Audi Q2 30 TFSI (fotos de João Apolinário)

O Q2 usa a mesma plataforma do VW T-Roc

O Audi Q2 30 TFSI é a versão de entrada com motor 1.0 de 110 cv

Grelha negra dá um visual desportivo ao Q2

Atualizações de detalhe mantêm o estilo apelativo

O Audi Q2 foi lançado em 2016 e recebeu um restyling em 2020

Pneus 215/55 R17 garantem bom conforto dinâmico

Motor de entrada de gama nesta versão 30 TFSI

Faróis foram modificados em 2020

Materiais não estão ao nível dos outros Audi

Painel de instrumentos digital e configurável

Caixa manual e comando rotativo do infotainment

Ecrã central tem gráficos desatualizados

Módulo da climatização muito fácil de usar

Saídas de ar foram retocadas

Bons bancos contribuem para a boa posição ao volante

Espaço razoável na segunda fila de bancos

Mala tem 405 litros, mais que um A3

Dinâmica típica de um SUV com suspensão alta

Posição de condução pouco mais alta que num A3

Suspensão e pneus dão bom conforto

A dinâmica não é muito envolvente

O Audi Q2 30 TFSI é a versão base de gama, mas terá aquilo que é preciso num SUV compacto? O “primo alemão” do “português” VW T-Roc usa o mesmo motor 1.0 turbo de três cilindros e 110 cv e recebeu algumas atualizações há pouco tempo.

 

Quando foi lançado em 2016, o Q2 não impressionou muito o mercado. A qualidade dos materiais do interior estavam abaixo do normal na Audi e a dinâmica também ficava longe dos outros SUV da marca de Ingolstadt, onde o Q2 é fabricado.

O Audi Q2 30 TFSI é a versão de entrada com motor 1.0 de 110 cv

Quatro anos depois, em 2020, o Q2 recebeu um restyling que passou pelo óbvio: novos para-choques, novos faróis e luzes de trás em LED, retoques nos detalhes da grelha e dos flancos, novo desenho das jantes, novas cores e pequenos retoques nas saídas de ar condicionado e na alavanca da caixa.

Além disso, tanto as soluções de conetividade como as ajudas eletrónicas à condução foram fortemente melhoradas, com elementos e funções que não estavam disponíveis em 2016.

Agora com o 1.0 TFSI

Em 2020, a motorização base a gasolina era o 35 TFSI com o motor 1.5 TSI de quatro cilindros e 150 cv. Depois chegou à gama o 1.0 TSI de três cilindros e 110 cv, a motorização que equipa o Q2 30 TFSI que testei agora.

O Audi Q2 foi lançado em 2016 e recebeu um restyling em 2020

Contada a história, já longa, do Q2 avançamos para os detalhes desta versão de entrada de gama, que tem um preço a partir dos 32 705 euros, para o nível de equipamento base e de 34 350 euros, para o Advanced que tenho para testar.

Faróis foram modificados em 2020

A plataforma é a mesma do VW T-Roc, uma variante da MQB-A0 que é usada nos modelos do segmento B das marcas do grupo. Desde o início, a ideia era poupar nos custos deste Q2, por isso esta versão tem suspensão traseira de barra de torção.

Visual melhorou muito

Devo dizer que os retoques no estilo e nas cores deram ao Q2 um visual muito melhor que em 2016. O facto de ter agora muito mais rivais para ser comparado também é bom, pois o enquadramento fica melhor definido.

O Q2 usa a mesma plataforma do VW T-Roc

Se, por fora, o Q2 está perfeitamente atual, já o mesmo não se pode dizer do interior, que sofre na comparação com as novas gerações de interiores da Audi: ao lado de um A3, nota-se que é um carro de outra era.

Motor de entrada de gama nesta versão 30 TFSI

Uma era em que o ecrã central tinha (e continua a ter) um comando rotativo na consola, muito mais fácil de usar que os comandos táteis. Mas é verdade que a apresentação gráfica do infotainment envelheceu.

Novo nem sempre é melhor

O módulo de comando da climatização está fora do infotainment e a meio da consola. Tem botões físicos de rodar, que são muito mais práticos do que qualquer solução tátil. Nem sempre o mais novo é melhor.

Materiais não estão ao nível dos outros Audi

Claro que os materiais do interior não estão ao nível de qualidade dos outros Audi, isso é mais que óbvio. Mas alguns detalhes de decoração fazem o habitáculo parecer melhor do que é.

Bons bancos contribuem para a boa posição ao volante

O espaço disponível nos quatro lugares principais é correto para o posicionamento inter-segmentos do Q2. O quinto passageiro tem menos largura e um túnel entre as pernas. A mala tem 405 litros, o que continua a ser um bom valor, um A3 tem 325 litros.

Algumas coisas ultrapassadas

A posição de condução é mais alta que a de um A3, sobretudo porque no A3 se vai sentado baixo. A visibilidade é boa em todas as direções, o volante está bem posicionado e as regulações são amplas.

Painel de instrumentos digital e configurável

O painel de instrumentos digital é relativamente simples de ler e de configurar, sendo comum a outros modelos do grupo. A alavanca da caixa manual de seis está bem colocada, mas podia ser um pouco mais alta.

Um bom motor, mas…

O motor 1.0 TFSI de três cilindros tem bom isolamento acústico e não chega nenhuma vibração especial ao habitáculo. Nesta versão, não há modos de condução para escolher, um opcional noutras versões.

Caixa manual e comando rotativo do infotainment

A resposta do motor é bem melhor quando o conta-rotações passa acima das 2000 rpm, pois ainda não tem nenhum tipo de hibridização e o binário máximo de 200 Nm só chega nessa altura.

Assim, obriga a usar bem a caixa de velocidades, o que está longe de ser um problema, porque esta transmissão de seis relações é rápida e muito suave.

Confortável e fácil de guiar

A direção tem a assistência certa e desmultiplicação variável: à medida que se afasta do ponto neutro, fica mais rápida, o que ajuda muito nas manobras e nas curvas.

 

Dinâmica típica de um SUV com suspensão alta

Os pneus 215/55 R17 dão um visual de SUV ao Q2 e contribuem para um nível de conforto dinâmico bastante bom. Este Q2 não salta nem reclama no mau piso, mas não deixa de informar o condutor sobre o estado do pavimento.

Suspensão e pneus dão bom conforto

Guiar em cidade é uma tarefa que este Q2 de 110 cv cumpre sem grandes dificuldades, a não ser quando aparecem subidas muito íngremes e o A/C vai ligado.

Consumos corretos

Desligando o A/C, como faço em todos os testes de consumos, obtive um valor de 7,6 l/100 km em cidade. Só não posso dizer que é um valor baixo porque hoje, um bom “mild hybrid” consegue melhor. E este Q2, com 1250 kg, nem é pesado.

Ecrã central tem gráficos desatualizados

Em autoestrada, o meu teste de consumos resultou num valor inferior, como seria de esperar. Em 6ª velocidade a 120 km/h estabilizados, o computador de bordo marcou 5,5 l/100 km, um valor bem melhor que em cidade e que permite fazer 909 km com um depósito de gasolina.

A estabilidade em autoestrada é correta, apesar da suspensão de SUV e os ruídos aerodinâmicos estão presentes, mas bem controlados.

Estabilidade é prioridade

Os 110 cv só permitem uma aceleração 0-100 km/h em 11,2 segundos, nada de muito emocionante. Mas, desde que não se deixe o motor descer das 2000 rpm, a sensação de aceleração é mais que suficiente para “despachar” uma estrada secundária com algum brio.

Posição de condução pouco mais alta que num A3

É claro que a suspensão alta não permite ao Q2 um controlo de movimentos tão preciso como num A3, nem sequer como um dos B-SUV de conceção mais recente. A direção faz bem o seu papel, a tração às rodas da frente não mostra dificuldades, mas os pneus altos retiram precisão.

A dinâmica não é muito envolvente

Basta exagerar um pouco para fazer a frente subvirar e alertar o ESC. A inclinação lateral em curva é a típica de um SUV de 4,2 metros de comprimento e 1,5 metros de altura; e o acerto dinâmico está mais preocupado com a estabilidade do que com a diversão.

Conclusão

O Q2 está em final de carreira e isso nota-se em várias áreas, dos interiores à dinâmica. Mas continua a ter as suas qualidades, de que o estilo exterior será a mais forte. Tudo somado, é um produto melhor agora, do que em 2016, mas não é barato. Quanto ao motor 1.0 de 110 cv, pareceu-me suficiente, sobretudo para quem goste de usar uma caixa manual com frequência.

Francisco Mota

(fotos de João Apolinário)

 

Audi Q2 30 TFSI

Potência: 110 cv

Preço: 32 705 euros

Veredicto: 2,5 (0 a 5)

 

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Teste – Audi A3 1.5 MHEV: O truque do “mild hybrid” resulta?