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Num segmento em que 80% das vendas são carros de serviço, o novo A3 reforçou os argumentos para rivalizar com os compactos premium. E um “plug-in” vem a caminho.

 

Desde que o primeiro A3 chegou a Portugal, em 1996, que ganhou uma posição relevante no nosso mercado, tendo essa primeira geração atingido as 14 000 vendas, no nosso país.

A segunda geração foi lançada em 2004 e acrescentou as carroçarias Sportback de cinco portas e o Cabrio, ultrapassando a marca das 21 000 unidades, em Portugal.

Depois veio a terceira geração, em 2013, que adicionou a carroçaria limousine e que fechou o “score” nas 16 000 vendas.

Em 24 anos de carreira, o A3 vendeu 50 000 exemplares em Portugal e cinco milhões, em todo o mundo. Um caso de sucesso.

Um quarto das vendas em Portugal

No nosso mercado, o A3 tem representado 25% das vendas de todos os Audi, mas esse valor vai baixar com o alargamento da gama e com a subida dos SUV. A estimativa da SIVA aponta para as 1000 a 1200 unidade por ano.

Até agora, 79% das vendas foram entregues com motorizações Diesel, a última das quais foi o 1.6 TDI de 116 cv, que o grupo deixou de produzir.

Garantir que cumpria as normas de emissões, sem gastar uma fortuna em modificações, revelou-se uma equação sem solução.

Para o seu lugar veio o 30 TDI com o 2.0 TDI com os mesmos 116 cv, que assim protege os interesses da marca nas vendas para frotas.

Esta será a motorização mais vendida, na mesma proporção para as motorizações a gasolina, sobretudo numa versão especial para frotas, que lhes vai custar 27 490 euros.

E para os privados…

Para o cliente privado, a mesma motorização, numa versão melhor equipada, custará 32 557 euros (o anterior 1.6 TDI Sportback custava 32 040 na versão base). Mas é provável que muitos optem pelas motorizações a gasolina de que a gama tem duas muito interessantes.

O 30 TFSI, com o 1.0 TSI de 110 cv e 200 Nm (28 631 euros) e o 35 TFSI MHEV com o 1.5 TSI de 150 cv (34 628 euros).

O primeiro motor tem três cilindros, o segundo tem quatro, caixa s-tronic de dupla embraiagem e um sistema “mild-hybrid” de 48V com o binário a subir aos 250 Nm.

Também disponível o 35 TDI com um renovado 2.0 TDI de 150 cv (40 869 euros) equipado com dupla injeção de Ab blue, que lhe faz baixar as emissões de NOx em 80%.

Plataforma MQB Evo

São motorizações já apresentadas na oitava geração do VW Golf e também no Seat Leon, modelos com os quais o novo A3 continua a partilhar a última evolução da mesma plataforma MQB Evo.

A distância entre-eixos não mudou, sinal de que o espaço interior deve ser o mesmo, tal como a mala que mantém os 380 litros. Mas o desenho evoluiu dentro daquilo que já se tinha visto nos últimos modelos da Audi.

Lá estão os alargamentos das cavas das rodas mais pronunciados, a grelha “single frame” com fundo em “favo de mel” e entradas de ar ativas que reduzem o Cx em 5%, chegando aos 0,28.

Logo acima, estão as três entradas de ar tipo caixa de correio, inspiradas no Sport quattro dos ralis dos anos oitenta.

A carroçaria de três portas desapareceu e será lançada até final do ano a versão limousine de quatro portas e três volumes.

Habitáculo melhorado

Por dentro, pelo que se pode ver nas imagens e na tele-conferência, pois ainda não vi o carro ao vivo, há alguns detalhes interessantes.

O monitor central tátil está integrado na consola, em vez de estar no topo, como agora é tendência.

O painel de instrumentos também é digital e as duas saídas de ar para a climatização, do lado do condutor, estão uma de cada lado do painel de instrumentos.

Os comandos da climatização estão separados na consola, mas o botão de regulação do volume foi substituído por um painel tátil, o que não me parece boa ideia. Terei que experimentar.

Mais equipamento

Reforço da conetividade e das ajudas eletrónicas à condução (câmara de 360 graus, aviso de saída do habitáculo, entre outras) estão no menu.

A gama divide-se em três versões de equipamento: Base, Advanced e S-Line. A terceira tem suspensão desportiva e jantes de 17”, as outras ficam-se pelas 16” o que é mais do que suficiente.

Numa nota ecológica interessante, o tecido dos bancos usa 89% de fibras plásticas recicladas de garrafas de água usadas.

No final do ano será a vez de ser lançada a versão “Plug-in” e no próximo ano os desportivos S3 e RS3, todos com carroçaria de cinco portas.

Conclusão

Num segmento em que o Mercedes-Benz Classe A tem dominado por completo nos últimos tempos, no nosso país, o novo A3 reposiciona a Audi de forma mais competitiva, dando-lhe um apelo que já faltava à geração anterior. Mas, como sempre neste negócio dos carros de serviço premium, tudo se resolve na negociação entre as marcas e os frotistas.

Francisco Mota

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