Cupra Formentor VZ 2.0 TSI DSG 4Drive (fotos de João Apolinário)

Desenho muito original não passa indiferente

Faróis em LED com assinatura luminosa

Travões Brembo com maxilas em cor cobre

Grelha vertical com o símbolo em destaque

O primeiro Cupra original

Versão VZ com pose agressiva

Perfil de SUV-Coupé e capót longo

Linha de LED une os farolins traseiros

Ambiente premium no interior do Formentor

Painel de instrumentos com vários visuais

Botão para escolha de modos de condução

Botão para ligar o motor está no volante

Ecrã tátil tem uso pouco prático

Caixa tem um "gatilho" minúsculo em vez de uma alavanca

Detalhes de qualidade no interior

Bancos com muito bom apoio lateral e conforto

Potência sempre disponível a todos os regimes

Potente e suave é como se pode descrever a condução

Muito bom controlo da carroçaria em todos os momentos

Suspensão tem amortecimento regulável

O primeiro Cupra que não deriva de um Seat tem na versão 2.0 TSI de 310 cv um desportivo que dá prioridade ao estilo e à condução. Será a estratégia certa para um SUV como o Formentor?

 

O cabo Formentor, na ilha de Maiorca, deu o nome ao primeiro modelo da marca Cupra que não deriva diretamente da gama Seat. Trata-se de um SUV, como não podia deixar de ser, mas com um perfil baixo e esguio, silhueta coupé, capót longo e grelha vertical.

A distância entre-eixos não varia, face ao Ateca, pois ambos usam a plataforma MQB Evo. Mas o Formentor é 64 mm mais comprido e 88 mm mais baixo, tendo a mesma largura.

A utilização da cor bronze para o símbolo da marca, detalhes da carroçaria a maxilas Brembo dos travões dão-lhe um aspeto único. As jantes grandes, com pneus 245/40 R19 fazem o resto.

Por dentro, a posição de condução é mais baixa que no Ateca, com os excelentes bancos desportivos integrais a envolver bem o corpo.

Um toque de luxo

O volante tem um toque de qualidade e inclui dois botões redondos para os modos de condução e para ligar o motor. As patilhas da caixa de dupla embraiagem também são maiores que no Ateca.

O monitor central de 12” está no topo da consola mas a sua utilização não é isenta de críticas. Para chegar a algumas funções é preciso percorrer várias páginas e os botões táteis da climatização estão integrados no topo do ecrã, são pequenos e difíceis de usar.

Em frente do condutor está um painel de instrumentos digital e configurável em seis vistas, dependendo do modo de condução. Tem leitura fácil e é comandado através dos botões mais pequenos do volante.

Também no interior, a cor bronze encontra-se em detalhes como as costuras dos bancos em pele. A impressão geral de qualidade é muito boa.

Motor 2.0 TSI de 310 cv

Esta versão usa a última atualização do motor 2.0 TSI do grupo VW, aqui com 310 cv entre as 5500 e as 6500 rpm. A aceleração 0-100 km/h anunciada é de 4,9 segundos e a velocidade máxima de 250 km/h.

Apesar do tejadilho baixo, espaço é coisa que não falta, não só em altura como em comprimento para as pernas nos lugares de trás. A largura é menos generosa e não facilita o transporte de três adultos no banco de trás, tanto mais que o túnel central é volumoso. A mala tem 420 litros, o que é razoável.

Os modos de condução são: Comfort/Sport/Cupra/Off Road/Individual e fazem variar a assistência da direção (com cremalheira de passo variável), a sensibilidade do acelerador, gestão da caixa DSG e o amortecimento.

Suspensão confortável

Começando no modo Comfort, a suspensão independente às quatro rodas e o amortecimento na posição menos intensa proporcionam conforto.

E o mesmo se pode dizer da direção e caixa de velocidades: este Cupra tem um tato de condução refinado, mesmo com jantes de 19” e sobre bandas sonoras mais agressivas ou remendos de asfalto mal feitos.

O consumo medido em cidade foi de 11,6 l/100 km, um valor que se aceita tendo em conta o motor 2.0 turbo, sem nenhum tipo de auxílio híbrido.

Passando ao que interessa…

Para dar uso aos modos Sport e Cupra é melhor procurar estradas secundárias vazias. Aí, o Formentor continua a agradar pelo controlo da carroçaria e pelo conforto: mesmo com o amortecimento ajustável DCC no máximo, os pisos imperfeitos não o incomodam.

A fundo, o motor tem resposta rápida a baixo regime e força até ao “red-line”, mas uma banda sonora “falsa” que sai pelos altifalantes. A caixa faz passagens a propósito, em modo “S” e rápidas, usando as patilhas. Os travões Brembo dianteiros têm um tato civilizado e poder suficiente.

A direção tem um bom compromisso entre rapidez e conforto, sem nenhum nervosismo. A suspensão dianteira consegue meter o carro na trajetória certa sem hesitações, nem grande rolamento lateral. A agilidade da frente está mais próxima de um Leon que de um Ateca.

Só cede nos abusos

Boa resistência à subviragem, só com abusos para lá do razoável o ESP entra em ação, e com progressividade. Mas pode desligar-se. Depois, a carroçaria continua bem controla, com pouca inclinação lateral até ao final da curva.

Quando chega a altura de acelerar a fundo para sair da curva, a tração às quatro rodas faz o seu serviço sem interferência na direção. Põe o binário no asfalto e leva o Formentor para a próxima reta sem sair da atitude neutra.

A transmissão nunca envia potência suficiente para fazer rodar a traseira, pelo menos em asfalto seco e limpo. O condutor tem que ser mais ativo.

Com um levantar de pé brusco, já a entrar na curva, a traseira deixa-se deslizar uns centímetros. Mas a transmissão tipo Haldex não leva a deriva mais longe.

Melhor, guiado a 80%

O Formentor agrada pela potência do motor, pela eficiência a curvar, pelo desempenho da caixa e travões. Não pela atitude ousada. Mas consegue fazer esquecer que estou ao volante de um SUV, numa boa estrada.

Agrada mais quando guiado a 80% do que levado ao limite, altura em que a atitude SUV vem ao de cima. Quanto ao modo “off-road”, tendo em conta os pneus de estrada montados, não o confrontei com caminhos de terra ou pedra solta. Mas esse modo terá certamente utilidade em estradas nevadas.

Voltando à base pela auto-estrada, o tato sofisticado da suspensão, o ambiente refinado do habitáculo e o conforto mostram que este Cupra Formentor está perfeitamente à vontade em viagens mais longas.

Sobretudo escolhendo o modo Comfort, que nunca deixa a carroçaria demasiado “solta” quando aparecem depressões no piso. E o consumo desce para uns simpáticos 7,9 l/100 km.

Conclusão

A Cupra soube encontrar a sua identidade dinâmica e estética, apesar de partilhar o “hardware” com muitos outros modelos do grupo Volkswagen. Mas isso também lhe trouxe a vantagem de um preço final competitivo.

Francisco Mota

(fotos de João Apolinário)

Cupra Formentor VZ 2.0 TSI DSG 4Drive

Potência: 310 cv

Preço: 48 930 euros

Veredicto: 3,5 (0 a 5)

 

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Teste – Cupra Formentor 1.5 TSI: começam as coisas sérias