Toyota Corolla Cross

Mesma distância entre-eixos do C-HR

Corolla Cross estreia quinta geração do sistema híbrido

Dinâmica previsível e tranquila

Corolla Cross só disponível em versão híbrida

O mais recente tablier da gama Corolla aqui no Cross

Painel de instrumentos digital com mais informação

Novo ecrã tátil central da gama Corolla

Detalhe da consola central no Corolla Cross

Posição de condução pouco mais alta que nos outros Corolla

Espaço atrás não é maior que nos outros Corolla

Mala com capacidade de 508 litros

O SUV que faltava na gama da Toyota

Faróis do Cross têm um desenho diferente na Europa

Grelha faz lembrar a do RAV4

Desenho pouco arrojado no Corolla Cross

Pneus garantem um bom nível de conforto

Corolla Cross posiciona-se entre C-HR e RAV4

Entre o C-HR e o RAV4 faltava à Toyota um SUV mais convencional, por um lado e mais compacto, pelo outro. O Corolla Cross cumpre as duas coisas e ainda estreia a quinta geração do sistema híbrido da marca. Primeiro teste, para ver o que traz de novo.

 

Concorrer contra modelos como o VW Tiguan ou Peugeot 3008 com o C-HR ou o RAV4 não era tarefa fácil. A um faltava tamanho, ao outro faltava preço.

Estou a referir-me ao mercado europeu, pois nos EUA o RAV4 já é compacto o suficiente. E sabe-se como as prioridades da Toyota variam de acordo com a procura de cada região.

O SUV que faltava na gama da Toyota

Depois de lançar o Yaris Cross, para o segmento B-SUV, o que mais continua a crescer na Europa, a Toyota decidiu que, para o segmento acima o C-HR seria um produto demasiado específico, com um estilo demasiado diferenciador.

Posicionado ao milímetro

Entra então em cena o Corolla Cross – com 4,46 m está perfeitamente enquadrado entre o C-HR (4,36 m) e o RAV4 (4,80 m) em termos de dimensões. Era mesmo o que faltava à Toyota.

Dinâmica previsível e tranquila

Apesar de se adaptar perfeitamente ao segmento C-SUV europeu, a verdade é que o Corolla Cross foi projetado inicialmente para os mercados Asiáticos.

O lançamento remonta ao verão de 2020, na Tailândia, onde é produzido. Mas também é fabricado na África do Sul, Brasil, China, EUA, Malásia, Taiwan, Reino Unido e Japão.

Corolla Cross só disponível em versão híbrida

dois anos depois, o Corolla Cross chega à Europa, com a  missão de ajudar a Toyota a atingir o objetivo de vender 400 mil carros, até 2025, no segmento mais competitivo do mercado no nosso continente.

Plataforma GA-C

O novo SUV estreia a quinta geração do sistema híbrido autorecarregável da Toyota, mais eficiente e mais potente, bem como um novo “infotainment” e mais ajudas eletrónicas à condução.

Feito com base na plataforma GA-C, que partilha com o Corolla e vários outros modelos da marca, o Corolla Cross apresenta um estilo inspirado no do RAV4, mas numa interpretação menos “off road.”

Mesma distância entre-eixos do C-HR

Os faróis e luzes de trás têm um desenho específico para os mercados europeus, mas a grelha faz lembrar mais o RAV4 que o Corolla, bem como os para-choques e as cavas das rodas com recorte trapezoidal. Um desenho de que é fácil gostar.

Híbrido 5ª geração

Quanto ao sistema híbrido da Toyota, o Corolla Cross tem a honra de estrear a quinta geração, que usa o mesmo motor 2.0 a gasolina da anterior geração, com 152 cv, tal como um motor elétrico mais potente de 112 cv.

Corolla Cross posiciona-se entre C-HR e RAV4

A potência total combinada é 8% mais alta, chegando aos 197 cv, contra os 184 cv da geração anterior. A transmissão mantém o trem epicicloidal típico da Toyota, mas com uso de óleos de menor viscosidade, para reduzir os atritos internos, num sistema de lubrificação mais eficiente.

A gestão do sistema híbrido foi melhorada, mais uma vez no sentido de diminuir o efeito sonoro da variação contínua, de forma a que a subida de regime seja mais proporcional à subida de velocidade.

Corolla por dentro

Abrindo a porta do condutor, percebe-se de imediato a partilha do desenho e componentes com as outras versões do Corolla, o Hatchback, o Touring Sports e o Sedan.

O mais recente tablier da gama Corolla aqui no Cross

O tablier tem as mesmas formas, com o mais recente painel de instrumentos digital de 12,3” que tem gráficos e conteúdos específicos para a Europa. Um deles indica a percentagem de modo elétrico que foi usado na última deslocação.

Novo ecrã tátil central da gama Corolla

O sistema de infotainment tem um ecrã tátil de 10,5” bem destacado no topo da consola central, com um desempenho muito melhor que o da geração anterior e com atualizações à distância.

Espaço apenas suficiente

O espaço na frente é mais que suficiente, mas nos lugares traseiros o Corolla Cross não pareceu muito generoso, talvez por ter a mesma distância entre-eixos do C-HR. A bagageira tem 428 litros de capacidade.

Espaço atrás não é maior que nos outros Corolla

A outra área em que o Corolla Cross traz novidades à gama é nas ajudas eletrónicas à condução, reunidas no T-Mate que inclui “pré-colisão com supressão de aceleração a baixa velocidade”, nas palavras da marca. Há também um novo airbag central entre os bancos da frente.

Primeiro teste

Este primeiro teste do Corolla Cross foi curto e incluiu mais autoestrada que estradas nacionais ou cidade. Não foi o melhor terreno para avaliar a suavidade do renovado sistema híbrido, nem os consumos.

Com 197 cv as performances são boas

Mas foi perfeito para ver que o motor a gasolina não sobe tão depressa para os regimes altos e estacionários, quando se acelera com mais decisão.

Também serviu para comprovar que os ruídos aerodinâmicos e de rolamento são baixos quando se circula a 120 km/h.

Ao volante

A posição de condução não é tão alta como a do RAV4, ficando mais próxima à do C-HR, não muito mais alta que a do Corolla.

Posição de condução pouco mais alta que nos outros Corolla

O volante tem boa pega, mas precisava de mais regulação em alcance. A transmissão tem uma alavanca convencional e uma posição “B” que faz um pouco mais de retenção na desaceleração.

Painel de instrumentos digital com mais informação

Há três modos de condução: Eco/Normal/Sport, com maiores diferenças na sensibilidade do acelerador. No percurso dentro de localidades, ficou clara a intervenção frequente do motor elétrico de 112 cv, capaz de levar sozinho o Corolla Cross durante períodos curtos, mas frequentes.

A ajuda elétrica

A nova bateria de iões de Lítio está sob o banco de trás e tem mais 14% de potência, menos 14% de peso e menos 14% de perdas que a anterior. O sistema trabalha a 500 Volt, antes era a 350 Volt.

Detalhe da consola central no Corolla Cross

A ajuda elétrica é fácil de perceber na suavidade e boa resposta a baixos regimes. A suspensão, independente às quatro rodas e os pneus de medida 225/50 R18 conseguem um nível de conforto muito bom.

Acelerando um pouco mais, para aproveitar os 197 cv combinados, percebe-se que a aceleração é mais forte que na geração anterior, com os 0-100 km/h anunciados em 7,6 segundos.

Dinâmica típica Toyota

O comportamento em curva pareceu eficiente, com direção direta o suficiente e bem assistida. A atitude neutra mantém-se até velocidades de entrada em curva elevadas. Mas terei que explorar melhor esta parte num teste mais completo.

Toyota Corolla Cross

O percurso incluiu também 20 km em estradas de terra, de piso pouco irregular, mas com muita água e alguma lama.

Neste cenário, o Corolla Cross mostrou que o controlo de tração funciona bem e que o sistema híbrido tem aqui clara vantagem, pois o binário elétrico chega ao chão mais cedo e sem ser preciso acelerar tanto.

Conclusão

O Toyota Corolla Cross já está à venda com preços a partir dos 38 190 euros, para a única motorização híbrida disponível, a que usei neste primeiro teste do TARGA 67. Entre outras coisas, falta medir consumos, para ver até onde progrediu a quinta geração do sistema híbrido único da Toyota. Um conceito que, até hoje, nenhuma marca se atreveu a seguir.

Francisco Mota

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Teste – Toyota Yaris GR Sport: híbrido e (um pouco) desportivo