O primeiro Skoda Octavia foi lançado em 1959 e, de então para cá, já se fizeram mais de sete milhões. Com a entrada na quarta geração, o verdadeiro coração da Skoda dá mais um passo numa carreira notável.

 

Octavia quer dizer oitavo, em Latim. Foi o oitavo modelo lançado pela Skoda com aquele que era, na altura, um novo tipo de suspensão independente e foi também o oitavo modelo lançado após o final da segunda guerra mundial. Mas rapidamente se assumiu como o primeiro modelo da marca.

A Skoda chama-lhe o coração da marca e não é um exagero, considerando que a produção ultrapassou já os sete milhões de unidades, sendo o modelo mais vendido de sempre na marca.

Com uma certa dose de humor, a marca diz que, se colocasse todos esses Octavia em fila, o “engarrafamento” tinha o comprimento equivalente à distância entre Mladà Boleslav, a sede da marca na República Checa e Sydney, na Austrália. E volta!

O oitavo tornou-se no primeiro

O Octavia tornou-se no modelo mais importante da marca, sobretudo a partir da era moderna, em 1996, quando a primeira geração, feita em colaboração com a Volkswagen, foi lançada.

De então para cá, o Octavia já foi produzido em mais de 7 milhões de unidades, em quatro fábricas localizadas na República Checa, China, Rússia e Índia. Hoje, representa cerca de 40% da produção da marca.

As vendas do Octavia trazem à tona a verdadeira dimensão de um modelo que é vendido em 46 mercados diferentes.

No mercado doméstico é o “best-seller” há 30 anos consecutivos, tendo também chegado a liderar as tabelas de vendas em mercados tão diversos como o da Polónia, Áustria, Finlândia e Suiça.

Como foram as vendas em 2019

Só em 2019, o Octavia foi vendido em 364 000 unidades em todo o mundo, mais do que as 360 000 unidades em que foi vendido o modelo clássico, entre 1959 e 1971. A distribuição por mercados é também muito interessante.

Um 2019, o mercado mais importante para o Octavia foi o da China, com 78 200 unidades, representando 21% do total das vendas. Segue-se a Alemanha, com 55 200 unidades, onde é o modelo importado mais vendido no país. Em terceiro lugar vem a Rússia.

Num modelo com tanta história, não admira que existam muitos números curiosos sobre a carreira do Octavia. A Skoda destaca alguns, pelo contraste e pelo que mostram da evolução do automóvel.

O contraste dos números

Em 1996, as jantes disponíveis iam das 14” às 16”. Hoje, a oferta começa nas 16” e chega até às 19”, estando disponíveis 17 desenhos diferentes de jantes!

Outro dado curioso, que mostra bem o aumento constante da complexidade de cada nova geração, é o comprimento total da cablagem utilizada nos sistemas elétricos e eletrónicos de cada unidade, que pode chegar aos cinco quilómetros.

Hoje, cada Octavia pode ter até vinte sensores na carroçaria, um deles funciona com o carro estacionado e deteta a aproximação de um ciclista por trás, até uma distância de 35 metros, avisando o condutor do Octavia para não abrir a porta e evitando um acidente.

Outro facto curioso tem a ver com o sistema de reconhecimento de voz que utiliza uma assistente virtual, a Laura. É capaz de entender 15 idiomas e de falar seis deles, ajudando assim o condutor a partir do momento em que diz “OK, Laura!”

Recorde de velocidade

Mas talvez um dos feitos mais inesperados do Octavia tenha sido alcançado em 2011, quando o importador da Skoda para o Reino Unido decidiu preparar uma unidade para atingir a maior velocidade possível.

Usando o conhecido motor 2.0 turbo a gasolina, devidamente vitaminado, suspensão rebaixada, redução de peso e detalhes aerodinâmicos melhorados, esse Octavia atingiu os 365 km/h no lago salgado de Bonneville, no deserto do Utah, nos EUA.

Agora chegou a quarta geração e o Octavia deu mais um salto importante naquilo que tem para oferecer às famílias que o preferem.

Chega a quarta geração

Sessenta anos depois do primeiro Octavia, que foi vendido em carroçaria berlina de duas portas e Break, a quarta geração do Octavia surge no mercado com as duas opções que já se consagraram como as preferidas do mercado: berlina de cinco portas com perfil coupé e a Break. A Octavia Break é a carrinha mais vendida na Europa.

Usando a renovada plataforma MQB Evo, partilhada com inúmeros modelos do Grupo VW, o novo Octavia cresceu em dimensões com mais 19 mm de comprimento (mais 22 mm na Break) e mais 15 mm de largura, mantendo a mesma distância entre-eixos.

O aumento das cotas reforçou o posicionamento do Octavia no topo do segmento, no que à utilização do espaço interior diz respeito. A mala tem mais 10 litros, na berlina, atingindo os 600 litros. Na Break, o volume cresceu 30 litros, chegando aos 640 litros.

Nova linguagem de estilo

Mas não é só a habitabilidade que define o Octavia. A estética sempre foi um dos seus argumentos, com uma mistura equilibrada entre originalidade e discrição.

A quarta geração adota a nova linguagem de desenho da Skoda, com uma grelha mais proeminente e de contornos mais marcados, bem como faróis mais esguios, disponíveis em LED ou em Matriz de LED, para evitar encandear os outros utentes da via.

O perfil é marcado por várias linhas bem vincadas e fazem a ligação com os farolins traseiros, que passaram a ser também de LED.

O interior mostra como a Skoda tem evoluído a partir de uma marca que, há trinta anos, apostava tudo no “value for money” mas que tem vindo a percorrer um caminho na subida de qualidade e de posicionamento.

Mais conteúdo e melhor qualidade

Materiais de alta qualidade, para o segmento dos familiares compactos, bem como elevados níveis de equipamento são os pontos-chave e olhando com algum cuidado é possível encontrar exemplos disso.

A quarta geração passou a ter disponíveis bancos Ergo, com formato mais ergonómico, dotados de programa de massagens, aquecidos e ventilados.

Também pela primeira vez no Octavia, está disponível um Head Up Display e uma versão da climatização Climatronic com três zonas distintas de temperatura.

O novo volante de dois braços pode ser aquecido em opção e tem vários botões que permitem ao condutor aceder a 14 funções diferentes.

O Octavia tem também luz ambiente interior em LED, regulável em dez cores diferentes, vidros laterais acústicos para melhor isolamento do ruído exterior e entrada sem chave, só para dar mais três exemplos do nível a que o modelo chegou.

O “virtual cockpit”

O painel de instrumentos utiliza o “virtual cockpit”, um display digital configurável; e o monitor central tátil está disponível em medidas que vão das 8,25” até às 10”, com possibilidade de comando por gestos e por voz.

Através do cartão eSim integrado, o Octavia está sempre online, desde logo garantindo a obrigatória chamada de emergência eCall. Mas podem ser incluídas outras ligações úteis ou de entretenimento.

Existem até cinco portas USB-C no interior, e carregamento da bateria do smartphone por indução, bem como ligações Android Auto e Apple Carplay.

“Simply clever”

Também não faltam as ideias típicas da Skoda, aquelas pequenas soluções a que nenhum outro construtor dá importância, mas que todos os utilizadores dão valor.

A Skoda chama-lhe “simply clever” e no Octavia incluem coisas como um compartimento dentro das portas dianteiras, onde pode ser guardado um guarda-chuva ou uma escova de limpeza do habitáculo.

Quanto à condução, além do travão de mão elétrico, a caixa de velocidades de dupla embraiagem DSG passou a ter funcionamento “shift by wire”, por isso a tradicional alavanca foi substituída por um comutador muito mais pequeno.

E quanto às ajudas ao condutor a lista é realmente muito extensa, com destaque para o “predictive cruise control” que utiliza informação do GPS e do sistema de reconhecimento de sinais de trânsito, entre outros, para gerir a velocidade de cruzeiro.

O assistente de engarrafamentos, a travagem de emergência, manutenção na faixa de rodagem, câmaras de 360 graus e muitos outros, passam a estar disponíveis no Octavia.

Se o pior acontecer, estão lá nove airbags para intervir, incluindo um para os joelhos do condutor, além de toda a estrutura, projetada para ter o melhor desempenho em caso de acidente e que recebeu cinco estrelas nos testes Euro NCAP.

Gasolina, gasóleo, híbridos e gás natural

Falando de motores disponíveis, a quarta geração Octavia tem pela primeira vez uma opção híbrida “plug-in”, o Octavia iV. Usa um motor 1.4 TSI a gasolina de 150 cv e um motor elétrico de 85 kW acoplado para atingir uma potência máxima combinada de 204 cv, com binário máximo de 350 Nm.

A bateria de 13 kWh anuncia uma autonomia de 60 km em modo 100% elétrico, com velocidade máxima de 140 km/h; e pode ser carregada numa wallbox de 3,6 kWh, bastando 2h33m para chegar aos 80% de carga.

Surpresa para alguns, o Octavia RS iV é uma das mais recentes novidades da gama, juntando a performance típica dos RS aos baixos consumos e emissões dos “plug-in”. Anuncia 245 cv e 400 Nm o que chega para acelerar dos 0 aos 100 km/h em 7,3 segundos e atingir os 225 km/h.

Para os mercados em que a distribuição de gás natural está mais desenvolvida, também existe uma versão que consome esse combustível, a G-Tec.

Os térmicos “mild-hybrid”

A oferta de motorizações passa também pelos motores a gasolina 1.0 TSI (110 cv) e 1.5 TSI (150 cv), disponíveis em versões e-TEC “mild-hybrid” de 48 Volt se associados a caixas DSG.

Mas a Skoda não abandonou os motores Diesel, pelo contrário. O motor 2.0 TDI está disponível na nova versão TDI Evo, com uma descida de emissões de NOx de 80%. Há duas versões Diesel, com 116 cv e 150 cv.

Conclusão

Quando o primeiro Octavia foi apresentado, há mais de 60 anos, tinha um motor de quatro cilindros e 1,1 litros, com 40 cv, tração traseira e uma caixa de quatro velocidades manual. Chegava a uma velocidade máxima de 110 km/h.

Hoje, o coração da Skoda é um modelo bem diferente, que continua a oferecer uma notável relação preço/produto mas que, em várias áreas, se posiciona no topo do segmento dos familiares compactos.

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