A DS apresentou aos jornalistas algumas das novidades técnicas do novo DS4, durante uma conferência digital. No final, esperava-se uma primeira imagem do carro, mas ainda não foi desta.

 

A entrada da DS no segmento dos compactos premium estava anunciada há algum tempo. É o passo lógico, se a marca quer aumentar o volume de vendas, juntando-se ao DS3 Crossback, DS7 Crossback e ao anunciado DS9.

Mas o plano de entrar no segmento C-Premium durante o primeiro trimestre de 2021 implicava um confronto direto com os pesos pesados da Alemanha, nomeadamente o Classe A, que lidera nas vendas. Talvez a DS não se sinta ainda preparada para um tal embate, o certo é que evitou a comparação e escolheu outro caminho.

Ironicamente e à falta de uma fotografia, os homens da DS descrevem o novo modelo como “uma espécie de GLA da primeira geração” e acabam por indicar o Lexus UX como o seu principal rival. O que é um posicionamento inteligente, mas que terá de ser validado após ver o DS4.

Para já, numa conferência digital a que tive acesso, a DS mostrou alguns dos detalhes técnicos do novo DS4, a começar pela esperada utilização da plataforma EMP2, conhecida de muitos modelos da PSA, mas numa versão nova.

Plataforma EMP2 melhorada

A EMP2, que foi estreada no Peugeot 308, serve assim para a entrada da DS na sua terceira geração de modelos, pelo menos a nível estético, depois da primeira ter sido feita com base em modelos Citroën e da segunda que está neste momento à venda.

A aposta num design mais polarizador parece ter sido o caminho, a julgar pelas poucas imagens “teaser” que foram mostradas na conferência digital, onde ganham destaque as enormes luzes de dia verticais.

Quanto à plataforma EMP2 foi melhorada com a introdução de mais super adesivos na sua montagem, bem como novos materiais compósitos e estampagem a quente que fazem subir a rigidez. Também recebeu um piso redesenhado, um novo A/C mais eficiente e foi sujeita a mais “crash-tests”.

Só “plug-in”, não VE

No DS4, a EMP2 vai apresentar-se exclusivamente com suspensão traseira semi-independente de eixo de torção, mesmo nas versões “plug-in”, ao contrário do que acontece por exemplo no Peugeot 3008, que tem suspensão traseira independente, precisamente nos PHEV.

A plataforma continua a não poder receber uma versão 100% elétrica, por isso a opção híbrida “plug-in” será a versão de 225 cv e tração à frente já conhecida de outros modelos da PSA, associada à caixa automática de oito. As outras motorizações são o 1.2 PureTech, o tricilindrico turbo com 130 cv e o 1.5 BlueHDI Diesel, com 125 cv, ambos disponíveis apenas com a referida caixa automática.

A DS garante que a versão “plug-in” terá mais de 50 km de autonomia em modo elétrico, pelas normas WLTP, sendo constituída por um motor 1.6 turbo a gasolina de 180 cv e um motor elétrico associado de 110 cv. Os tempos de recarga da bateria vão das 1h36, numa wallbox às 7h00, numa tomada doméstica.

Mais eletrónica

Os sistemas eletrónicos de ajuda à condução também foram melhorados, usando agora quatro câmaras para recolher informação e incluindo uma função de redução automática de velocidade na aproximação a uma curva, se usado o cruise control adaptativo, coordenado com o GPS.

Outras novidades são a inclusão dos sistema “night vision”, já conhecido do DS7 e da realidade aumentada, com mais gráficos incluídos no Head-Up Display.

O sistema de infotainment recebe um sistema de comando por gestos, o “smart touch” que a DS afirma ser mais rápido que o usados noutros modelos, por empregar um algoritmo semelhante ao dos smartphones, em vez de uma câmara. E pode também receber atualizações “over the air”.

No departamento da dinâmica, o DS4 terá também a suspensão de amortecimento adaptativa comandada por vídeo, já conhecida do DS7, mas que é uma novidade no seu segmento.

Conclusão

A DS espera ter uma gama de seis modelos até ao final do ano que vem, de modo a poder rivalizar mais de perto com as marcas premium. Uma curiosidade, o DS4, será produzido na fábrica alemã da Opel, em Rüsselsheim.

Francisco Mota

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