Frente com imensa personalidade honra a história da Alfa Romeo

Traseira lembra modelos do passado da marca

As vendas do Tonale vão ser reforçadas com o Plug-In Hybrid Q4

Este é o "elletro-biscione" do PHEV

Pneus 235/40 R20 Pirelli PZero e jantes de desenho clássico

Perceção de qualidade do Tonale está ne média dos concorrentes Premium

Painel de instrumentos digital com indicador de carga/descarga

Ecrã tátil central não é difícil de usar

Azul no tablier é uma das cores ambientes possíveis

Botão e-Save guarda energia da bateria e também carrega em andamento

Botão ADN para os modos de condução, amortecimento e ESC

Bom espaço nos lugares da segunda fila, mas só para dois

Atitude desportiva em estrada, como se espera do Tonale

Silheuta de SUV quase coupé no Tonale

Potência máxima combinada de 280 cv com tração às quatro rodas

Direção demasiado leve, para as prestações do PHEV

Poucas diferenças por fora, na versão PHEV

A versão mais potente do Alfa Romeo Tonale foi apresentada e usa uma motorização híbrida “plug-in” com tração às quatro rodas. Já o guiei em Itália, num primeiro teste a partir da histórica fábrica de Pomigliano D’Arco, onde é produzido.

 

Partilhando a mesma plataforma e o mesmo sistema híbrido “plug-in” com o parceiro do grupo Stellantis, o Jeep Compass, a versão Plug-in Hybrid Q4 do Tonale é, contudo, um automóvel muito diferente.

Das evoluções feitas ao nível da estrutura e da suspensão, já aqui falei no teste à versão “mild hybrid”. Mas a marca italiana também evoluiu o sistema PHEV face ao Compass.

Este é o “elletro-biscione” do PHEV

Desde logo em termos de potência máxima combinada, que sobe dos 240 cv, do Jeep aos 280 cv, do Tonale. E as diferenças não se ficam por aqui.

PHEV em nova evolução

O sistema híbrido recarregável emprega o motor a gasolina de quatro cilindros turbocomprimido 1.3 MultiAir a debitar 180 cv de potência máxima e 270 Nm de binário máximo.

Através de uma caixa automática de seis relações com conversor de binário, faz mover exclusivamente as rodas da frente. Tem ainda integrado um gerador/motor de arranque de 33 kW (45 cv) e 53 Nm que é usado para o arranque e mover o Tonale a baixas velocidades, tipicamente em manobras, além de carregar a bateria.

Frente com imensa personalidade honra a história da Alfa Romeo

No diferencial traseiro está integrado um motor elétrico de 90 kW (122 cv) e 250 Nm que move exclusivamente as rodas de trás. Não existe veio de transmissão entre o motor e o eixo traseiro.

Bateria ao centro

No seu lugar está instalada a nova bateria de 15,5 kWh, com 84 células fornecidas pela CATL. Esta é a maior diferença para o Compass PHEV, que tem uma bateria de 11,4 kWh fornecida pela LG Chem.

Traseira lembra modelos do passado da marca

Esta mudança de capacidade e de fornecedor foi o que demorou mais tempo, pois obrigou a novos protocolos de validação. Em nove meses, a bateria foi sujeita a uma utilização equivalente a 240 000 km, com 2000 ciclos de carga/descarga.

Só assim a marca pode oferecer uma garantia de 8 anos ou 160 000 km. A localização da bateria permitiu baixar o Centro de Gravidade em 3% e a distribuição de pesos pelos dois eixos é de 53/47 (fr./tr.), contra os 59/41 daquele que a Alfa Romeo considera o concorrente mais direto, o Volvo XC40 Recharge T5.

Autonomia até 80 km

Com a nova bateria, a autonomia anunciada em modo elétrico é de 80 km, em ciclo urbano e de 69 km, em ciclo misto sendo a velocidade máxima de 135 km.

Perceção de qualidade do Tonale está ne média dos concorrentes Premium

A carga completa da bateria demora 2h30 a fazer numa wallbox de 7,4 kW AC e 1h30 para fazer os 0 a 80%. É a primeira vez que esta bateria é usada na Stellantis, pesa 118 kg mas não é compatível com carregadores rápidos DC.

Botão ADN para os modos de condução, amortecimento e ESC

A Alfa Romeo garante que o sistema elétrico assiste o motor a gasolina até aos 180 km/h, depois é o 1.3 MultiAir a levar o Tonale até aos 206 km/h. A aceleração 0-100 km/h demora 6,2 segundos.

Modos de condução redefinidos

Os modos de condução são os mesmos dos outros Tonale, os conhecidos A, D e N mas adaptados a esta motorização. Em Advanced Efficiency, o modo 100% elétrico, a regeneração na desaceleração é mínima, para deixar o Tonale rolar.

Mas, nas descidas mais íngremes, a própria regeneração faz atuar o modo e-Coasting que limita a velocidade a 50 km/h, quando se tiram os pés dos pedais. Contudo, é possível ajustar essa velocidade com o acelerador ou travão.

Botão e-Save guarda energia da bateria e também carrega em andamento

Em modo Natural, entra-se num nível médio de regeneração e no modo Dynamic a regeneração é máxima. O modo mais desportivo muda também o amortecimento para o nível mais firme, mas há um botão para descer ao nível menos firme. O mesmo botão que muda entre os modos, também serve para desligar o ESC.

Cidade e um pouco de serra

Neste primeiro teste, foi possível guiar a nova versão em ambiente urbano, onde o modo elétrico mostrou grande facilidade em mover os 1835 kg com suavidade e decisão.

Atitude desportiva em estrada, como se espera do Tonale

A suspensão de afinação desportiva e os pneus 235/40 R20 resultam num pisar pouco confortável nos pisos menos que perfeitos. A direção é bastante direta, mas demasiado assistida, ficando muito leve. O pedal de travão não mostrou dificuldade de doseamento, nem na passagem da regeneração para a fricção.

Passando ao modo Natural, o primeiro modo híbrido, a entrada do motor a gasolina nem sempre é suave mas, ainda em ambiente urbano, o modo elétrico faz quase todo o trabalho, desde que a bateria tenha carga.

Silheuta de SUV quase coupé no Tonale

Existe um botão “e-Save” na consola que serve para manter a carga na bateria, para usar mais tarde e também para carregar a bateria em andamento.

Um som mais Alfa Romeo

No modo Dynamic o Tonale ganha outra “tensão”, não só em termos de resposta ao acelerador como de intervenção mais decidida do motor a gasolina, que passa também a emitir um som mais de acordo com a história da marca.

Direção demasiado leve, para as prestações do PHEV

E isso, através dos seus dois escapes de grande diâmetro, específicos desta versão. Há também um “elettro-biscione” no vidro de custódia traseiro esquerdo, para identificar este Q4 PHEV.

O percurso de autoestrada denunciou algum ruído de rolamento, típico dos pneus Pirelli PZero, mas poucos de origem aerodinâmica. Em estrada secundária, a força combinada dos dois motores torna a experiência de condução bem mais entusiasmante que nas outras versões, com acelerações convincentes.

Poucas diferenças por fora, na versão PHEV

A suspensão mantém um bom controlo das massas, em curvas mais rápidas, os pneus resistem bem à sub-viragem e a tração nunca é um problema. Em curvas mais lentas, acelerando forte na segunda metade, é possível obter um indício de sobreviragem que ajuda o Tonale a rodar e dá diversão à condução.

Conclusão

Este Plug-In Hybrid Q4 emite 26 g/km de CO2, o que permite fazer descer a média de emissões da gama Tonale em 40%. As encomendas já abriram com entregas para o início de 2023 com a Edizione Speciale de lançamento a custar 51 800 euros e a Veloce a tocar nos 56 300 euros.

Francisco Mota

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