A integração no grupo PSA foi rápida e sem sobressaltos. Agora é altura de revolucionar a imagem da Opel e tudo vai começar em Março com o novo Mokka, que já nos fez uma visita.

 

Chama-se “Opel Vizor” a frente do novo Mokka que foi inspirada na da primeira geração do Opel Manta e que será aplicada a todos os modelos da marca no futuro. O Crossland será o segundo e depois os outros.

Se na Europa a primeira geração do Mokka teve imenso sucesso, a rábula da classe 2 nas autoestradas manchou-lhe a reputação e afastou clientes em Portugal. Nada disso se vai passar com a segunda geração do Mokka, que assume um perfil de B-SUV coupé e paga classe 1 nas nossas vias mais rápidas.

Para mostrar isso e muito mais, a Opel enviou duas unidades para passar dois dias em Lisboa a serem mostradas aos jornalistas, ainda sem ordem para os guiar, pois tratavam-se de unidades pré-série. As encomendas já estão abertas mas as entregas só vão acontecer em Março/Abril.

Aprovado pela DGS

Como estão a fazer outras marcas, a Covid-19 também obrigou a Opel a substituir as apresentações pan-europeias centralizadas num país, por uma volta à Europa. Carrega os carros num camião que percorre vários países e as equipas locais tratam de apresentar o produto à imprensa.

Um hábito que era bom ficar para a era pós-pandemia, pelo que se poupa em pegada de CO2 de todos os que teriam que viajar de avião para um qualquer país na UE. Já para não falar no tempo perdido e até nos custos, que assim são muito mais baixos.

Ao vivo, numa sala desinfetada e arejada com frequência e onde apenas podiam estar três jornalistas de cada vez (tudo aprovado pela DSG) os dois Mokka parecem mais pequenos e felinos do que nas fotos que já tinha visto.

Inspiração vem do Manta de 1970

A pintura em dois tons, com o preto a descer do tejadilho para o capót, uma inspiração que vem do Manta e dos carros de corridas dos anos sessenta e setenta, dá um ar bem mais esguio a este B-SUV.

A silhueta coupé assenta-lhe muito bem e o resultado final está cheio de personalidade, nem faltando o habitual vinco a meio do capót, que o Manta também tinha.

A grelha escura e fechada, o Opel Vizor, dá-lhe um toque de inovação muito bem vindo numa marca que se tinha encostado a um estilo demasiado convencional, nos últimos tempos.

Primeiro contacto… mas estático

Ainda não foi altura para o guiar, mas já foi possível aceder ao habitáculo para confirmar que o painel de instrumentos digital “pure panel” está anos-luz à frente do usado pelo novo Corsa. A união visual ao monitor central é bem feita, resultando num ambiente moderno.

Mas a Opel não cedeu e manteve os botões físicos para regular a climatização, a meio da consola. São muito melhor opção que deixá-los algures dentro do infotainment.

De resto, a posição de condução pareceu razoavelmente alta, a visibilidade boa só para a frente, o banco com bom apoio e o volante com boa pega. Vontade de o guiar, não faltou…

Plataforma CMP do 2008

Feito com base na mesma plataforma CMP que os seus “primos” Peugeot 2008 e DS3 Crossback, o Opel Mokka partilha com eles as dimensões exteriores e o peso (que é 120 kg menor que o do anterior Mokka) mas parece ter o portão traseiro mais inclinado, bem como o terceiro pilar.

A linha desse pilar obriga a baixar a cabeça, quando se acede aos lugares da segunda fila. E o conhecido degrau que esta plataforma tem nas embaladeiras, obriga a levantar bem os pés. Ou seja, o acesso não é brilhante mas o espaço para as pernas é mais que suficiente e a altura também não é um problema. Claro que dois viajam melhor que três, no banco de trás.

Da qualidade dos materiais ainda não posso ter uma opinião definitiva, pois alguns dos que estavam nestas duas unidades não eram os que vão estar nos modelos de venda ao público. Mas as primeiras impressões são boas.

A versão elétrica logo a abrir

Um dos Mokka presentes tinha o motor 1.2 Turbo a gasolina, que estará disponível em variantes de 100 cv  130 cv, com o mais acessível a custar 21 100 euros. Também estará no catálogo o motor 1.5 Turbo Diesel PSA de 110 cv, porque as empresas e as gestoras de frotas os continuam a preferir.

Aliás, uma das grandes batalhas que o Mokka terá no nosso país será “entrar” mais no mundo dos carros de serviço, tendo a Opel estabelecido a meta de 50% para cada setor: frotas e cliente final.

O segundo Mokka mostrado em Lisboa foi a versão elétrica, que partilha tudo com os seus referidos primos. Motor de 136 cv e 260 Nm, bateria colocada em “H” sob os bancos e túnel central, com 50 kWh de capacidade e autonomia anunciada de 324 km, pelas normas WLTP. Vai custar a partir de 36 100 euros, em Portugal.

A bateria admite ser carregada em postos de 100 kW, que ainda são raros por cá, operação que permitirá chegar aos 80% de carga em 30 minutos. A Opel está esperançada em que esta versão conte 20% das vendas, em Portugal.

Conclusão

Para além da revolução no estilo, o Mokka tem também a missão de ir buscar clientes mais jovens para a marca, sem perder a sua identidade de marca alemã. Além disso, tem que contribuir para a redução das emissões de CO2 do grupo, que assegura estar já na meta das 95 g/km. É um de nove modelos eletrificados que a Opel vai lançar até final de 2021, planeando ter toda a sua gama eletrificada em 2024.

Francisco Mota

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