A segunda geração do Juke está a chegar a Portugal. É maior e menos radical, trazendo evoluções no espaço interior e qualidade. Será que o novo Juke ainda é o que era?

 

A memória é curta e a frequência de lançamentos de novos modelos é cada vez maior, por isso não estranhe se já não se lembrar do papel pioneiro que a primeira geração do Juke teve no mercado.

Tal como o Qashqai foi o primeiro SUV do segmento C, o Juke também foi pioneiro no segmento abaixo, o B, acrescentando ainda uma componente de estilo muito radicalizado, que apanhou o mercado de surpresa.

Apresentar um SUV tão pequeno há nove anos, já de si era algo de inovador, mas concretizar o lançamento com um desenho que fazia o Juke parecer uma espécie de insecto sobre rodas, foi realmente ousado.

Um milhão de vendas

Contudo, a ousadia pagou dividendos, pois o mercado Europeu gostou do Juke a aderiu em força aquilo a que hoje se chama um B-SUV, comprando um milhão de unidades.

A posição de condução alta e um desempenho dinâmico que estava muito acima do que se poderia esperar, fizeram o resto, mesmo se foi preciso esperar pelo restyling para resolver o problema da reduzida capacidade da mala.

Terá sido o sucesso do primeiro Juke a encorajar outros construtores a entrar neste nicho de mercado, que rapidamente deixou de ser nicho, tal a quantidade de oferta que hoje existe.

A segunda geração Juke

Do lado da Nissan, a questão a resolver era saber como fazer a segunda geração: ainda mais ousada, do ponto de vista do desenho, ou mais consensual?

Basta colocar os dois Juke lado a lado para perceber que a via escolhida foi a segunda. O novo Juke mantém os flancos bem vincados, a zona vidrada baixa, o tejadilho e traseira com silhueta levemente coupé.

Mas a frente é muito menos radical. Os faróis de dia deixam de sobressair do capót e a grelha é dominada pelo enorme “V” que se encontra em todos os Nissan.

Os faróis redondos tomam um novo formato e os farolins traseiros abandonaram o seu desenho esguio e alto, substituídos por banais unidades retangulares.

Mas as jantes, que podem chegar às exageradas 19” de diâmetro, fazem muito pelo aspeto do Juke.

Do tamanho do primeiro Qashqai

Analisando a evolução nas dimensões, começa a perceber-se o caminho que o Juke tomou.

O comprimento cresceu 75 mm, a largura tem mais 35 mm e a altura mais 30 mm. Mas o mais relevante é a distância entre-eixos, com mais 105 mm, superior mesmo à da primeira geração do Qashqai.

Não admira por isso que o espaço nos lugares de trás tenha aumentado em comprimento para os joelhos (mais 58 mm, diz a Nissan) bem como a altura (mais 11 mm).

É o resultado de ter passado para a plataforma CMF-B (partilhada com o novo Captur) que tem mais 13% de rigidez e menos 23 kg de peso.

Só um motor

No lançamento, apenas vai estar disponível um motor, designado 1.0 DIG-T, que é o novo tricilíndrico 1.0 estreado no novo Clio, aqui com 117 cv e 180 Nm, capazes de fazer os 0-100 km/h em 10,4 segundos e anunciar um consumo médio de 6,4 l/100 km.

Há duas caixas de velocidades à escolha, uma manual de seis e uma de dupla embraiagem de sete, mas a tração é sempre e só às rodas da frente.

Conclusão

Com preços a começar nos 19 900€, para a versão menos equipada Visia, o Juke reposiciona-se no topo do segmento B, para não dizer que está na base do segmento C. Tal como aconteceu ao Captur e ao Peugeot 2008.

Quem adorava o desenho do primeiro Juke, entre os 14 000 compradores portugueses, talvez ache o novo modelo demasiado “normal”.

Mas é possível que outros o passem a olhar com mais interesse, tendo em conta precisamente o estilo menos radical e o maior espaço interior.

É verdade que o Juke já não é o que era. Mas, neste caso, isso poderá ter mais consequências positivas do que negativas.

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