O Grupo A sucedeu ao mítico Grupo B nos ralis mundiais, em 1987. Não começou muito bem, mas evoluiu e fez nascer alguns dos melhores carros de estrada e alguns dos melhores pilotos de ralis. O livro “Group A – When rallying created road car icons” revive essa história.

 

Quem se interessa pela história recente do campeonato do mundo de ralis, ou WRC, como hoje é conhecido, não pode esquecer o ano fraturante de 1987.

Após o período dos fabulosos carros de Grupo B, verdadeiros protótipos feitos para os ralis, com potências que chegaram a rondar os 600 cv, a FIA (Federação Internacional do Automóvel) decidiu abolir esta categoria de carros, após vários acidentes que vitimaram público e pilotos, um deles infelizmente ocorrido em Portugal.

Grupo A chega ao poder

Foi assim que a categoria secundária, o Grupo A, subiu inesperadamente a categoria principal. O ano de 1987 foi o primeiro em que esta classe de carros, diretamente derivados de modelos de grande produção, subiu ao poder.

O espetáculo não podia ser o mesmo, claro, quando as potência desceram para quase um terço e o aspeto dos carros era pouco diferente daqueles que qualquer automobilista podia adquirir.

No entanto, a desilusão do público não durou muito tempo. As marcas começaram rapidamente a evoluir os seus modelos de estrada, construindo máquinas que ficaram para a história.

A Lancia liderou o processo com as sucessivas evoluções do campioníssimo Delta HF Integrale.

Muitas marcas seguiram a Lancia

Mas a Toyota não demorou muito a entrar na luta com as várias evoluções do Celica GT-4, tal como a Ford e os seus Sierra e Escort Cosworth. E depois chegaram os incríveis Mitsubishi Lancer Evo e Subaru Impreza.

Neste período, que vai de 1987 até 1996, o Grupo A assistiu ao crescimento de pilotos que se tornaram campeões e verdadeiros heróis populares. Miki Biasion, Tommi Makinen, Richard Burns e, acima de todos, o incrível Colin McRae.

Um livro para apaixonados

A editora McKlein lançou um livro dedicado a esta fase do WRC, no qual as fabulosas fotos do experiente fotógrafo alemão Reinhard Klein agarram os olhos ao passar de cada página.

Mas o texto do reputado jornalista John Davenport, que viveu toda esta fase dos ralis por dentro, não lhe fica atrás, com relatos cheios de detalhe e de histórias menos conhecidas.

O livro de 256 páginas, com 663 fotografias a cores e escrito em inglês, começa por explicar como se passou do Grupo B ao Grupo A.

Depois relata todas as temporadas desta fase, relembrando os pontos mais importantes de cada rali, incluindo o rali de Portugal.

Há um capítulo para a análise detalhada dos principais carros de Grupo A e outro para a compilação de todos os resultados.

Histórias desconhecidas

Pelo meio, não faltam entrevistas com os protagonistas deste período, bem como a evolução da técnica e as artimanhas que as marcas usaram para homologarem evoluções dos seus modelos de produção em grande série.

Conclusão

Um volume de leitura apelativa e informativa, perfeito para estes tempos de confinamento domiciliário e que pode ser facilmente encomendado através do site do editor www.mckleinstore.com.

Se as história dos ralis lhe dizem muito, então também lá encontrará os outros três livros desta série, focados no Grupo 2, Grupo 4 e Grupo B. Todos encadernados com capa dura e com formato 24,5 cm x 30 cm. O preço é de 49,90 euros, garanto que é uma “pechincha” face ao conteúdo de cada um deles.

Francisco Mota

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