Contrariando a vontade da VW, os donos da Lamborghini, a marca do touro conseguiu manter o V12 atmosférico vivo no novo Revuelto. Mas só como híbrido “plug-in”, o que fez subir a potência aos 1015 cv.

 

Nem a Ferrari foi capaz de manter o V12 no SF90 Stradale, o seu hipercarro híbrido “plug-in” que usa um “banal” motor V8 biturbo. Mas a Lamborghini fez finca-pé e vai continuar com o V12 atmosférico.

A estreia do novo V12 ocorre no Revuelto, o hipercarro que substitui o Aventador e que a marca apresenta como um HPEV (High Performance Electric Vehicle).

O motor V12 foi rodado 180 graus, ficando agora a nova caixa de dupla embraiagem atrás e não à frente do motor, como acontecia no Aventador. Além disso, a caixa está em posição transversal.

Um novo motor V12

O V12 atmosférico tem 6,5 litros de capacidade e debita 825 cv às 9250 rpm, com 725 Nm de binário máximo. É apenas o terceiro V12 completamente novo que a marca faz em 60 anos de história.

A parte elétrica é assegurada por dois motores elétricos ligados às rodas dianteiras, com 150 cv, cada e vectorização de binário. Há ainda um terceiro motor elétrico sobre a caixa de velocidades, que funciona como gerador, mas também pode ser ligado às rodas de trás.

Bateria ao meio

No túnel central, deixado vago pela saída da caixa e do veio de transmissão, está agora a bateria de iões de lítio com apenas 3,8 kWh de capacidade.

A sua função é alimentar os motores das rodas da frente, permitindo assim ao Revuelto ter tração às quatro rodas híbrida: elétrica, nas da frente e térmica, nas de trás.

A bateria pode ser carregada numa tomada AC de 7 kW ou em andamento através do V12 e do gerador de trás. Demora seis minuto a fazer uma carga completa, nesta situação. Por isso, poucos o vão ligar à tomada…

Potência de 1015 cv

A potência total combinada é de 1015 cv, levando o Revuelto dos 0 aos 100 km/h em apenas 2,5 segundos e atingindo “mais de 350 km/h”, segundo a marca. Tudo isto com consumos 30% inferiores.

Há vários modos de condução, entre eles um 100% elétrico, Città, em que o Revuelto usa apenas a tração à frente. Em pisos muito escorregadios, o motor elétrico traseiro pode mover as rodas de trás, que têm também direção.

A suspensão e a aerodinâmica são semi-ativas, funcionando em conjunto para otimizar a estabilidade ou a agilidade, dependendo da escolha entre os modos de condução Strada, Sport ou Corsa.

Mono-fuselagem

A estrutura é feita em fibra de carbono, com uma nova tecnologia a que a marca chama mono-fuselagem e que consiste em incluir o máximo de componentes da estrutura num só conjunto.

Há também um elemento de deformação programada em caso de acidente, feito em fibra de carbono, material usado nos discos de travão que têm maxilas dianteiras com dez êmbolos.

O chassis do Revuelto é 10% mais leve e tem mais 25% de rigidez do que o do Aventador, com o peso total a chegar aos 1800 kg, distribuídos 44%, para a frente e 56%, para trás.

O habitáculo ganhou espaço, face ao Aventador, bem como três ecrãs digitais e vários comandos foram colocados no volante.

Conclusão

A Lamborghini ainda não anunciou preços, mas já admitiu que o Revuelto de base será mais caro do que o Aventador SVJ. Ainda assim, os dois primeiros anos de produção já estão completamente vendidos.

Francisco Mota

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