Mazda 2 1.5 Hybrid (fotos de João Apolinário)

Suspensão confortável agrada

Um perfil já bem conhecido

Jantes de 16" e pneus 195/55 dão bom conforto

Designação muda na tampa da mala

Símbolos trocados na traseira e na frente

Desenho original do Yaris transferido para o "2"

Construção sólida no interior do Mazda 2

O original painel de instrumentos

Ecrã tátil não tem muita definição

Climatização fácil de utilizar

Eco/Normal/Sport são os modos de condução

Boa posição de condução, bancos confortáveis

Espaço na segunda fila não é muito generoso

Dinâmica ágil e precisa

Parece um Toyota Yaris Hybrid, mas é um Mazda 2 Hybrid. Na verdade, o que muda é o símbolo na grelha e pouco mais, nesta entrada da marca no segmento dos híbridos utilitários. Saiba a razão para esta partilha a 100%.

 

As normas anti-emissões apertam cada vez mais e as marcas que querem continuar a operar na Europa têm que encontrar soluções para reduzir a média das emissões das suas gamas de modelos.

Confrontada com o problema, a Mazda recorreu à Toyota para encontrar uma solução, que surge agora sob a forma de um Mazda 2 1.5 Hybrid, que mais não é do que um Toyota Yaris 1.5 Hybrid. As diferenças resumem-se aos logótipos Mazda, que substituem os da Toyota.

Designação muda na tampa da mala

Esta solução torna-se mais fácil porque a Toyota detém 5% do capital da Mazda e as relações são próximas entre as duas empresas. Na verdade, a Toyota fez já uma operação semelhante com a Suzuki, para o Swace (Corolla) e Across (RAV4) também com as versões híbridas.

A mesma mecânica

Portanto, este Mazda 2 tem um motor 1.5 atmosférico a gasolina que trabalha no ciclo Atkinson, aliado ao sistema híbrido da Toyota, que compreende um motor elétrico, um gerador e um trem epicicloidal que coordena todos os fluxos de energia e os transmite às rodas da frente através de uma transmissão com efeito de variação contínua.

É o melhor sistema híbrido do mercado, por isso a Mazda só tem a ganhar em termos de tecnologia. Segundo dados da Toyota, o sistema é capaz de rodar 50% da distância e 80% do tempo em modo de zero emissões, em circuito urbano.

Um perfil já bem conhecido

É verdade que, no arranque elétrico, muito suave e silencioso, o sistema elétrico não permanece depois muito tempo sozinho a mover o carro. Mas é grande a quantidade de vezes em que, durante a condução normal, o motor a gasolina é desligado, seja no trânsito mais intenso, seja a rolar com pouca pressão no acelerador.

Competência em todas as áreas

Todos os comandos estão bem calibrados e são fáceis de usar, da direção aos travões, passando pela transmissão que, ao contrário do que acontecia em gerações anteriores deste sistema, não faz subir as rotações do motor a gasolina ao mais pequeno toque no acelerador.

Dinâmica ágil e precisa

Também a suspensão faz um bom trabalho em termos de conforto, com os pneus 195/55 R16 a ajudar, tal como os conjuntos mola/amortecedor menos firmes disponível para este modelo.

As críticas vão para…

As críticas vão para o espaço nos lugares de trás, que não é dos melhores do segmento, bem como o acesso pelas portas relativamente estreitas. Talvez seja por isso que a mala oferece uns corretos 286 litros de capacidade.

A posição de condução beneficia de um volante muito bem posicionado e de bom tato, além de bancos com o conforto e apoio suficientes para um utilitário como este, que vai passar a maioria da sua vida às voltas na cidade.

O original painel de instrumentos

O painel de instrumentos digital tem o curioso formato de uns binóculos e a sua leitura não é muito difícil, com a exceção de algumas informações do computador de bordo, afixadas em letras demasiado pequenas.

Quando ao ecrã tátil central, não é o melhor do segmento em termos de definição, mas tem a informação essencial e deixa os comandos da climatização de fora, localizados num módulo mais abaixo na consola, muito fácil de usar.

Construção sólida no interior do Mazda 2

A qualidade de montagem dos interiores não merece críticas, mas o tipo de materiais utilizado não impressiona pelo requinte. O ambiente é, acima de tudo, utilitário.

Consumos muito baixos

Utilizando o modo de condução Eco, no meu teste de consumos em cidade cheguei a um valor de 4,6 l/100 Km, o que é realmente muito bom e mostra como a regeneração de energia na desaceleração e travagem atingiu um elevado grau de eficiência, neste quarta geração do sistema híbrido da Toyota.

Eco/Normal/Sport são os modos de condução

Em autoestrada, a 120 km/h, os consumos subiram um pouco, até aos 5,8 litros/100 km, o que continua a ser muito bom. É verdade que há menos ocasiões para regenerar, mas o motor elétrico é capaz de levar o Mazda 2 sozinho até velocidades de 130 km/h.

Confortável e ágil

A dinâmica deste Mazda 2 consegue um bom nível de conforto, em pisos menos que perfeitos, com a suspensão traseira de barra de torção a não se incomodar com isso.

Passando ao modo Sport, ganha-se em sensibilidade do acelerador e em agilidade. A aceleração 0-100 km/h anunciada é de 9,7 segundos, um “tempo” mais que aceitável, para um peso total de 1180 kg.

Mazda 2 1.5 Hybrid (fotos de João Apolinário)

O motor a gasolina de três cilindros tem 91 cv e o motor elétrico tem 80 cv, resultando numa potência máxima combinada de 116 cv.

Em curva, o Mazda 2 mostra competência e algum brilhantismo, com rapidez e precisão na entrada em curva; e depois uma atitude neutra que, só com muito exagero, passa a ligeiramente subviradora.

Conclusão

Claro que este Mazda 2 não tem o estilo apurado e elegante que tem feito a fama da marca nos últimos anos. Não foi feito nenhum investimento no sentido de o diferenciar do Yaris. Mas em tudo aquilo que são valores objetivos, a verdade é que a Mazda sai fortemente beneficiada desta parceria. Quando aos efeitos na imagem de marca, é assunto para avaliar no futuro.

Francisco Mota

(fotos de João Apolinário)

Mazda 2 1.5 Hybrid

Potência: 116 cv

Preço: 29 297 euros

Veredicto 4 (0 a 5)

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Vídeo – Toyota Yaris Hybrid: como funciona e quanto gasta