Porsche Taycan Cross Turismo

Assinatura luminosa do Taycan

Para já, só estão disponíveis versões 4x4

Jantes de 20" ou 21" à escolha

Proteção anti-projeção de gravilha

O volume traseiro está perfeitamente integrado

Com pacote off-road, a altura ao solo é 30 mm maior que na berlina

Detalhes de estilo "off road" na frente

4, 4S, Turbo e Turbo S são as versões disponíveis

Interior dominado pelos ecrãs digitais

Posição de condução baixa e ergonómica

Melhor espaço nos lugares de trás devido à maior altura

A mala tem 446 litros de capacidade, mais 39 que a berlina

A Cross Turismo traz maior versatilidade ao Taycan

Autonomia combinada anunciada de 452 km

Na Porsche, uma carrinha Taycan chama-se Cross Turismo

Não lhe falta nada. Usa uma das melhores plataformas e mecânicas elétricas do momento, tem a silhueta de uma carrinha e uma configuração “off-road”. A nova Porsche Taycan Cross Turismo tem por missão realizar 60% das vendas do Taycan, em Portugal.

 

Dentro do seu segmento, o Taycan tem sido um enorme sucesso de vendas. Só para ter uma ideia, a nova versão base agora introduzida, com motor de 380 cv, já está esgotada até ao final do ano no nosso país. Em alguns mercados, o Taycan é o modelo mais vendido do segmento, somando todo o tipo de motorizações, gasolina ou Diesel.

Estava por isso na altura certa para colocar no mercado a segunda variante do modelo, na forma de uma carrinha com visual “off road”. Se fosse Audi, chamava-lhe uma Allroad… elétrica.

Mais prática

O tratamento estético é o habitual neste tipo de variantes, com arcos plásticos nos guarda-lamas, para-choques com desenho mais “robusto” e suspensão 20 mm mais alta, sendo as jantes de 20” ou 21” equipadas com pneus M+S, se for esse o desejo do cliente.

A parte mais prática é a mala, com uma quinta porta que dá acesso a uma capacidade de carga de 446 litros, mais 39 que no Taycan berlina e com rebatimento do banco.

Talvez ainda mais importante sejam os 47 mm de altura extra nos lugares da segunda fila o que, em conjunto com a famosa garagem para os pés do Taycan (zona sem módulos de bateria no local dos pés dos passageiros de trás) permite uma habitabilidade surpreendente, para um carro tão baixo.

Modo “gravel”

À frente, as diferenças são poucas, com vários ecrãs digitais que praticamente aboliram os botões físicos. A novidade é um botão digital “gravel” que ajusta a tração, ABS e ESC para condução em neve ou terra. Existe um pacote “off road” que aumenta a altura ao solo para os 30 mm.

Para este primeiro teste do Taycan Cross Turismo guiei a versão 4S com 490 cv (571 cv em overboost e launch control) que custa 116 401 euros, cerca de 6000 euros mais que o Taycan berlina.

Também estão disponíveis as versões 4 de 380 cv (476cv) por 99 418 euros; Turbo de 625 cv (680 cv) por 160 435 euros e Turbo S de 625 cv (761 cv) por 194 875 euros. Nas duas versões mais caras a diferença de preço para a berlina não chega aos 2000 euros.

Para daqui a um ano deverá chegar a versão base com 326 cv (380 cv) apenas com um motor e tração atrás.

Ao volante do Cross Turismo

A experiência de condução é muito semelhante à do Taycan berlina, tanto mais que a tração às quatro rodas e a suspensão pneumática são de série, tal como a bateria Performance de 93,4 kWh.

A posição de condução é excelente, baixa e perfeitamente enquadrada com o volante, pedais e comandos secundários. Apenas a mini-alavanca da transmissão, por baixo do painel de instrumentos, fica oculta pelo volante.

Claro que a resposta do sistema elétrico aos movimentos do pedal da direita é imediata e contundente, com uma tração perfeita às quatro rodas. A aceleração 0-100 km/h anunciada para este 4S é de 4,1 segundos.

o mesmo rigor… quase

A sensação de controlo das massas, seja em autoestrada com bossas ou em mau piso é também de primeiro plano. Mesmo com um peso total anunciado de 2320 kg.

O sistema de travagem está sempre à altura, até com um ataque inicial muito sensível, que exige alguma habituação. Na verdade, o mais difícil é controlar os ímpetos do condutor, pois é muito fácil deixar a velocidade subir a níveis que põem em causa a carta de condução.

Baixando o ritmo para uma média a rondar os 120 km/h, o consumo registado foi de 28,1 kWh, o que equivale a uma autonomia total de 332 km, em autoestrada. A Porsche anuncia autonomia combinada de 452 km, segundo a norma WLTP.

Faltou “ir à terra”

Também o conforto está em muito bom nível, beneficiando da maior altura da suspensão. Na parte mais sinuosa do percurso, o Cross Turismo mostrou um pouco menos de precisão do que um Taycan 4S berlina, entrando em subviragem com maior facilidade, o que se compreende tendo em conta a suspensão mais alta. Faltou testar as aptidões em estradas de terra, isso ficará para uma próxima oportunidade.

Conclusão

O lançamento da variante Cross Turismo do Taycan alinha-se com o plano de produto, surgindo no mercado para alargar a base de clientes e reforçar assim a apetência por um modelo que tem mostrado, desde o seu lançamento, que os carros elétricos podem ter performances de topo e uma condução realmente desportiva.

Francisco Mota

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