A única motorização é 100% elétrica

O comprimento é de apenas 4,08 metros, menos 16 cm que o Renegade

O "X" nas luzes de trás vem dos jerricans do Willys

A frente horizontal foi a preferida para o Avenger

Perfil inspirado no do Compass

A plataforma é uma evolução da e-CMP da Stellantis

Tablier com barra transversal na cor da carroçaria

Aspeto parcial do interior

Painel de instrumentos digital

O padrão "X" é usado em vários locais

Detalhes típicos da Jeep

Fabricado Em Tychy, na Polónia

O Avenger vai mudar a ideia que os europeus têm da Jeep. Pelo menos é isso que esperam os líderes da marca americana do grupo Stellantis. Já o vi de perto e digo se têm razões para estar tão confiantes.

 

Marcos históricos é coisa que não falta ao Avenger e ainda nem sequer chegou ao mercado. É o Jeep mais pequeno de sempre, com 4,08 metros de comprimento (menos 16 cm que o Renegade) além de ser o primeiro 100% elétrico.

É feito na fábrica da Stellantis em Tychy, na Polónia, que tive a oportunidade de visitar. Uma fábrica que faz os Fiat 500, Abarth 595 e Lancia Ypsilon e que, em dois anos, foi transformada para receber também o Avenger elétrico.

Fabricado Em Tychy, na Polónia

O Avenger é feito sobre a evolução da plataforma e-CMP, com 60% de peças novas e que será usada por outros modelos do grupo, como o Peugeot e-2008, Opel Mokka-e e DS 3 E-Tense.

Só em versão 100% elétrica

À exceção da Itália e da Espanha, onde terá disponível uma versão 1.2 turbo a gasolina, por ter sido considerado que a rede de carregadores ainda é insuficiente nesses países, em todos os outros mercados europeus só terá a versão 100% elétrica.

A frente horizontal foi a preferida para o Avenger

A evolução da plataforma e-CMP inclui um novo motor elétrico, o M3 do fornecedor EMotors. É uma segunda geração que funciona a 400 Volt, com ímanes permanentes e com maior eficiência.

Debita 115 kW (156 cv) e tem 260 Nm de binário máximo, entregues às rodas da frente. A bateria com capacidade de 54 kWh também é nova e montada em Tychy.

400 km de autonomia

Tem 17 módulos (com 102 células da CATL) colocados sob os bancos da frente, bancos de trás e túnel central usando a química NMC811.

A autonomia média é de 400 km, subindo para os 550 km, em ciclo exclusivamente urbano.

Perfil inspirado no do Compass

O carregamento demora 24 minutos para ir dos 20 aos 80% num carregador DC de 100 kW. Numa wallbox AC de 11 kW, demora 5h30 para fazer uma carga completa.

Vai ter versão 4×4

Sendo um Jeep e contrariamente ao que é comum no segmento dos B-SUV, o Avenger vai mesmo ter uma versão elétrica 4×4 (que se vai chamar 4xe) com dois motores, um por eixo, pneus off-road e suspensão mais alta. Um “concept-car” está a ser mostrado em Paris e dá uma ideia do que se pode esperar.

Jeep Avenger 4×4 Concept

Mesmo na versão 4×2, o Avenger anuncia capacidades de condução fora de estrada acima da concorrência, a começar pelos ângulos todo-o-terreno.

O 4×4 vai chmar-se 4xe e terá dois motores elétricos

O ângulo de ataque é de 20 graus, o ventral também é de 20 graus e o de saída é de 32 graus. A altura livre ao solo é de 200 mm.

Carroçaria protegida

Para chegar aqui, esta nova geração da E-CMP encurtou os vãos dianteiros e traseiro e aumentou o curso das suspensões. A Jeep aproveitou ser a primeira marca do grupo a usar a nova plataforma para influenciar estas medidas.

O “X” nas luzes de trás vem dos jerricans do Willys

Os modos de condução seleccionáveis no SelecTerrain são seis: Eco/Normal/Sport/Sand/Mud/Snow e tem o Hill Descent Control.

Foram tomadas algumas medidas de proteção da carroçaria, para não ficar riscada logo na primeira vez que se leva o Avenger para fora do asfalto.

Poupa 1000€ em reparações de riscos

A carroçaria tem proteção 360 graus, nas palavras da Jeep. Ou seja, tanto os para-choques, como as molduras dos guarda-lamas são em plástico não pintado, para proteger a pintura.

A plataforma é uma evolução da e-CMP da Stellantis

As zonas inferiores dos pára-choques são em plástico cinzento não pintado, por isso os riscos aqui não se vão notar. Os faróis também estão em posição recuada.

A Jeep diz que 70% dos danos de carroçaria na Europa são provocados por toques a muito baixa velocidade e que esta proteção equivale a uma poupança de mil euros em reparações.

Desenhado na Europa

O Avenger é também o primeiro Jeep desenhado pelo gabinete de estilo da marca na Europa, pois não vai ser vendido nos EUA. Falei com Daniele Calonaci, o Italiano responsável pelo projeto.

O comprimento é de apenas 4,08 metros, menos 16 cm que o Renegade

Calonaci disse-me que a aerodinâmica foi uma preocupação mas não uma obcessão, pois não se podia perder a imagem Jeep. “Temos que ficar a meio”, disse.

O italiano – um fanático da condução TT que já percorreu Portugal de Norte a Sul em caminhos de terra com o seu Wrangler – justificou o estilo do Avenger ser uma derivação do Compass e não do Renegade, pelas preferências das clínicas de clientes.

Inspirado no Compass

E disse que o Avenger “tem design, não estilo” afirmando assim que as formas são mais funcionais que decorativas. Por exemplo, os guarda-lamas trapezoidais, mas com linhas mais suaves que no Compass, são um requisito da aerodinâmica.

O tejadilho baixo, que parece ainda mais quando o Avenger tem pintura a duas cores, e o para-brisas inclinado vão no mesmo sentido. As maiores jantes são de 18” com pneus de 690 mm de diâmetro total.

A única motorização é 100% elétrica

A grelha de sete orifícios, típica dos Jeep no Avenger está tapada pois a entrada de ar é mais abaixo. Outras influências do passado encontram-se na grelha dobrada e os faróis em posição recuada.

O pilar traseiro é igual ao do Compass e gera o efeito de tejadilho flutuante. As luzes de trás têm um “X” inspirado nos vincos dos jerricans do Willys original, tal como no Renegade.

Interior versátil

Quanto ao interior, apresenta um tablier com uma travessa horizontal pintada na cor da carroçaria, onde estão as saídas da climatização e sob a qual existe uma prateleira com revestimento anti deslizante.

O ecrã tátil central tem 10,25 polegadas de diagonal e o painel de instrumentos digital tem a mesma dimensão, incluindo Android Auto, Apple Carplay e navegação Tom Tom.

Tablier com barra transversal na cor da carroçaria

Há ainda uma App dedicada, a Jeep Mobile, com informações sobre postos de recarga da bateria e controlo à distância de algumas funções secundárias do Avenger.

A luz ambiente ajustável foi estudada para minimizar o cansaço visual e está disponível um tejadilho panorâmico em vidro.

Soluções novas

Os bancos podem ser forrados a pele, têm ajuste elétrico e massagens. A consola central é deslizante e pode ser removida. Em conjunto com as bolsas nas portas somam 34 litros de capacidade para objetos.

Um dos porta-objetos na consola tem uma tampa que se fecha com ímanes. A mala tem 380 litros de capacidade, com um plano de carga a 720 mm do chão e portão elétrico mãos-livres.

Só em Espanha e Itália é vendida a versão 1.2 turbo

No departamento das ajudas eletrónicas à condução, o Avenger tem um pacote atualizado que lhe permite aceder ao nível 2 de condução autónoma.

Avenger o “best-seller”

O Avenger chega aos primeiros clientes em Março de 2023 com o processo de pré-reserva da versão de lançamento, a super-equipada Launch Edition, a decorrer em Novembro, com um preço de 39 500 euros.

As primeiras fotos do Avenger foram feitas em Portugal

O Avenger é o primeiro de quatro Jeep elétricos. A marca espera que assegure 1/5 das vendas da Jeep na Europa já em 2023 e que seja o Jeep mais vendido em 2024.

Conclusão

Com a missão de mudar a imagem da Jeep na Europa, o Avenger é um marco importante, pois dá o tiro de partida para uma gama 100% elétrica na EU e pretende contribuir para o objetivo da Jeep em se afirmar como líder entre os fabricantes de SUV eletrificados.

Francisco Mota

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