BYD Dolphin

Dolphin é o primeiro BYD da série Ocean

Jantes de 17" fechadas para melhorar a aerodinâmica

Build Your Dreams chega este ano a Portugal

Nível de equipamento promete ser muito completo

Botões do volante muito pequenos

Painel de instrumentos mínimo

Ecrã tátil central na vertical...

... ou na horizontal

Comando da transmissão é pouco pratico

Inspiração nas ondas do mar

Bancos têm pele vegan

Muito espaço nos lugares de trás

Mala tem 345 litros de capacidade

Motor e tração à frente com 204 cv

Motor de 204 cv mostrou-se enérgico

Aceleração 0-100 km/h em 7,0 segundos

A marca chinesa BYD continua a aumentar a sua oferta na Europa. Depois do Atto 3, Han (já testados no TARGA 67) e do SUV de 7 lugares Tang, agora é a vez do Dolphin. Trata-se de um B-SUV, rival direto do Peugeot e-2008, que vai chegar a Portugal no último trimestre. Saiba quanto vai custar, que autonomia oferece e quais as primeiras impressões de condução.

 

Já aqui o disse nos testes ao Atto 3, o rival do VW ID.3 e também ao Han, rival do Tesla Model S: a BYD está a entrar na Europa com modelos em que o baixo preço está longe de ser o seu principal argumento.

A marca fundada em 1995 e hoje lider de modelos eletrificados recarregáveis (que incluem PHEV e EV) tanto na China como no mundo, suplantando mesmo a Tesla, continua a aumentar a sua oferta na Europa, seguindo um plano de várias vagas, na segunda das quais está integrado o nosso país.

Build Your Dreams chega este ano a Portugal

Apesar de o importador nacional ainda não ter sido anunciado oficialmente, posso dizer que é um dos mais reputados no país, refletindo a política da BYD de se associar aos melhores operadores locais em cada mercado.

Em Portugal, a BYD vai começar a trabalhar ainda no primeiro semestre, com mais detalhes a serem divulgados dentro de pouco tempo.

Dolphin é o quarto

Este Dolphin será o quarto modelo da marca a chegar ao mercado, mas talvez seja o mais importante. Apesar de a marca dizer que se trata de um modelo para o segmento C, onde já tem o Atto 3, a verdade é que os seus 4290 mm o colocam claramente no segmento dos B-SUV, como rival direto do Peugeot e-2008 (4300 mm).

BYD Dolphin

É o primeiro modelo da série Ocean, que se caracteriza pelo desenho inspirado nos oceanos e na sua fauna. O estilo do Dolphin pretende evocar o salto do golfinho no mar, uma imagem que tenho alguma dificuldade em identificar nas linhas genéricas deste modelo.

Dolphin é o primeiro BYD da série Ocean

A frente é bastante convencional e a traseira tem um desenho de luzes traseiras que agora se tornou comum, com ambas unidas por um friso transversal. A mala tem 345 litros de capacidade, abaixo dos 405 litros do e-2008, oferecendo o rebatimento assimétrico do banco traseiro.

Interior original

Por dentro, o Dolphin segue a mesma ideia de estilo, com o tablier a querer fazer lembrar as ondas do oceano, o que se consegue perceber olhando com alguma atenção. Mais óbvio é o formato dos fechos das portas inspirados nas barbatanas verticais do animal que dá nome ao modelo da BYD.

O espaço na frente é mais que razoável e atrás há muito comprimento para os joelhos, devido a uma boa distância entre-eixos de 2700 mm (acima dos 2610 mm do e-2008) e de um piso plano. A unidade que testei era um pré-série, por isso uma apreciação da qualidade dos materiais vai ficar para mais tarde.

Mas da ergonomia posso dizer alguma coisa. O comando da transmissão é um botão de rodar mal colocado e difícil de usar (ver foto na galeria).

O painel tátil central não se mostrou difícil de usar, nos poucos minutos em que lhe dei atenção e a maioria dos botões da consola estão bem colocados. A BYD diz que há 20 porta-objetos no interior, mas não os contei.

O que também há é um sistema elétrico que permite colocar o ecrã tátil na vertical ou na horizontal, mais prático do que parece.

A e-Platform 3.0

O Dolphin usa uma variante da plataforma e-Platform 3.0 da BYD, feita a pensar em veículos elétricos. A bateria é um paralelipipedo esguio, colocado sob o habitáculo e usa uma tecnologia de lâminas, em vez de células cilindricas, fabricada pela própria BYD.

Painel de instrumentos mínimo

A bateria LFP que estará nos modelos de lançamento terá 63 kWh de capacidade, mais tarde estará disponível uma bateria mais pequena. Para já, a autonomia indicada é de 427 km podendo a bateria ser carregada em postos rápidos até 100 kW, onde demora 29 minutos para ir dos 30 aos 80% de carga. Também pode ser carregada a 11 kW AC.

8 em 1

O grupo motriz está colocado à frente e move as rodas dianteiras, sendo descrito pela marca como um “8 em 1” numa alusão à montagem conjunta de todos os seus elementos principais. O motor debita 150 kW (204 cv) e 290 Nm, sendo a aceleração 0-100 km/h anunciada em 7,0 segundos, com 160 km/h de velocidade máxima.

Comando da transmissão é pouco pratico

Este primeiro teste foi muito curto e restrito a condução em pista, num percurso delimitado por cones. A ideia era reproduzir uma condução em cidade, não uma condução desportiva. As conclusões não foram muitas, mas algumas ficaram claras.

Primeiro teste muito curto

Boa posição de condução, bom tato da direção e curto raio de viragem. Do conforto, não posso falar, mas a resposta do motor é muito boa, como seria de esperar. Experimentei os modos de condução Eco, Normal e Sport e nota-se a diferença na prontidão da resposta.

A regeneração na desaceleração é pouco intensa, nos dois níveis que se podem escolher, mas isso parece ser uma filosofia da marca, pois também já tinha encontrado isso quando testei os Atto 3 e Han.

Motor e tração à frente com 204 cv

Acelerando um pouco mais, deu para perceber que, à volta dos cones, a suspensão controla bem os movimentos da carroçaria, o Dolphin não tem exagerada inclinação lateral e a frente é rigorosa o suficiente para este segmento.

O modelo já está à venda na China, mas para a Europa a suspensão foi modificada e a estrutura da frente reforçada, para melhor resistir aos chash-tests da EuroNCAP.

Muito equipado

A lista de ajudas eletrónicas à segurança é muito completa, a de equipamento de série e opcional também. Vão estar disponíveis quatro versões, com algum destaque para a possibilidade de personalização do exterior e interior.

Aceleração 0-100 km/h em 7,0 segundos

Falta falar de preços. Ainda sem valores definidos, foi dado um intervalo entre os 30 000 e os 38 000 euros, consoante as versões e os mercados. Note-se que o valor mais baixo será para a bateria mais pequena. Um Peugeot e-2008 custa a partir de 37 770 euros, mostrando o posicionamento a que a BYD aponta.

Conclusão

Até 2024, vão estar abertos 500 pontos de venda BYD na Europa, muitos deles chamados “pioneer stores”, lojas no centro das cidades, onde os clientes podem tomar contacto com os veículos, encomendar e concluir a compra. A assistência técnica será feita noutras instalações. Para Portugal estão previstas duas lojas, em Lisboa e Porto e duas instalações com oficina, em Gaia e em Cascais. No próximo mês de Maio, terei mais detalhes para dar sobre a BYD em Portugal.

Francisco Mota

Ler 2 Primeiros testes BYD, segundo os LINKS:

Primeiro Teste – BYD Atto 3: Elétrico chinês está à altura?

Primeiro Teste – BYD Han: O verdadeiro anti-Model S