Dacia Duster TCe 150 Extreme EDC 4x2 (fotos de João Apolinário)

O Duster tem 4,34 metros de comprimento

Versão Extreme TCe com 150 cv e tração à frente

Detalhes a laranja um pouco por toda a carroçaria

Jantes em preto com pneus 215/60 R17

Barras no tejadilho também com decoração Extreme

O laranja chega até ao nome do modelo na tampa da mala

Assinatura luminosa traseira da Dacia

Posição de condução alta, para o segmento

Painel de instrumentos analógico mas fácil de ler

Ecrâ central tátil de 8" é simples mas fácil de usar

Botões da climatização bem posicionados

Pesponto em laranja nos forros das portas

Mais detalhes a laranja nas saídas de ar da climatização

Bom espaço nos lugares da frente

Bancos com detalhes a laranja e marcação do nome

Espaço suficiente nos lugares da segunda fila

Mala tem 445 litros de capacidade e fácil acesso

Aceleração dos 0 aos 100 km/h em 9,7 segundos

Condução pouco envolvente mas muito fácil

Comportamento dinâmico típico de um SUV

Suspensão confortável na maioria dos pisos

Caso curioso: a Dacia fez fama pelos preços baixos, mas a maioria dos clientes prefere comprar as versões mais equipadas. Daí a levar a marca a lançar a série limitada Extreme, foi um passo. Ocasião para testar um SUV que é um fenómeno, agora com o motor de 150 cv.

 

A Dacia tem tido um percurso notável dentro do Group Renault, primeiro com produtos muito simples e muito baratos, depois com uma atualização técnica, sem mexer muito nos preços e agora a chegar ao ponto de lançar uma série limitada.

O Duster Extreme é daquelas versões que a marca bem pode dizer que foi criada como resposta aos pedidos dos seus clientes. É que, apesar de o modelo ter preços de catálogo dos mais baixos do mercado, os clientes preferem comprar as versões mais equipadas.

O laranja chega até ao nome do modelo na tampa da mala

A lógica é simples: mesmo escolhendo o máximo de equipamento, um Duster continua a ser mais barato que a maioria dos concorrentes diretos, com menos equipamento. Não tem nada que enganar.

Clientes querem mais

É por isso que a versão Prestige tem sido das mais procuradas e serviu de base a esta série limitada Extreme, que se destaca por detalhes decorativos e não só.

Cores exclusivas, jantes de 17” pintadas em preto, retrovisores em preto brilhante e detalhes em laranja vivo nos mesmos retrovisores, grelha, barras do tejadilho e no nome escrito ao centro da tampa da mala.

Jantes em preto com pneus 215/60 R17

Uma nota para dizer que a Dacia já apresentou o seu novo símbolo, que estará em todos os seus modelos encomendados a partir de agora, mas que este Duster Extreme ainda não tem.

Por dentro também melhorou

A mesma receita por dentro, com aplicações de aspeto metálico, as mesmas linhas laranja, que servem também para os pespontos nos forros das portas, em pele artificial, o mesmo material usado para uma parte dos bancos.

Posição de condução alta, para o segmento

Face ao Prestige, este Extreme tem mais algum equipamento de série. Na lista podem encontrar-se “luxos” como o A/C automático, acesso sem chave, câmara multi-vista, espelhamento do smartphone sem fios e até um para-brisas acústico.

Motor de 150 cv

Esta versão é a TCe 150 EDC, ou seja, tem o motor 1.3 litros turbo a gasolina com 150 cv e 250 Nm, agregado a uma caixa de dupla embraiagem com seis relações, mas sem patilhas no volante. As passagens manuais têm que ser feitas no setor +/- da alavanca.

Botões da climatização bem posicionados

Por fora e por dentro, o aspeto é diferenciador dos outros Duster, só não tenho a certeza se gosto dos “apontamentos” em laranja vivo… por fora e por dentro.

Sem novidades em termos mecânicos, este teste serviu para voltar a guiar um dos mais interessantes fenómenos da indústria automóvel europeia da última década.

De básico a essencial

Um modelo que nasceu para ser básico, mas que foi adotado por compradores que nele viram um produto inteligente, que tem o que é mesmo essencial. É a história recente da Dacia, na verdade.

O habitáculo tem espaço suficiente, tanto atrás como à frente. O ambiente é relativamente simples, quando se olha para o painel de instrumentos analógico e para o ecrã tátil central de 8” muito simples, mas fácil de usar.

Ecrâ central tátil de 8″ é simples mas fácil de usar

Detalhes como os botões da climatização bem destacados na consola são sempre de elogiar, bem como os espaços de arrumação disponíveis. A mala tem 445 litros e bom acesso.

Claro que a qualidade dos materiais não é propriamente luxuosa, mas ninguém está à espera que o seja: estão muito bem alinhados com o preço.

Alto, ao volante

A posição de condução é mais alta que a de outros SUV comparáveis, sendo que o Duster se posiciona, em termos de dimensões, entre os B-SUV e os C-SUV, mas com preços enquadrados com os mais pequenos.

Bom espaço nos lugares da frente

Como sempre, comecei o meu teste pela condução em cidade, onde a boa visibilidade para fora facilita manobrar este SUV de 4,3 metros de comprimento e 1263 kg de peso.

A direção está bem assistida, a caixa faz bem o seu papel em modo automático, apenas a muito baixa velocidade, numa travagem perto de imobilizar o carro, se nota alguma hesitação. O pedal de travão está bem calibrado.

Confortável, quase sempre

A suspensão de grande curso proporciona bom nível de conforto e os pneus de medida 215/60 R17 não fazem o contrário, por isso o Duster passa por cima de muitas imperfeições do piso quase sem que se notem.

Comportamento dinâmico típico de um SUV

Só sobre buracos escondidos ou bandas sonoras alpinistas a suspensão acaba por deixar o Duster trepidar um pouco mais.

O motor é muito disponível, mesmo a baixos regimes e, mesmo que não fosse, estava lá a caixa de dupla embraiagem para disfarçar.

E quanto gasta?

No meu habitual teste de consumos em cidade, usando o modo Eco – que diminui a rapidez do acelerador mas até o torna mais suave e menos zeloso que na posição normal – o consumo que obtive foi de 6,2 l/100 km.

Painel de instrumentos analógico mas fácil de ler

Passando para a autoestrada, o consumo a velocidade estabilizada de 120 km/h, curiosamente, subiu um pouco aos 6,3 l/100 km, mostrando que a sexta velocidade não é exageradamente longa.

Dinâmica suficiente

Com um comportamento assumidamente SUV, na autoestrada o Duster deixa a carroçaria mover-se um pouco, mas nada que verdadeiramente incomode o condutor.

Aceleração dos 0 aos 100 km/h em 9,7 segundos

Já a insonorização do motor mostra os seus limites, não escondendo o ruído quando o regime sobe. A velocidade máxima é de 199 km/h.

Com tração apenas às rodas da frente e pneus Continental Eco Contact montados, não me pareceu que valesse muito a pena levar o Duster para uma estrada de terra, por onde passa sem esforço. Muito menos para uma picada mais exigente.

Boas prestações

Numa estrada secundária, querendo aproveitar a aceleração 0-100 km/h anunciada em 9,7 segundos, a dinâmica mostra-se à altura das expetativas. Claro que a inclinação lateral está presente quando se curva um pouco mais depressa, mas sempre com bom controlo.

Condução pouco envolvente mas muito fácil

A direção não tem muito tato e a subviragem está ao virar de uma curva na qual se entre com algum otimismo. Mas a situação é de resolução fácil, seja pelo condutor ou pelo ESC.

Conclusão

Aderindo à Via Verde, o Duster desce de classe 2 para classe 1, ajudando a baixar os custos de utilização ainda mais. O preço desta versão começa nos 23 700 euros, acima do Prestige mas com mais conteúdo. Seja como for, estamos a falar de valores que nenhum concorrente direto consegue propor.

Francisco Mota

(fotos de João Apolinário)

 

Dacia Duster TCe 150 EDC Extreme 4×2

Potência: 150 cv

Preço: 23 700 euros

Veredicto: 4 (0 a 5)

 

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