Versão 160 TCe acrescenta nova versão ao Arkana

Plataforma CMF-B serve de base ao Arkana

O motor 160 TCe permite um nível de prestações melhor

Aceleração 0-100 km/h em 8,2 segundos

O Arkana representa 10% das vendas Renault na Europa

O comprimento chega aos 4568 mm, mais que o Qashqai

Dinâmica competente, mesmo em estradas mais sinuosas

O estilo coupé assenta muito bem ao Arkana

Entre os generalistas do segmento C, o Arkana não tem rivais

Conforto não é penalizado pelas jantes de 18"

Com 200 mm de altura ao solo, está bem protegido em estradas de terra

Muito boa qualidade de materiais na versão R.S. Line

Mala é maior do que a do Nissan Qashqai

Espaço atrás surpreende pela altura e comprimento

Bancos confortáveis e com bom apoio na frente

O SUV Coupé Arkana acaba de receber uma nova motorização, a TCe 160 a gasolina. Já o guiei num primeiro teste que provou não serem os “full hybrid” a única solução para ter boas prestações e consumos baixos.

 

Não é por ser uma das marcas que há mais tempo aposta nos elétricos que a Renault descura as outras motorizações que o mercado continua (e continuará) a consumir. A introdução da versão 1.3 TCe de 158 cv no SUV Coupé Arkana é disso um bom exemplo.

Durante um dia, sob temperaturas acima dos 40ºC, pude fazer um primeiro teste a esta nova versão do Arkana, que incluiu condução em autoestrada, estrada secundária e até uma estrada de terra.

Dinâmica competente, mesmo em estradas mais sinuosas

Do estilo não há muito a dizer a não ser que a Renault foi muito feliz na aplicação da silhueta coupé a um SUV com a frente de família dos mais recentes modelos da marca.

Conforto não é penalizado pelas jantes de 18″

Mas não é só estilo, pois o coeficiente de resistência ao avanço S.Cx fica-se por uns razoáveis 0,72. Segundo a Renault, cerca de 25% abaixo de um SUV convencional do mesmo segmento.

Plataforma CMF-B

Como se sabe, a plataforma do Arkana é a CMF-B, que o Grupo Renault concebeu para modelos do segmento B, da Aliança Renault/Nissan/Mitsubishi. Mas o Arkana está claramente posicionado no segmento C.

O comprimento chega aos 4568 mm, mais que o Qashqai

É uma estratégia conhecida, que visa a contenção de custos, sem que o produto final fique comprometido. Basta olhar para o comprimento de 4568 mm, superior, por exemplo aos 4430 mm do novo Nissan Qashqai. Até a distância entre-eixos é maior que a do Qashqai, com 2720 mm, contra 2670 mm.

Na verdade, o Arkana segue a estratégia da Renault, de apostar cada vez mais no segmento C, por razões de rentabilidade. Afinal, ainda é o segmento mais vendido na Europa, com 39,8% do mercado, contra os 33,3% do segmento B.

Está a ser um sucesso

Desde que está no mercado, o Arkana já vendeu 100 000 unidades na Europa, representando 10% das vendas da marca e seguindo a tendência do mercado, dominado pelos SUV, que já são 55% das vendas de todos os veículos na Europa.

Versão 160 TCe acrescenta nova versão ao Arkana

Alguns dados específicos sobre as vendas do Arkana são interessantes para fazer o retrato-robót dos seus clientes. As vendas a particulares são 62% do total, e a versão de equipamento mais vendida é a R.S. Line, a mais cara. Até agora, a motorização E-Tech “full hybrid” tem dominado com 48% das vendas.

Ao volante

Esta versão 160 TCe que guiei tem uma caixa automática EDC de dupla embraiagem e sete relações que mostrou um funcionamento suave e boa gestão das passagens em modo D. Tem patilhas no volante, para um uso manual suficientemente rápido.

Muito boa qualidade de materiais na versão R.S. Line

O motor 1.3 de quatro cilindros, quatro válvulas por cilindro e turbocompressor debita 158 cv às 5500 rpm, mas tem força desde regimes mais baixos, pois o binário máximo de 270 Nm surge logo às 1800 rpm.

Entre os generalistas do segmento C, o Arkana não tem rivais

É um motor que reage com prontidão, tanto no trânsito citadino, como na estrada ou autoestrada, com prestações razoáveis (0-100 km/h em 8,2 segundos) e uma sensação de que faz tudo sem esforço. Ao final do dia de teste, com o A/C sempre ligado e conduzindo sempre dentro dos limites legais, o computador de bordo marcou 6,3 l/100 km.

O estilo coupé assenta muito bem ao Arkana

Testes de consumos mais rigorosos vão ficar para outra oportunidade, mas este valor é um bom indício da economia deste bloco, que conta com um sistema “mild hybrid” com uma pequena bateria de 12V que ajuda nos arranques e permite desligar o motor a gasolina entre os 30 e os 140 km/h, quando se desacelera. Na prática, funciona como um stop/start alargado.

Dinâmica competente

A suspensão mostrou um bom compromisso entre conforto e comportamento, mesmo com jantes de 18″ e mesmo no troço de piso de terra que percorri, e uma dinâmica suficientemente precisa e bem controlada, sem movimentos parasitas. A direção está bem calibrada entre esforço e efeito.

O motor 160 TCe permite um nível de prestações melhor

De resto, o Arkana poderá surpreender quem nunca entrou num, sobretudo na versão R.S. Line, com acabamentos de muito boa qualidade, bons bancos dianteiros e espaço em altura na segunda fila, mais do que se poderia supor, dado o tejadilho coupé.

Bancos confortáveis e com bom apoio na frente

A capacidade da mala é de 513 litros, mais que os 436 litros do Qashqai, mas com a óbvia limitação da altura disponível sob o vidro traseiro ser menor.

Entrega imediata

Este motor está também disponível numa versão de 140 cv e 250 Nm, mas a poupança é de apenas 400 euros, pelo que a escolha pelo mais potente parece óbvia.

Espaço atrás surpreende pela altura e comprimento

Fabricado na Coreia do Sul, onde também são feitos alguns dos semi-condutores agora tão procurados, o Arkana está por isso disponível para entrega imediata, o que é raro ouvir, nos dias que correm. A versão R.S. Line que guiei, custa 38 630€, a versão abaixo, a Intens, custa 35 880€.

Conclusão

O Arkana é daqueles carros de que é fácil gostar, pelo estilo, pelo habitáculo e pela condução. Esta motorização 160 TCe é, muito provavelmente, a que melhor assenta ao modelo, especialmente no nível de equipamento R.S. Line. Não admira que as vendas do modelo estejam a correr bem, mais ainda porque não tem rivais diretos.

Francisco Mota

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