Finalmente a Lotus mostrou o sucessor do Elise, num assumido último fôlego dos modelos a gasolina. Não tem versão híbrida mas vai usar o motor AMG turbo de 4 cilindros.
Por um lado, é o fim de uma espécie, a dos pequenos e leves desportivos que fizeram a fama da Lotus. Sem eletrificação, fabricado em alumínio e com motores a gasolina. Por outro lado, é o primeiro modelo a mostrar a nova imagem de família, anunciada no hipercarro elétrico Evija.
O Emira mantém a tradição dos nomes começados por E, aqui com o significado de líder ou comandante, em várias línguas antigas, diz a Lotus.
Nova plataforma
O Emira estreia uma nova plataforma SCA, Sports Car Architecture, que continua a ser feita em alumínio extrudido e colado, como no passado. O peso anunciado é de 1405 kg, para a versão de lançamento First Edition que usa o conhecido motor 3.5 V6 da Toyota, devidamente trabalhado pela Lotus, que lhe coloca um compressor mecânico.
Com este motor, a potência anunciada varia entre 360 e 400 cv, com 430 Nm de binário máximo. Estão disponíveis duas caixas, uma manual e uma automática e as prestações anunciadas pela Lotus são de 4,5 segundos para os 0-100 km/h, com 290 km/h de velocidade máxima.
AMG fornece motor 2.0 turbo
A grande novidade a nível de motores é a associação com a AMG, que fornece à Lotus o seu 2.0 turbo de quatro cilindros, que vem acoplado à caixa de dupla embraiagem. O motor recebe uma admissão e escape diferentes, para ser montado atrás dos dois bancos, em posição central, com tração às rodas traseiras.
A Lotus faz a calibração final, mas não deve poder alterar muita coisa. Os dados finais desta aplicação ainda não foram anunciados, pois esta versão só chega no Verão de 2022, o V6 First Edition é lançado na Primavera.
O Emira tem uma aerodinâmica que consegue gerar “downforce” sem necessidade de asas exteriores, usando dois canais na frente para canalizar ar sobre o tejadilho.
Duas suspensão à escolha
A suspensão independente às quatro rodas está disponível em duas especificações, a Tour é mais confortável e a Sports mais desportiva, sendo incluída no Lotus Drivers Pack que também inclui o Launch Control. A direção continua a ter assistência hidráulica e não elétrica, para dar mais “feeling” de condução.
O Emira dá também um salto em termos de qualidade, com interiores mais cuidados, incluindo painel de instrumentos digital e um ecrã tátil central de 10,25”. Atrás dos bancos há um local com 280 litros de capacidade para bagagens e a mala, atrás do motor, leva 151 litros.
O habitáculo passa a ter novos bancos desportivos, desta vez com todos os ajustes normais, existindo mesmo a opção de bancos com 14 ajustes. Também há porta-copos, porta-objetos e até um porta-luvas, luxos que o Elise não tinha.
O Emira também tem vários sistemas eletrónicos de auxílio à condução e de conetividade, justificando assim um posicionamento mais premium que coloca o preço a partir de 72 000 euros, sem impostos.
Conclusão
Com vias mais largas, maior distância entre-eixos e Centro de Gravidade mais baixo, o Emira promete uma experiência de condução ainda mais especial que a do Elise. Mas, quanto a isso, só me posso pronunciar depois de o guiar. Para já, parece que estamos perante mais uma despedida de um conceito que tantos momentos de prazer ao volante deu a quem guiou o Elise. A seguir vem o plano Vision 80, para comemorar os 80 anos da Lotus em 2028, com uma série de veículos elétricos.
Francisco Mota
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