Só mesmo a língua italiana para fazer de uma expressão banal como “quatro portas” o nome de um automóvel topo de gama. Claro que, por trás disso, há uma história com 55 anos que explica a razão deste nome tão singelo, mas a verdade é que o charme não se perdeu. E não é só no nome. O Quattroporte foi revisto em detalhes como um novo ESP e uma assistência elétrica da direção, para poder ter os auxílios à condução que hoje são obrigatórios. Mas o essencial já vem de 2013 e já convenceu 31 400 compradores.

Tridente em destaque

O estilo da carroçaria fala por si, com a grelha a servir de moldura ao tridente que sempre serviu de símbolo à Maserati. Do interior é impossível dizer que é banal, sobretudo pelo desenho do tablier e consola central e porque os materiais que fazem os revestimentos das superfícies interiores são todos de alta qualidade.

Tem 275 cv de potência máxima e 600 Nm de binário, por isso força não lhe falta.

O seu rival mais direto será o Porsche Panamera, que lhe dá “dez-a-zero” em quase tudo o que for objetivo. Só que o Maserati tem alma. Mesmo com o Diesel V6 3.0 monoturbo de origem VM. Tem 275 cv de potência máxima e 600 Nm de binário, por isso força não lhe falta, o que lhe falta é refinamento: é ruidoso, áspero e gasta mais do que devia. Só que, com tração atrás e autoblocante, uma boa caixa automática de oito com patilhas fixas à coluna de direção e uma suspensão firme, a dinâmica tem um tato emocional único, no segmento.

Inesperado desportivo

Em curvas rápidas, a traseira vai sempre com vontade de deslizar um pouco e nas mais lentas atravessa-se bem mais, sobretudo em piso molhado como estava no dia em que o guiei. Nestas condições, não é carro para “powerslides” contemplativos: exige atenção e decisões rápidas. Dá luta, mas não quer ganhar sempre ao condutor. Dá-lhe a chance de chegar ao fim de uma sessão de condução rápida, inspirar fundo e ter a satisfação de que conduziu… mesmo!

Conclusão

É fácil olhar para o Maserati e dizer que está envelhecido e ultrapassado, face aos rivais alemães. E está. Mas ainda lhe resta um tato de condução muito próprio, que puxa a todo o momento pela emoção da condução, poucos são os automóveis que ainda fazem isto.

Potência: 275 cv
Preço: 127 630 euros
Veredicto: 4 estrelas