2019 Opel Corsa-e

Depois de a PSA comprar a Opel à GM, o Corsa é o primeiro grande lançamento da marca alemã. Usa a mesma plataforma e motores do novo Peugeot 208, mas será isso um problema?

 

Quando a PSA juntou a Opel à Peugeot, Citroën e DS no seu grupo, alguns disseram que a marca alemã iria perder personalidade. Com a apresentação do novo Corsa, essa questão começa agora a ter maneira de ser respondida de forma clara.

Antes do Corsa, já o CrosslandX e o GrandlandX tinham mostrado que era possível usar as bases dos Peugeot 2008 e 3008 para produzir modelos que não perderam a identidade Opel.

Mas com o Corsa é diferente. Desde que foi lançado o primeiro, em 1982, as sucessivas gerações do utilitário alemão venderam 13,6 milhões de unidades, sendo um dos mais vendidos modelos da marca e da Europa, com destaque para o Reino Unido, onde o Vauxhall Corsa esteve entre os mais vendidos até ao final da geração que agora termina.

Continuidade no estilo Opel

O novo Corsa aparece com um visual próximo ao dos mais recentes lançamentos da Opel e muito diferente do seu antecessor. Um estilo que sugere dimensões consideravelmente maiores, apesar de a fita métrica mostrar que as diferenças não são muito grandes.

A altura foi reduzida (48 mm), tal como a largura (1 mm), mas o comprimento cresceu (39 mm) e a distância entre-eixos também (20 mm).

São “truques” nos detalhes de estilo que criam essa impressão de maior volume, tais como traços que fazem a traseira parecer mais larga, ou vincos que sublinham o comprimento, na vista lateral. Resultando num carro que se posiciona bem melhor no segmento que o Corsa anterior.

A grelha dianteira tem um desenho próximo ao dos mais recentes Opel, como os SUV ou o Insignia, reforçado com os faróis com a “asa Opel” que já se conhecia de outros modelos.

Melhor por dentro

Por dentro, o Corsa também exibe alguns componentes PSA, como a alavanca da caixa automática ou o painel de instrumentos e o monitor central do infotainement. Mas o desenho geral do tablier é diferente e facilmente identificável como Opel, marcando presença o volante do Opel GrandlandX.

Ainda sem os ter experimentado, a Opel afirma que manteve no Corsa os bancos mais firmes que o habitual dos produtos PSA, pois isso trata-se de uma característica típica dos Opel, apreciada pelos seus clientes habituais.

A ergonomia parece estar bem resolvida, desde logo com a colocação dos comandos da climatização fora do sistema de infotainment, ficando assim ao alcance da mão, sem necessidade de desviar os olhos da estrada.

A Opel ainda não deu muitos detalhes do interior, mas é de esperar que a maior distância entre-eixos da plataforma CMP tenha melhorado o espaço nos lugares traseiros.

Motores PSA

Do lado dos motores, ainda não há informação oficial, mas a oferta será integralmente oriunda do banco de órgãos da PSA, começando com três versões do motor a gasolina de três cilindros 1.2 PureTech (75, 100 e 130 cv) e uma versão do motor Diesel 1.5 BlueHDI (100 cv), disponíveis com caixas de velocidades manuais de cinco ou seis relações e uma automática.

Claro que a grande novidade é a disponibilidade de uma versão 100% elétrica, o Corsa-e que foi o escolhido para as primeiras fotografias, também porque as diferenças para as versões com motor de combustão são mínimas, em termos de estilo.

Corsa-e igual a e-208

O Corsa-e partilha tudo com a versão elétrica dos já apresentados novos Peugeot e-208 e DS3 Crossback E-Tense. Emprega um motor elétrico de 136 cv, colocado à frente e movendo o eixo dianteiro através de uma caixa de relação única.

A bateria tem uma configuração em “H” e está disposta sob os dois bancos da frente, dentro do túnel central e sob o banco traseiro. Trata-se de um conjunto com módulos de iões de Lítio, com 50 kWh e anunciando uma autonomia WLTP de 330 km.

A Opel diz que o carregamento até 80% da capacidade se faz em 30 minutos, desde que usado um dos (ainda raros) carregadores rápidos de 100 kWh.

Numa tomada doméstica, uma carga completa demora 8h00 e numa “wallbox” de 11 kW a mesma tarefa faz-se em 5h15m. A Opel anunciou uma velocidade máxima limitada a 150 km/h, para poupar a bateria e aceleração 0-100 km/h em 8,1 segundos.

Há três modos de condução: Eco, Normal e Sport e também dois níveis de regeneração, D e B, o segundo mais intenso nas desacelerações e travagens.
O lançamento do Corsa está previsto para o Outono, mas a versão elétrica só chegará na primavera do próximo ano.

Conclusão

Ainda sem o ter guiado, as primeiras informações e impressões sobre a nova geração do Corsa mostram que a PSA soube utilizar os seus componentes de base, a plataforma e os motores, para criar um modelo que se diferencia totalmente dos produtos das outras marcas do grupo. O estilo, tanto exterior como interior, são fatores suficientes para manter a identidade do Corsa. Resta saber se o mesmo se poderá dizer em relação ao desempenho dinâmico.