A Nissan levou os seus crossover para testar na neve

Diferentes graus de eletrificação nos SUV-Crossover da Nissan

A Nissan promete manter o domínio entre os crossover

Nissan Juke revelou-se muito ágil

X-Trail demonstrou na neve os benefícios da tração elétrica

O 100% elétrico Ariya mostrou as vantagens do sistema e-4orce

Nissan Qashqai e-Power mostrou as suas capacidades

A Nissan Portugal levou um grupo de jornalistas portugueses a Barcelona — e até aos Pirinéus — para o seu já tradicional evento dedicado aos veículos Crossover. Este é um segmento do mercado em que a Nissan teve um papel fundamental, com o Qashquai, lançado em 2007, ao qual se juntou o Juke, do segmento B, três anos depois.

 

Este segmento reúne características dos modelos convencionais, mas acrescenta uma imagem, altura e posição de condução mais próximas de um SUV. Tornou-se, sem dúvida, uma fórmula de sucesso comercial e um dos grandes pilares da atividade da Nissan, sobretudo na Europa.

Sinal dos tempos, nesta edição do “Crossover Dominion”, os testes na montanha, a Nissan escolheu levar um modelo elétrico e três com dois níveis de eletrificação.

O Qashqai e-Power vê associado um motor elétrico a um motor a gasolina, proporcionando, segundo o construtor, prestações desportivas com o consumo de um Diesel e a sensação de um elétrico.

O X-Trail, de sete lugares, junta a este conjunto mais um motor elétrico, contando assim com tração integral.

A Nissan levou os seus crossover para testar na neve

Ao pé deles, o Juke Hybrid é mais convencional. Sendo um mild hybrid, apresenta a potência conjunta do motor de quatro cilindros com um motor elétrico e uma redução no consumo de 21%.

Finalmente, o elétrico de bateria, o Ariya, também com tração integral e-4orce, mercê dos dois motores elétricos, um para cada eixo.

Dos quase elétricos ao 100% elétrico

Comecei por conduzir o Qashqai, o best-seller da Nissan no velho continente desde há década e meia. A nova geração refina todos os atributos práticos e de facilidade de utilização conhecidos do modelo.

O sistema e-Power é engenhoso, tentando criar a ilusão de se tratar de um elétrico que não precisa de carregar. Para um cliente Qashqai, esta transição cumpre certamente os objetivos. São os motores elétricos que fazem girar as rodas da frente, enquanto o motor a gasolina gera a energia elétrica necessária.

Nissan Qashqai e-Power mostrou as suas capacidades

O som do motor é bastante discreto, exceto quando exigimos mais energia, com acelerações fortes e prolongadas. Como solução de transição, para quem não está disposto ou habilitado a optar por um 100% elétrico, é uma proposta interessante.

Nos restantes parâmetros, parece cumprir bem, com consumos equivalentes, de facto, a um automóvel de características semelhantes a gasóleo.

Híbrido em série AWD

A seguir passei para o X-Trail, também com o mesmo sistema e-Power, mas com um segundo motor elétrico e tração integral. A Nissan comunicou que o X-Trail é fabricado no Japão e objeto de um cuidado particular na sua montagem e controlo de qualidade. A unidade ensaiada estava equipada com um belo interior em pele e, apesar de não possuir qualquer aspeto revolucionário, admito que gostei bastante do tempo que passei a bordo.

X-Trail demonstrou na neve os benefícios da tração elétrica

Ao volante, pude apreciar a sua excelente tração, em todas as circunstâncias, mesmo no pequeno troço com neve. Dentro do género “não-elétrico”, pareceu-me um produto muito bem conseguido, com o bónus de mais dois lugares. Ao contrário das gerações anteriores, tem argumentos para se posicionar noutro patamar face ao Qashqai.

Aiyra e Juke, elétrico e Mild-Hybrid

Com o Aiyra fiz cerca de cem quilómetros e, de um modo geral, fiquei agradado com este modelo. O design exterior é bastante diferente, acentuado pela pintura em dois tons. O interior aproveita bem as características que os veículos elétricos permitem, com um habitáculo amplo, de design minimalista.

O 100% elétrico Ariya mostrou as vantagens do sistema e-4orce

A utilização é naturalmente muito mais refinada do que a dos modelos meramente electrificados, quase silenciosa e com um poder de aceleração e de recuperação superiores.

Finalmente, dei uma volta no Juke que, apesar de ter o sistema mais simples, não desiludiu. Contando com uma potência combinada de 143 cavalos, é bastante ágil, despachado e frugal nos consumos. Nas zonas mais sinuosas mostrou-se particularmente divertido.

Nissan Juke revelou-se muito ágil

De notar que a Nissan dotou todos os modelos presentes com a condução com apenas um pedal, o “e-pedal” que é habitual nos elétricos de bateria, mas não nos electrificados. Esta medida sem dúvida que aproxima mais a condução destes aos primeiros, o que é um aspeto positivo.

Conclusão

Este Crossover Dominion de 2023 mostrou que a Nissan está bem equipada para continuar a ser um “player” de respeito neste tipo de veículos. Também serviu para reforçar que o construtor japonês está a preparar-se bem para os desafios da eletrificação, com vários modelos novos na calha e uma aposta significativa nas baterias em estado sólido. Esta tecnologia tem data prevista de comercialização em 2028, que é já quase ao virar da esquina.

Adelino Dinis

Nissan e-Power: um híbrido diferente dos outros