

Modos de utilização híbrida

Modos de condução fora de estrada

Autonomia real em modo 100% elétrico é de 54,2 km

SUV de luxo que se preze, não pode deixar de ter uma versão híbrida “plug-in”. No Evoque, o P300e tem 309 cv, sendo até a variante mais potente. O problema é o peso…

 

O Evoque já vai na segunda geração, lançada há dois anos com base numa evolução da plataforma usada no modelo de 2011. E já veremos os efeitos dessa decisão.

O que se vê de imediato é um estilo pouco alterado, porque dez anos depois, continua com imenso charme. Mas aqui o que nos interessa é o desempenho desta nova variante híbrida “plug-in” P300e.

Tem um motor 1.5 turbo a gasolina, com três cilindros e 200 cv, na frente e um motor elétrico de 109 cv, no eixo traseiro. Assim fica garantida a tração às quatro rodas “mista” e a potência combinada é de 309 cv, a mais elevada de todos os Evoque.

Carrega em posto rápido

Depois, há uma bateria de 15 kWh sob o banco de trás, que se pode carregar numa tomada doméstica, numa wallbox ou até num posto de carga rápida, o que é raro num “plug-in” e prático: em meia hora vai dos 0 aos 80%.

três modos de utilização, no modo híbrido o sistema usa os dois motores da maneira que julga a mais eficiente; no modo elétrico não usa o motor a gasolina e no modo “Save”, evita usar o motor elétrico, guardando a carga para mais tarde

Claro que o modo elétrico é o mais suave, podendo levar o Evoque até aos 135 km/h com boa destreza. A marca anuncia uma autonomia de 66 km em modo elétrico.

Autonomia real de 54 km

No meu teste, o máximo que consegui em cidade foi 54,2 km. Um bom valor, ainda assim, mostrando que o carregamento regenerativo durante as travagens funciona bem, apesar de não fazer muita retenção.

Um modo de utilização que outros “plug-in” têm e o Evoque não tem é o carregamento em andamento, que põe o motor a gasolina a atuar o gerador e a carregar a bateria.

Quando a bateria chegou a zero, o sistema passou a modo híbrido e começou a gastar 7,6 l/100 km, em cidade e 9,5 l/100 km, em autoestrada.

São valores relativamente altos e que têm uma razão: o peso anunciado de 2157 kg, bem acima dos concorrentes e resultado da tal plataforma que está longe de ser o último grito na matéria.

Muito confortável

A parte híbrida da experiência acaba por monopolizar as atenções, mas há mais para apreciar. Desde logo a posição de condução alta, que facilita a visibilidade e dá pose a quem guia um Evoque.

Depois, o bom conforto de rolamento, que deixa passar no mau piso sem grandes incómodos. O raio de viragem grande não ajuda nas manobras, mas a direção é leve

Cinco modos de condução

O condutor dispõe ainda de cinco modos de condução, que fazem variar a sensibilidade do acelerador, assistência da direção, rapidez da caixa automática de oito, controlo de tração e climatização.

Entre os dois primeiros, Eco e Normal, o primeiro acaba por ser suficiente para guiar em cidade, com boa resposta dos motores em todas as alturas. Os outros três modos são para condução fora do asfalto: relva, gravilha e neve/lama e sulcos/areia. É que o Evoque não deixa de ter boas capacidade de utilização em terrenos mais difíceis, honrando a imagem da marca.

Sem carga é mais lento

Pelo contrário, não há um modo Sport para usar nas estradas de asfalto com mais curvas. Só há uma posição Sport da caixa de velocidades, que aproveita melhor o motor.

Enquanto a bateria tem carga, o Evoque acelera com vigor, fazendo os 0-100 km/h em apenas 6,4 segundos. Mas quando a bateria baixa a 0% a quebra na resposta é flagrante.

O sistema precisa de travagens prolongadas, entre cada par de acelerações fortes, para conseguir regenerar alguma energia e voltar a ter toda a potência, pelo menos durante alguns segundos.

Dinâmica não entusiasma

Na verdade, esta insuficiência acaba por não ser um problema, pois este Evoque não tem na condução rápida a sua prioridade.

A falta de patilhas no volante para a caixa de velocidades é logo um indício. Além disso, quando se aumenta o ritmo, o Evoque relembra que desloca muita massa.

A inclinação lateral em curva é notória, as travagens são alongadas e nota-se uma falta de precisão geral que, não pondo minimamente em causa a segurança, acaba por incentivar o condutor a ir mais devagar.

Conclusão

Estilo elegante, habitáculo de qualidade e dinâmica confortável são os seus fortes, que aqui se combinam às habituais vantagens e desvantagens dos híbridos “plug-in”. As primeiras ligadas aos incentivos fiscais, que fazem os 58 mil euros descer quando na fatura de compra está o nome de uma empresa.

Francisco Mota

(fotos de João Apolinário)

Range Rover Evoque P300e PHEV

Potência: 309 cv

Preço:58 592 euros

Veredicto: 3,5 (0 a 5)

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