Novo Peugeot 308 (fotos de AIFA/Jorge Cunha)

A insonorização está muito bem feita

A dinâmica pareceu menos incisiva, a confirmar

A direção pareceu muito assistida e o pedal de travão pouco progressivo

O pilar dianteiro recuou para dar mais comprimento ao capót

O 308 estreia o novo símbolo da marca

Farolins traseiros bem mais baixos que no 308 anterior

Grelha de grandes dimensões, como no 208

Boa posição de condução e novo volante no 308

Novo painel de instrumentos digital com efeito 3D

Novo ecrã tátil de 10" com atalhos também táteis em rodapé

Bancos são mais anatómicos e mais confortáveis

Maior distância entre-eixos dá mais espaço atrás

Mala mantém capacidade semelhante ao 308 anterior

O novo 308 mantém um ar de família com o anterior

O desenho da traseira ganhou em agressividade

A nova geração do 308 está cada vez mais premium e agora nem lhe faltam duas novas versões “plug-in”. Já guiei os primeiros protótipos, para descobrir as evoluções.

 

O novo 308 surge oito anos após a anterior geração, numa altura em que introduzir a eletrificação já não podia esperar. Para isso, foi criada a terceira evolução da plataforma EMP2. Duas versões híbridas “plug-in” estão disponíveis e mais tarde vem um 100% elétrico, cobrindo assim todas as frentes, pois os motores a gasolina e gasóleo vão continuar.

No estilo, o novo 308 é uma evolução do anterior com diferenças, as mais evidentes nos novos faróis e grelha de grandes proporções, em linha com o 208, incluindo as luzes de dia verticais. O novo escudo da marca estreia-se no 308, na grelha e também nos flancos, um pouco “à la” Ferrari.

O para-brisas foi recuado, deixando o capót mais longo e a vista traseira foi “mexida”, com luzes de LED muito mais estreitas. A distância entre-eixos aumentou em 55 mm, o que melhorou o espaço para as pernas nos lugares de trás.

Interior muito diferente

Por dentro, o 308 também mudou. É mantido o painel de instrumentos alto, para ser visto por cima do volante de raio pequeno, que é novo. O painel é digital, tem efeito 3D e é configurável.

A maior diferença está na consola central: um novo ecrã tátil de dez polegadas, com atalhos também táteis de grandes dimensões em rodapé. O sistema de infotainment é mais rápido, melhor organizado, tem um botão “home” e muito melhor definição que no passado.

A Peugeot preferiu colocar as saídas de ar por cima deste novo ecrã, para otimizar a climatização, indo contra a moda dos ecrãs destacados no topo.

Ainda em protótipo

Nas versões com caixa automática, o comando da caixa é uma mini-alavanca “enterrada” na consola, de utilização pouco prática em manobras. Mas tem o mérito de libertar espaço para vários porta-objetos, que a versão com caixa manual não tem.

Apesar de alguns materiais do interior parecerem melhores que no modelo anterior, os exemplares ao dispõr para este primeiro teste ainda eram protótipos, por isso será preciso esperar por unidades finais.

Em estrada com vários motores

Para testar em estrada, tinha disponíveis o PHEV de 225 cv (haverá outro PHEV de 180 cv), o 1.2 PureTech de 130 cv (haverá uma versão de 110 cv) e ainda o 1.5 BlueHDI de 130 cv.

Esta EMP2 V3, junta pela primeira vez o sistema PHEV de 225 cv com uma suspensão traseira de eixo de torção, para limitar os custos.

O percurso, perto da fábrica de Mulhouse onde o 308 já começou a ser feito, incluía autoestrada, estrada nacional e uma pequena parte de estrada de montanha.

Mais confortável

A primeira impressão vem da posição de condução, que beneficia de novos bancos, mais anatómicos. Para alguns condutores, o topo do volante vai continuar a tapar a base do painel de instrumentos, mas o problema foi minorado com os gráficos colocados mais acima.

O tato da suspensão mostrou-se mais confortável que no passado. Mesmo em pisos de má qualidade, o aumento da rigidez faz o novo 308 ser menos sensível ao tamanho das jantes. Tanto com jantes de 17” como de 18”, o conforto é realmente melhor.

A direção está muito assistida, o que, com o volante de raio pequeno obriga a habituação, mas no modo Sport, isso fica parcialmente resolvido.

Dinâmica a confirmar

A duração do teste não deixou ficar com uma ideia completa da dinâmica, a não ser que a prioridade parece ter sido o conforto. Nas poucas curvas feitas mais depressa, pareceu ter um pouco menos de precisão e rapidez na entrada em trajetória. Algo a confirmar em Setembro, aquando dos primeiros testes com as versões finais, um mês antes da introdução no mercado nacional.

Quanto aos motores, o 1.2 Puretech de 130 cv, com caixa automática ou com caixa manual, não mudou. A segunda transmissão pareceu tirar melhor partido da sua suavidade e facilidade de subida de regime. A Peugeot garante que, para motorizações iguais, o peso do 308 não subiu.

Ainda detalhes a afinar

O PHEV de 225 cv, mesmo com a bateria de 12,4 kWh já com pouca carga (carrega em 1h55 numa wallbox de 7,4 kW), consegue levar o 308 a outro nível de performance, desde logo com uma resposta a baixos regimes mais imediata e convincente.

O pedal de travão pareceu precisar ainda de alguma afinação, para ficar mais progressivo. A transmissão automática é quase sempre rápida e suave.

O motor 1.5 BlueHDI Diesel de 130 cv com caixa automática continua perfeitamente atual, tanto em disponibilidade de binário a baixos regimes, como de contenção de ruído e vibração.

Conclusão

A Peugeot fez um bom trabalho de evolução do 308, melhorando todas as áreas em que isso era necessário para subir a competitividade do seu representante no segmento “C”, o mais vendido na Europa. A chegada do PHEV é fundamental e a fábrica de Mulhouse está preparada para mudar a produção para as motorizações mais procuradas a cada momento.

Francisco Mota

(fotos: AIFA/Jorge Cunha)

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