As novas grelhas da BMW são enormes e quase perderam o “duplo rim” por uma razão técnica. Saiba porquê e como foi resolvida a polémica.

 

As grelhas da BMW, o chamado “duplo rim” são uma instituição na industria automóvel. O seu desenho vem desde o primeiro BMW produzido e nunca deixou de estar presente em todos os modelos da marca.

É certo que evoluiu ao longo dos tempos, tendo começado com os dois “rins” muito altos e estreitos, ficando mais tarde muito baixos e largos, passando por todas as proporções, pelo meio.

Nos tempos mais recentes, as grelhas têm estado a crescer de dimensão, sendo o novo Série 7 e o X7, os exemplos mais “chocantes”.

Mas nada se compara às duas gerações do concept car elétrico i4. Nos três concet-cars já mostrados, o “duplo rim” atinge proporções gigantescas, praticamente da mesma altura da frente do carro e mais largas do que nunca.

Muita área interior

Melhor dizendo, o duplo rim nunca teve tanta área no seu interior como no concept i4. É aqui que está a explicação para esta escolha, que tem postos os cabelos em pé aos apreciadores mais tradicionalistas da marca alemã.

A área escura, dentro dos contornos cromados tem uma razão de ser e é muito simples: destina-se a criar uma área homogénea, coberta por uma superfície sem adornos.

Atrás desse plano, passam a ser colocados todos os sensores e radares que são cada vez mais necessários para “guiar” os novos sistemas de auxílio à condução. Incluindo a futura condução autónoma.

Era para ser “pior”…

Reparando com mais atenção, a primeira versão deste nova grelha, mostrada no primeiro concept-car i Vision Dynamics, nem sequer tinha os frisos cromados centrais que dividem os dois rins.

Era a solução ótima para aproveitar ao máximo a área disponível e facilitar o trabalho dos sensores e radares.

Contudo, a reação do público foi tão violenta, que a BMW acabou por ter que desistir da ideia e voltar a colocar a divisão central que forma os dois “fins”.

Os engenheiros responsáveis pelo assunto não gostaram nada de ter que voltar a colocar aquilo que, para eles, é apenas um obstáculo ao bom funcionamento dos sensores e radares.

Mas não tiveram hipótese, caso contrário o visual dianteiro dos BMW iria perder demasiada identidade.

Voltam os rins divididos

Quando foi mostrado o 4 concept coupé no ano passado e, agora o Concept i4 de quatro portas, a grelha já tinha outra vez a divisão central. A BMW teve que recuar.

É o suficiente para resolver um problema com que nem todas as marcas conseguem lidar da melhor maneira.

São vários os exemplos de grelhas onde estão bem visíveis elementos inestéticos com formas arredondadas, atrás dos quais estão alojados os sensores e radares.

Conclusão

Quando se tornou hábito “culpar” os estilistas por tudo e por nada, aqui está uma questão que nasceu e morreu na engenharia, não no gabinete de design. Na verdade, tudo se passou como é tradicional, na BMW.

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