Não foram só as marcas americanas a mostrar os seus últimos modelos no Salão de Los Angeles. Os alemães estiveram em força ou não fosse a Califórnia um dos seus melhores mercados.

 

A grande estrela do salão foi mesmo o Mustang Mach-E, a primeira vez que o nome do mítico desportivo americano é usado para um SUV e ainda por cima elétrico.

Tem alguns detalhes estéticos do Mustang coupé, um interior com um enorme “tablet” central, a imitar os Tesla e um tamanho que o coloca como rival do futuro Model Y e dos atuais Mercedes-Benz EQC, Jaguar I-Pace e Audi e-tron.

Mas a um preço mais baixo, que deverá rondar os 45 000 euros, quando chegar à Europa no final de 2020, início de 2021.

Pode ler os detalhes neste Link:

Mustang transforma-se em SUV elétrico para bater Tesla

Se um Mustang SUV elétrico levantou muita polémica, o mesmo se passou quando a Chevrolet decidiu passar o motor do icónico Corvette, da frente para o meio. Agora a marca mostrou a versão descapotável, com um tejadilho articulado mecânico. Nunca foi tão parecido com os Ferrari.

Entre as marcas americanas que não vendem na Europa, a tendência era a de sempre: SUV de todos os tamanhos e feitios e “pick-ups” de grande formato, nada a ver com as “pequenas” que conhecemos na Europa. E ainda sobraram algumas berlinas que se vão vendendo.

A grande “ofensiva”, como os redatores dos discursos dos CEO gostam de escrever, veio das marcas alemãs, com várias estreias mundiais. Talvez até mais interessantes do que as do salão de Frankfurt.

“Poker” da BMW

A BMW levou quatro novos modelos, a começar pelo Mini JCW GP, o mais rápido de sempre na marca, feito em 3000 unidades e com um aspeto ameaçador.

Depois, a derradeira versão do excelente BMW M2 agora na versão CS, com vários painéis em fibra de carbono, mais asas e o motor a subir para os 450 cv. A marca dizia, orgulhosa, que até está disponível em versão manual.

Na mesma gama, mas feito sobre outra plataforma, com tração à frente, o novo Série 2 Gran Coupé, que pretende rivalizar com o Mercedes-Benz CLA. Partilha tudo com o novo Série 1, exceto a mala, que é maior.

Finalmente, o M8 Gran Coupé, a versão de quatro portas da berlina-coupé, que utiliza o mesmo motor V8 biturbo do M5. Um supercarro para quatro passageiros.

Audi nos extremos

Do lado da Audi, as novidades eram dois SUV, o RS Q8, um “mild-hybrid” com 600 cv e capaz de chegar aos 305 km/h. O visual impressiona, sobretudo pelas jantes de 23 polegadas.

O outro SUV da marca era o e-tron Sportback, a versão de tejadilho coupé do SUV elétrico e-tron. Os motores e as baterias são os mesmos, mas um conjunto de medidas permitiu subir a autonomia de 412 para 446 km.

Ainda mais alemães

A Porsche mostrou o Taycan 4S, a versão mais “económica” lançada até agora. Usa as mesmas baterias e está disponível com potências de 530 ou 571 cv e autonomia de 407 ou 463 km.

A Mercedes-Benz mostrou um par de grandes SUV AMG, ambos com sistema “mild-hybrid” de 21 cv, o AMG GLE 63S e o maior AMG GLS 63, ambos com o motor 4.0 V8 biturbo a debitar 603 cv.

Finalmente, a Volkswagen desvendou o segundo modelo da família ID, ainda como protótipo. O ID.Space Vizzion usa a mesma plataforma MEB e as mesmas baterias, prefigurando aquilo que poderá ser uma versão elétrica do Passat Variant.

Estrelas do Japão…

Do extremo oriente chegou a nova geração do Toyota Mirai, o Fuel Cell da marca que agora passou a ter um estilo de berlina convencional e tração às rodas traseiras. A anterior geração vendeu 6000 unidades, grande parte delas na Califórnia. Este deve vender mais.

Também da Toyota, o novo RAV4 Prime, com um sistema híbrido “plug-in” mais potente. Tem 306 cv e uma autonomia em modo elétrico de 60 km.

A marca de luxo do grupo levou o Lexus LC Convertible, disponível para já com o motor V8 a gasolina, a que se seguirá o híbrido.

A Nissan mostrou duas versões comemorativas de dois desportivos o GT-R 50th anniversary e o 370Z, que homenageia o 240Z, também lançado há 50 anos.

Também apareceram, em estado de protótipo duas versões especiais, mais musculadas do GR Supra.

… e da Coreia do Sul

A Hyundai exibiu um “concept-car” com o nome Vision T, apresentado como um híbrido “plug-in” e, mais do que isso, prefigurando um novo SUV coupé para posicionar entre o Tucson e o Santa Fé.

A outra estreia era o concept-car RM19, aparentemente um Veloster TCR, mas com o motor colocado a meio, indicando que a Hyundai está a estudar esta arquitetura para um futuro superdesportivo.

Do lado das novidades para o mercado americano, talvez a mais relevante tenha sido o Kia Seltos, um SUV compacto, com um estilo que não seria desdenhado pelo público europeu.

Conclusão

Um salão de dimensões controladas, que se mantém como sempre foi, provando que a fórmula funciona e que está melhor adaptada aos nossos dias do que os gigantescos salões de Paris ou Frankfurt, que ficaram semi-vazios, nas últimas edições.

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