O LF-Z estreia uma nova plataforma elétrica

Tejadilho panorâmico em vidro eletrocromático

O comprimento é de 4880 mm, mais que o Lexus RX

O estilo vai influenciar os futuros Lexus elétricos

A linha dos farolins deverá ser usada na versão de série

A altura é de apenas 1600 mm, pouco mais que o UX

Plataforma pode ter tração à frente, atrás ou às quatro rodas

Volante tipo avião concentra quase todos os comandos

O lugar do condutor é destacado dos outros

Quatro lugares devem subir a cinco, na versão final

À falta de um salão internacional, a Lexus apresentou o “concept-car” LF-Z Electrified via Digital. E a mensagem é clara: daqui para a frente, todos os Lexus vão ser (mais ou menos) assim.

 

Talvez porque o seu negócio tem muito maior dimensão fora da Europa – em mercados onde o “tsunami” da electrificação ainda vem longe – só agora a Lexus deu um sinal claro daquilo que pretende fazer no futuro. E a mensagem não surpreende: electrificar, electrificar. electrificar!…

Líder de modelos híbridos entre as marcas premium – vendeu dois milhões desde o primeiro, o RX 400h de 2005 – a Lexus tem um longo conhecimento da eletrificação. E também na escolha do momento e dos mercados certos para a mudança.

Ao contrário de outras marcas, a mudança não passa por fazer tábua rasa do passado e mergulhar de cabeça nos carros 100% elétricos. O plano anunciado é de lançar 20 novos modelos ou modelos renovados até 2025, sendo que apenas metade vão ser carros puramente elétricos. Os híbridos e os “plug-in” vão continuar no catálogo.

LF-Z Eletrified: o que é?

Quanto ao LF-Z Electrified, a marca diz que este “concept-car” antecipa o futuro dos modelos da marca em três áreas: estilo, condução e tecnologia.

Mais que as palavras, o melhor é olhar para o estilo e tentar perceber o que pode ser aproveitado para a produção em série, e há muito. A Lexus diz que a grelha influenciou o resto do desenho do LF-Z, onde se podem encontrar proporções novas.

Em vez de ser mais um SUV, o LF-Z tem uma aparência de crossover coupé que assim dá resposta aos clientes que já se faltaram de guiar um SUV.

A grande distância entre-eixos de 2950 mm e as rodas colocadas nos extremos da carroçaria são sinais do que está por baixo. A bateria de iões de Lítio, aqui com 90 kWh, está colocada sob o habitáculo e integrada na estrutura do carro.

Muito diferente do que acontece com o UX 300e, o primeiro elétrico da Lexus, que utiliza uma plataforma “multiusos”.

Autonomia de 600 km

É obviamente uma estrutura nova, feita apenas para modelos elétricos e que servirá de base aos outros elétricos previstos para os próximos anos.

A bateria tem arrefecimento por líquido, o que lhe permite ser carregada até 150 kW e a Lexus anuncia uma autonomia de 600 km.

O peso total do LF-Z é de 2100 kg mas isso não impede uma aceleração 0-100 km/h de apenas 3,0 segundos e velocidade máxima de 200 km/h, pois a potência máxima anunciada é de 544 cv, com o binário a chegar aos 700 Nm.

A plataforma pode ter tração à frente, atrás ou às quatro rodas. O LF-Z usa a última, a que a marca chama Direct4, com controlo de binário nas quatro rodas para atingir aquilo a que a marca chama a “assinatura de condução Lexus”.

Direção “by-wire”

Parte deste objetivo foi perseguido recorrendo a uma direção “by-wire” em que o volante e as rodas não estão mecanicamente ligadas. Isto permite modular o tato da direção de acordo com as situações e de acordo com os modos de condução escolhidos.

Dentro da tradição da Lexus, foi feito um esforço de melhoria da insonorização, com o sistema de som Mark Levinson a integrar função de cancelamento de ruído. Bem como na calibração da suspensão, para obter conforto e precisão.

No habitáculo também há soluções que vão transitar para a produção em série, como a abertura elétrica das portas, com sensores exteriores para detetar trânsito nas proximidades. E talvez o tejadilho panorâmico, com vidro eletrocromático.

Interior “Tazuma”

Grande parte dos botões secundários estão colocados no volante e são táteis. A Lexus diz que seguiu o conceito “Tazuma” (rédeas do cavalo) em que os comandos estão próximos das mãos do condutor.

O painel de instrumentos está numa posição baixa para facilitar a visibilidade e há um “head up display” com realidade aumentada projetado no para-brisas.

O comando por voz com inteligência artificial “aprende” com o que o condutor diz ao longo do tempo, identificando as suas preferências e facilitando a utilização do carro.

Conclusão

A Lexus não tem por hábito fazer “concept-cars” apenas para impressionar o público e reforçar a imagem de marca. Em geral, são sempre boas indicações de modelos que vão chegar à produção sem demasiadas modificações. O LF-Z não será uma exceção, antecipando como vão ser os modelos elétricos da marca.

Francisco Mota

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