Para comemorar os 60 anos da apresentação do E-Type, a Jaguar vai lançar em 2021 uma série limitada a 12 unidades do seu icónico desportivo. Saiba todos os detalhes desta operação.

 

No próximo ano, o Jaguar E-Type vai comemorar 60 anos de existência e a marca decidiu comemorar a data em grande estilo, lançando uma série especial do icónico desportivo dos anos sessenta.

O lançamento do E-Type durante o salão de Genebra de 1961 foi um evento que marcou a indústria automóvel, sobretudo no segmento dos desportivos.

As formas aerodinâmicas inspiradas na aviação, criadas por Malcolm Sayer e derivadas dos D-Type vencedores das 24 horas de Le Mans, geravam admiração e espanto.

As performances deixavam todos de queixo caído com o seis cilindros em linha de 3.8 litros a chegar aos 269 cv, permitindo atingir uns incríveis 243,1 km/h e acelerar dos 0 aos 100 km/h em 7,0 segundos.

Eram números fantásticos para a época, sobretudo para um desportivo de dois lugares, disponível em carroçaria coupé de três portas ou roadster com teto de lona, com preços a partir das £1500, muito abaixo da concorrência.

Uma dúzia de “novos” E-Type

Os modelos comemorativos que vão ser construídos e vendidos durante 2021, na série limitada 60 Edition, não são aquilo a que se convencionou chamar “unidades de continuação”. Não são unidades novas, feitas de raiz.

Em vez disso, a Jaguar Classic, no seu programa “Reborn” de restauro de modelos clássicos, recebeu a missão de comprar seis coupés e seis roadsters da versão 3.8 litros, igual à lançada em 1961 e deitar mãos à obra.

A reputação dos programas de restauro da Jaguar Classic já têm fama há vários anos. Alguns dos especialistas que lá trabalham são empregados da Jaguar há várias décadas, alguns até são filhos de operários que trabalharam nas linhas de montagem do E-Type.

A escolha de seis pares de modelos para comemorar o 60º aniversário do lançamento do E-Type tem uma razão de ser. A marca vai reproduzir até aos mais ínfimo detalhe as especificações dos dois modelos que estiveram presentes no evento de lançamento, em 1961.

As duas unidades da apresentação

Para quem se interessa pela história da Jaguar e do E-Type em particular, as matrículas “77 RW” e “9600 HP” dizem muito: foram exatamente as dos dois modelos da apresentação, um coupé cinzento e um roadster verde.

A edição limitada 60 Edition irá assim reproduzir esses dois carros, que tiveram uma história muito curiosa.

O Fixed-Head Coupé com matrícula “9600 HP” foi o primeiro carro apresentado no “Parc des Eaux Vives” em Genebra, tendo sido levado por estrada na véspera por Bob Berry.

O relações públicas guiou o E-Type a alta velocidade, desde a fábrica até Genebra, para chegar a tempo do evento.

Mas o interesse de potenciais clientes pelo novo E-Type foi tal que só um carro não chegava para os pedidos de “test-drives” que a Jaguar estava a oferecer.

Segue o segundo de Coventry

Para resolver a questão, foi dada ordem ao lendário piloto de testes da Jaguar, Norman Dewis, para “largar tudo” e trazer de imediato o roadster verde 77 RW de Coventry para Genebra durante a madrugada.

Os seis “renascidos” coupé da edição limitada 60 Edition vão ser todos pintados em “Flat Out Grey” e os seis roadsters em “Drop Everything Green”, em homenagem aos modelos originais do lançamento.

Esta 60 Edition vai receber ainda alguns detalhes comemorativos, desenhados pelo chefe de estilo da Jaguar, Julian Thompson, garantindo que vão ficar para a história como peças de coleção.

Conclusão

Confesso que não sou grande admirador dos “unidades de continuação” feitos do zero com tecnologias modernas a imitar os processos antigos. Não são genuínos e, algumas vezes, nem sequer podem ser homologados para utilização em estrada. Mas são um bom negócio para algumas marcas e servem para satisfazer o ego de alguns compradores.

Mas programas como o “Reborn” da Jaguar Classic é bem mais interessante, pois pega numa dúzia de modelos antigos a precisar de restauro e coloca-os como novos. Claro que esta 60 Edition acrescenta uma parte de exclusividade que será paga pelos clientes. Mas, a este nível, isso é irrelevante.

Francisco Mota

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