Nas vésperas do regresso do GP de Portugal, no fabuloso circuito de Portimão, surge um novo livro que lembra os tempos em que o Grande Prémio foi disputado nas ruas de Cascais. Uma viagem ao início dos anos sessenta, quando as corridas eram muito diferentes.

 

O “timming” não podia ter sido melhor escolhido. Nas vésperas do regresso do GP de Portugal de Fórmula 1, vinte e quatro anos depois do último, é lançado um livro que nos recorda uma outra altura, em que o Grande Prémio de Portugal era disputado nas ruas de Cascais.

O livro tem por título “Circuito de Cascais, 1963 a 1966” e retrata com incrível detalhe todas as edições realizadas neste traçado citadino na primeira metade da década de sessenta.

O circuito de Cascais surgiu como solução temporária, depois de o Circuito da Boavista, onde se tinha realizado o último GP de F1 em 1960, ter sido desativado. E antes de ser estreado o Circuito do Estoril, em 1971.

Na verdade, em 1963 não existia nenhum circuito nacional capaz de receber corridas internacionais, por isso Cascais foi a solução encontrada para criar um traçado que pudesse acolher as melhores equipas do mundo. Até pelas condições existentes na vila, habituada a receber turistas e visitantes ilustres.

GP nas ruas de Cascais

Entre 1963 e 1966, o Circuito de Cascais acolheu três Grandes Prémios, sendo de notar que, na altura, a designação GP era utilizada para a corrida mais importante realizada em cada país, fosse de carros de F1 ou de outras categorias.

A F1 não passou por Cascais, mas os monolugares de Fórmula 3 e os melhores carros de Turismo e de GT da altura fizeram abanar o público que assistiu às corridas, com os seus fabulosos sons.

Imaginem ouvir um motor de F3 com 1.0 litros de cilindrada a gritar até às 10 000 rpm!… Ou ver passar carros tão icónicos como o Ferrari 250 GTO V12, esse mesmo, o original que fez em Cascais a sua única corrida em solo nacional.

Um livro com histórias

No livro da autoria de Adelino Dinis, todas as histórias desses anos em que Cascais foi o circuito mais importante do país, são contadas com conhecimento e paixão. A coleção de fotografias incluída no livro é incrivelmente completa e, em muitos casos, com instantâneos espetaculares.

Há uma preocupação, quase uma obsessão, em identificar todos os carros e todos os pilotos, em todas as fotos o que, só por sí, já é um trabalho imenso. No final, lá estão todas as classificações de todas as corridas, com a identificação dos carros e dos seus motores.

O grafismo e a capa são da autoria de Ricardo Santos que fez aqui mais um magnífico trabalho, dando um ar moderno a um tema antigo, o que nem sempre é fácil. O papel é de alta qualidade e a capa dura e brilhante.

De resto, são 160 páginas e 209 fotografias de puro prazer, para quem gosta de mergulhar na história do automobilismo nacional. E até os estrangeiros são bem-vindo a esta obra, pois o livro está escrito em português e inglês. Custa 40 euros e pode ser encomendado através deste email: [email protected]

Francisco Mota

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