Novidade – Maserati GranTurismo regressa com elétrico de 761 cv

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A Maserati apresentou a nova geração do seu coupé 2+2 GranTurismo e já com uma versão elétrica, o Folgore. Descubra todos os detalhes deste novo produto da Stellantis.

A Maserati continua a alargar a sua gama. Depois do SUV médio Grecale, agora é a vez do regresso do coupé 2+2 GranTurismo, mostrando que a marca do tridente já está com a dinâmica típica do grupo Stellantis.

O nome GranTurismo foi usado pela primeira vez em 2007 e agora volta numa nova geração que estreia uma nova plataforma, combinando materiais como o aço de alta resistência, alumínio e magnésio com o objetivo de reduzir o peso.

Esta nova arquitetura começou a ser desenvolvida em 2017 pela Maserati, antes da integração na Stellantis. Mais de 65% da estrutura e carroçaria são em liga de alumínio.

Nova plataforma

A nova plataforma foi concebida para receber motores a gasolina ou motores elétricos e baterias, com o mínimo de alterações e está pronta para servir de base a outros modelos da marca no futuro.

Para as versões a gasolina, é abandonado o motor V8 e passa a ser usado o motor 3.0 V6 biturbo do superdesportivo MC20, o Nettuno. É mantida a tecnologia única no mercado de pré-câmara de combustão, mas com cárter húmido em vez de seco e calibrações específicas necessárias para um modelo com características diferentes.

Motor Nettuno substitui V8

Estão disponíveis dois níveis de potência, ambos inferiores aos 630 cv do MC20: na versão Modena tem 490 cv, enquanto que na versão Trofeo tem 550 cv. Ambos com escapes que prometem honrar o “cantar” dos seus antecessores.

O Modena atinge os 302 km/h e faz os 0-100 km/h em 3,9 segundos. O Trofeo vai até aos 320 km/h acelera dos 0 aos 100 km/h em 3,5 segundos.

Versão elétrica Folgore

Quanto à versão elétrica Folgore, usa uma arquitetura de 800 Volts, na qual trabalham três motores elétricos: dois no eixo traseiro e um no eixo da frente, com uma potência total combinada instalada de 1200 cv.

Contudo, a bateria não permite tanto e a potência máxima combinada às rodas é de 761 cv (560 kW) e o binário de 1350 Nm. Talvez com uma nova geração de baterias se chegue aos 1200 cv. Ainda assim, a velocidade máxima é de 320 km/h e os 0-100 km/h são feitos em 2,7 segundos.

Tecnologia da Fórmula E

A Maserati afirma que tanto os motores como os inversores usam tecnologia desenvolvida para a Fórmula E. Os dois motores traseiro sáo independentes, cada um move uma roda e são coordenados por um software baseado na vectorização de binário.

A liberdade deste princípio é muito superior ao que seria possível com um diferencial mecânico, mesmo de controlo eletrónico, permitindo mudar por completo a atitude dinâmica.

Outra vantagem é que a inexistência de uma transmissão convencional deixa de limitar a potência máxima enviada para as rodas: as rodas de trás podem receber até 400 cv, cada.

Bateria em “T”

A bateria, fabricada em Mirafiori, Turim, tem uma capacidade nominal de 92,5 kWh (83 kWh úteis) e está colocada em forma de “T”, no túnel central, não interferindo com o espaço para os pés nos dois amplos lugares de trás.

Carrega até 270 kW em DC, bastando, nesse caso, 5 minutos para carregar 100 km, neste caso. A marca afirma que o GranTurismo é o elétrico mais baixo do mercado.

A Maserati afirma que desenvolveu um sintetizador de som que integra o típico “cantar” de um V8 com o ruído dos motores elétricos, emitido para dentro e para fora do carro.

Modos de condução

Todas as versões têm suspensão pneumática que ajuda a atingir um Cx de 0,26, no Folgore, e amortecedores variáveis. Novo também o controlo de estabilidade VDCM preditivo que permite maior diferenciação entre os modos de condução que são quatro: Comfort/GT/Sport/Corsa, nos modelos a gasolina.

No elétrico Folgore, os modos de condução são: Max range/GT/Sport/Corsa. O primeiro limita a velocidade a 130 km/h, para poupar a bateria. No modo GT, a potência está limitada a 80%, com o mesmo objetivo.

No modo Corsa, o condutor pode regular o controlo de tração e a vectorização de binário, para ter uma dinâmica mais neutra (por exemplo para piso molhado) ou mais sobreviradora, para fazer drift.

Neste modo, existem ainda as funções Max boost, para acelerações máximas e Endurance, para utilização mais prolongada em pista. Há também Launch Control, como nas versões a gasolina.

A regeneração na desaceleração pode ser regulada em quatro níveis, no Folgore, através de patilhas no volante.

Verdadeiro 2+2

A Maserati ainda não divulgou imagens do habitáculo, mas afirma que terá quatro verdadeiros lugares num ambiente de luxo e com a tecnologia de conetividade mais recentes, incluindo atualizações “over the air” e retrovisor digital.

Head-up display, painel de instrumentos configurável e ecrão tátil central de grandes dimensões estão presentes, bem como uma nova interpretação digital do tradicional relógio Maserati. E tudo com software que promete ser atual e rápido.

Também está incluído um completo pacote de ajudas eletrónicas à condução e uma série de serviços com base na ligação do GranTurismo à Internet, a maioria gratuitos durante 10 anos.

Serviços de localização em caso de roubo, chamada de emergência e de avaria, assistente Alexa, hot-spot Wi-Fi, streaming de audio e podcasts, só para dar alguns exemplos.

Estilo de continuidade

O novo GranTurismo não perdeu a ligação estética com o modelo anterior, com um capót longo em forma de concha e guarda-lamas bem destacados e perfil “fastback”.

Foram os clientes que pediram um estilo de continuidade, em vez de rotura, mas há novidades, como a colocação dos faróis a lembrar o MC20. As jantes de trás de 21” são maiores que as da frente de 20”, com maxilas de travões pintadas de sete cores.

Conclusão

O GranTurismo marca uma nova etapa da Maserati, com um coupé 2+2 luxuoso e desportivo, disponível com o excelente motor V6 biturbo Nettuno e também numa versão 100% elétrica. Juntar a tradição, que na Maserati tem mais de 75 anos neste segmento, com a modernidade foi talvez o maior desafio. Agora falta o teste em estrada para ver se a dinâmica está à altura de tudo o resto.

Francisco Mota

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