Toyota Yaris Cross

A distância entre-eixos é a mesma do Yaris

Desenho da traseira com ares de família Yaris

Faróis diferentes do Yaris "hatchback"

Para-choques com detalhes "off-road"

Variante SUV de um nome bem conhecido

A Toyota espera produzir 150 000 por ano em França

O Cross tem mais 25 mm de altura ao solo que o Yaris

Estilo ao gosto europeu, no Cross

A base do tablier é a do Yaris, mas com modificações

Posição de condução mais alta mas muito boa

Painel de instrumentos diferente do Yaris "hatchback"

Modos de condução disponíveis

A condução em terra mostrou-se confortável

Generosa altura da suspensão

Concebido e fabricado na Europa, o Yaris Cross leva a Toyota para o ultra competitivo segmento B-SUV. A sua missão é simples: bater os mais vendidos, como o Captur ou 2008. Primeiro teste em Portugal, para descobrir o que vale.

 

Longe vão os tempos em que os Toyota eram fabricados no Japão e depois exportados para todo o mundo. Hoje, a marca está de pedra e cal em várias regiões do globo, concebendo e construindo carros adaptados a cada mercado local.

É o caso do novo Yaris Cross, um SUV do segmento B, uma franja de mercado que regista a mais acentuada subida de vendas na Europa. Sem surpresa, o Yaris Cross foi concebido na Europa, a pensar no cliente europeu, sendo fabricado em França.

Variante SUV de um nome bem conhecido

O plano é fazer na fábrica francesa 150 000 unidades por ano do Yaris Cross, tantas quantas as do Yaris convencional, revelando assim a ambição da marca, pois o líder Renault Captur foi fabricado em 180 000 unidades em 2020.

Made by Toyota

O Yaris Cross é praticamente um carro europeu, mas o “know-how” é todo Toyota e isso faz a diferença. Pelo menos é esta a mensagem que a marca quer passar. Para o confirmar, nada melhor do que um primeiro contacto dinâmico com a versão híbrida em estradas portuguesas.

A plataforma GA-B surge aqui com a mesma distância entre-eixos do Yaris, mas a altura ao solo subiu 25 mm e a altura total aumentou 90 mm. O comprimento cresceu 24 cm, mas continua em torno dos quatro metros o que lhe dá as proporções de SUV: alto e curto.

A distância entre-eixos é a mesma do Yaris

A gama de motorizações inclui um 1.5 VVT-i de 125 cv, que custa 21 790 euros, mas a Toyota espera que a esmagadora maioria dos compradores opte pelo híbrido, que usa o mesmo motor, numa configuração de 92 cv, ajudado por uma máquina elétrica de 80 cv, para uma potência combinada de 116 cv.

A tração é à frente através do habitual trem epicicloidal que faz uma variação contínua da relação de transmissão. Em opção, há uma versão 4×4 AWD-i que acrescenta um motor elétrico no eixo traseiro.

Mais alto, pouco mais comprido

Face ao Yaris, a carroçaria Cross é maior sobretudo atrás, fazendo a capacidade da mala subir aos 400 litros, face aos 286 litros do Yaris. Contudo, o espaço nos lugares de trás não é maior em comprimento, devido à inalterada distância entre-eixos.

Claro que a altura ao solo e a maior altura do tejadilho geram mais espaço em altura e facilitam o acesso ao habitáculo, ainda que o ângulo de abertura das portas pudesse ser maior.

A base do tablier é a do Yaris, mas com modificações

No interior, o tablier é partilhado com o Yaris, mas o painel de instrumentos é mais clássico. O ecrã tátil central está destacado no topo da consola e os botões da climatização estão separados, mais abaixo.

A posição de condução é mais alta que a do Yaris, como é lógico, mas não perdeu nada na posição relativa entre volante (com ampla regulação) pedais e um banco confortável e com apoio lateral suficiente.

Confortável na chapa ondulada

A unidade que usei neste primeiro teste tinha pneus 215/50 R18 que, em conjunto com uma suspensão de maior curso, resultam num nível de conforto muito bom, mesmo em pisos estragados e até numa breve passagem em pisos de terra, com troços tipo “chapa ondulada” e alguns regos mais profundos.

A condução em terra mostrou-se confortável

A direção está bem calibrada nos dois modos de condução disponíveis, tendo a assistência correta, boa precisão e rapidez, para um modelo deste segmento e potência.

Conduzido em zona urbana, com o modo de maior retenção “B” ligado, o sistema híbrido começa por ser muito suave e silencioso. A parte elétrica consegue levar o carro sozinha durante mais de metade do tempo de condução.

Transmissão contínua

Quando se passa para a estrada e se pede mais do sistema motriz, claro que o motor sobe a regimes mais altos e estacionários, produzindo a habitual banda sonora deste tipo de transmissões.

Contudo, isso ocorre sobretudo em situações de aceleração forte. Em condução estabilizada, mesmo em autoestrada, o som do motor é bem mais discreto deixando-se suplantar pelos ruídos aerodinâmicos provenientes dos retrovisores.

Generosa altura da suspensão

Numa breve passagem por estradas com mais curvas, o Yaris Cross mostrou que controla bem as massas, apesar de ter um Centro de Gravidade mais alto que o Yaris. Boa precisão da frente, boa tração e rolamento lateral bem controlado, se bem que notoriamente maior que o do Yaris.

Consumo baixo

A dinâmica está afinada com prioridade ao conforto, mas nunca perde um controlo mais do que aceitável, quando é preciso mudar de direção de forma mais repentina.

Num percurso de teste misto mas com mais autoestrada, o consumo que registei foi de 6,1 l/100 km, um valor a confirmar num teste mais prolongado.

Painel de instrumentos diferente do Yaris “hatchback”

A Toyota decidiu dotar o Yaris Cross de um pacote completo de ajudas eletrónicas à condução, disponível mesmo na versão mais acessível. Noutra vertente, a personalização está disponível, não só na escolha entre as várias versões de equipamento, mas também na combinação de cores exteriores, com o tejadilho pintado numa segunda cor, em opção.

Conclusão

Tendo em conta o crescimento de vendas dos B-SUV, não é de admirar se o Yaris Cross “roubar” alguns compradores ao Yaris, apesar de os 23 990 euros do B-SUV ficarem cerca de 2000 euros acima do “hatchback”.

Francisco Mota

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