Audi A6 Avant 50 TFSIe quattro (fotos de João Apolinário)

Elegância continua a ser a palavra que melhor descreve o desenho da A6 Avant

Com 4,947 metros, a A6 Avant é uma grande carrinha

Pneus de medida 225/55 R18 dão prioridade ao conforto

Faróis com matriz de LED

A quinta geração da A6 Avant foi lançada em 2018

Sistema de tração às quatro rodas de série

Esta sigla identifica a versão 2.0 PHEV de 299 cv

Configuração convencional do painel de bordo

Painel de instrumentos é fácil de ler e consultar

Patilhas demasiado pequenas atrás do volante

Materiais de boa qualidade e montagem sem falhas

Botão para escolher modos de condução

Alavanca da caixa é ergonómica e fácil de usar

Comandos da climatização são táteis

Bancos da frente deviam ter mais apoio lateral

Muito espaço em comprimento e altura

Monitor nos lugares da segunda fila

Na versão PHEV, a mala perde 160 litros e fica com 405 litros

Aceleração 0-100 km/h em 6,2 segundos

Condução muito confortável e suave

Atitude neutra na dinâmica desta versão

A primeira sensação ao volante desta versão “plug-in” da carrinha A6 Avant é de excelente conforto dinâmico. A suspensão absorve tudo e a condução torna-se quase relaxante. Mas o sistema híbrido tem outros trunfos, que fui descobrir em mais um Teste TARGA 67.

 

Para quem já perdeu a conta, a Audi vai na quinta geração do A6, o seu modelo executivo de cinco metros de comprimento, rival histórico do BMW Série 5. Esta geração foi lançada em 2018, mas foi sendo discretamente evoluída, nomeadamente ao nível do sistema híbrido “plug-in”.

Começou por ter uma bateria com 14,1 kWh de carga bruta, passando aos 17,9 kWh em 2021, correspondendo a uma capacidade útil de 14,4 kWh. Isto permitiu à Audi subir a autonomia anunciada em 20 km, atingindo agora os 65 km.

Com 4,947 metros, a A6 Avant é uma grande carrinha

A bateria só carrega em AC, numa tomada doméstica demora 8h00 e numa wallbox de 7,4 kW demora 2h30. A sua posição sob o piso da mala reduz a capacidade para bagagens em 160 litros, mas ainda restam 405 litros.

O sistema híbrido usa um motor 2.0 turbo de quatro cilindros com 265 cv e 350 Nm, acoplado a uma caixa de dupla embraiagem e sete relações. Dentro da caixa está um motor elétrico de 143 cv e 350 Nm. Combinando tudo isto, resulta uma potência máxima de 299 cv e um ninário de 450 Nm.

Um “quattro”

A transmissão é às quatro rodas, com a vantagem de que todas as rodas receberem sempre o mesmo tipo de tração, seja 100% elétrica, 100% térmica ou híbrida. A transmissão tem uma embraiagem multidiscos central que dá prioridade às rodas da frente, só passando potência para trás se necessário, para poupar nos atritos e nos consumos.

Sistema de tração às quatro rodas de série

O habitáculo desta versão carrinha A6 Avant continua a ser bem construído com a montagem rigorosa a impressionar mais que alguns dos materiais usados. O painel de instrumentos digital é fácilde ler e de consultar através dos botões do volante. O ecrã tátil central é também muito fácil de usar, tendo botões virtuais grandes de indentificação rápida.

Boa ergonomia

Há um segundo ecrã tátil mais abaixo, onde se regula a climatização. É bom, porque está separado do outro, mas ao ser também tátil, obriga a desviar os olhos da estrada. Ainda sobram alguns botões físicos, por exemplo para escolher os modos de condução: Efficient/Auto/Comfort/Dynamic/Individual. Também há modos de propulsão para escolher: Hybrid/EV/Hold/Charge.

Botão para escolher modos de condução

O comando da caixa de velocidades automática de dupla embraiagem é uma alavanca convencional, muito fácil de empunhar e tem patilhas fixas ao volante para comando manual, pena serem muito pequenas.

Os bancos a frente são muito confortáveis e largos, precisavam de regulação do apoio lateral. O volante tem um raio exagerado mas uma pega anatómica muito boa. Ambos oferecem amplas regulações, qualquer condutor encontra rapidamente a sua posição ótima.

Uma carrinha grande

Com 4,947 m de comprimento esta A6 Avant é grande, mas o raio de viragem de 12,1 metros entre paredes não é exagerado; e a visiblidade é relativamente fácil, pois a linha de cintura não é muito alta e o vidro de trás não é baixo, apesar de ser inclinado.

Bancos da frente deviam ter mais apoio lateral

Quanto a espaço, na frente há mais que suficiente, mesmo se a consola central é larga. Atrás, há muito espaço em comprimento, a altura é mais que razoável e o acesso fácil, pois nem as portas nem o tejadilho são muito baixos. Mas o lugar do meio é pouco mais que inútil, por ter um enorme túnel no piso, por ser estreito, alto e duro.

Muito suave

Em cidade, a primeira impressão de condução vem da direção muito assistida, que fica demasiado leve. Comecei o teste em modo 100% elétrico com a bateria totalmente carregada. Neste modo, este 50 TFSIe chega até aos 130 km/h, antes que o motor a gasolina entre em ação.

A insonorização está muito bem feita, a condução é muito suave, com o binário do motor elétrico bem controlado. Há força disponível ao mínimo movimento do pé direito, mas nunca de forma nervosa ou exagerada. Quando se desacelera, o sistema entra em regeneração de forma automática, regulando a intensidade de acordo com o trânsito e o perfil da via. Tudo muito bem calibrado.

Aceleração 0-100 km/h em 6,2 segundos

A suspensão independente às quatro rodas não tem amortecedores adaptativos, mas processa muito bem os mais pisos, não deixando os ocupantes da A6 Avant receber solavancos incómodos. Os pneus de medida 225/55 R18 também têm aqui um papel a favor do conforto.

Modo elétrico e híbrido

Ao fim de 54 km percorridos em modo elétrico, em cidade, a bateria chegou ao fim e entrou em marcha o motor a gasolina. O sistema passa a funcionar como um “full hybrid” de forma muito suave. Fiz reset ao computador de bordo e continuei para o meu teste de consumos com a bateria a 0%.

Configuração convencional do painel de bordo

Em cidade, a A6 Avant 50 TFSie gastou 7,5 l/100 km, sempre com o A/C desligado. A caixa fez “vela” sempre que possível e o sistema não usou o motor térmico em 50% do percurso. A regeneração na aceleração é muito baixa, neste modo, obrigando a usar o pedal de travão de forma normal. Mas a sua utilização é pouco progressiva, sobretudo na transição entre a travagem magnética e a travagem por fricção.

Uma estradista

Em autoestrada, o meu teste de consumos a 120 km/h estabilizados revelou um valor pouco diferente do que obtive em cidade: 7,2 l/100 km, sempre com a bateria a 0%, que é a maneira mais normal de usar um “plug-in” em viagens longas.

E viagens longas são coisa que esta A6 Avant 50 TFSIe faz de bom grado. O conforto volta a ser o aspeto de maior destaque, mesmo se a suspensão deixa a carroçaria mover-se um pouco, sobre bossas ou depressões do piso.

Condução muito confortável e suave

Mas o controlo é muito bom, a insonorização também e o motor a gasolina de quatro cilindros nunca faz um ruído desagradável. Nem há muitos ruídos aerodinâmico ou de rolamento.

Ainda fiz um teste no modo Charge, para carregar a bateria em andamento. Mais uma vez a 120 km/h estabilizados, o consumo neste caso subiu para os 8,8 l/100 km, mostrando que é a maneira menos eficaz de carregar a bateria.

Um “quattro” tranquilo

Sendo um “quattro” não podia deixar de testar esta A6 Avant 50 TFSIe numa estrada secundária. Escolhendo o modo Dynamic, percebe-se que o gerador reforça a sua função de carregar a bateria, sempre que possível, para não haver diminuição da potência máxima combinada.

Alavanca da caixa é ergonómica e fácil de usar

A Audi anuncia a aceleração 0-100 km/h em 6,2 segundos e a sensação que se tem é que o sistema tem realmente muita força, com a parte elétrica a ter o protagonismo a baixas rotações e depois com o 2.0 turbo a subir com decisão até ao red-line. Os 2188 kg ficam bem disfarçados, numa aceleração em linha.

Neutra e nada mais

Os travões não têm problemas em lidar com a massa, quando chega a altura de reduzir a velocidade na entrada das curvas. A seguir, a A6 Avant 50 TFSIe entra em curva com moderada rapidez e suficiente precisão.

A atitude neutra passa a subviradora relativamente cedo, empurrada pela massa, pelo acerto suave da suspensão e pela aderência apenas suficiente dos pneus.

Atitude neutra na dinâmica desta versão

Exagerando um pouco, percebe-se rapidamente que o acerto dinâmico está mais virado para uma condução sem excessos. A tração às quatro rodas mantém uma distribuição equitativa do binário, nunca passa mais para as rodas de trás conseguirem deslizar sob potência.

A única maneira de fazer o carro rodar na entrada em curva é mesmo desacelerando muito tarde, numa atitude de provocatória que, no entanto, não tem grandes resultados.

Conclusão

A Audi continua a ter na A6 Avant uma carrinha de grandes dimensões com espaço e conforto. A versão híbrida “plug-in” acrescenta ainda mais refinamento numa condução tranquila, mesmo que rápida. Mas a autonomia real em modo elétrico ficou abaixo do anunciado para uso em cidade.

Francisco Mota

(fotos de João Apolinário)

 

Audi A6 Avant 50 TFSIe quattro

Potência: 299 cv

Preço: 73 725 euros

Veredicto: 3,5 (0 a 5)

 

Ler também, seguindo o Link:

Crónica – Audi mais premium e A3 vai ter elétrico