O F-Pace tem sido um sucesso, tanto a nível de produto como de carreira comercial, mas precisava de um modelo mais pequeno a seu lado, para explorar níveis de preço mais acessíveis e entrar na guerra que, até agora, tem sido liderada por modelos como o Q3 ou o X1. Claro que o X2 e o XC40 entretanto entraram na luta e o E-Pace tem que se haver também com eles.

Em grande estilo

Naquilo que importa a 60% dos compradores, que é o estilo, parece-me que a equipa de Ian Callum acertou outra vez, pegando nos faróis e farolins do desportivo F-Type e dando-lhe uma interpretação para um pequeno SUV. Uma ideia que tinha tudo para correr mal, mas que funcionou. Contudo, não se escapa de parecer um carro curto e alto. Por dentro, também há inspiração do F-Type, mas a qualidade de alguns plásticos é uma surpresa… negativa. Claro que há várias combinações de cores que disfarçam isso, mas a unidade com o interior todo em preto, que guiei, não era nada acolhedora.

A plataforma já vem do Evoque, que por sua vez vinha do Freelander e do antigo XC60, que a tinha adaptado do Mondeo

Fazer um carro pequeno a partir de uma plataforma maior raramente dá bons resultados financeiros, é dos livros. Mas esta que serve de base ao E-Pace já vem do Evoque, que por sua vez vinha do último Freelander e do primeiro XC60, que a tinha adaptado do Mondeo da altura. Com tanto tempo no ativo, a rentabilidade financeira já não será um problema, mas o peso é, e de que maneira: para espanto dos mais desatentos, o E-Pace pesa mais que o F-Pace. Nesta versão que testei, equipada com motor Diesel de 180 cv, caixa automática e tração às quatro rodas, o peso nem se nota muito. Nota-se mais o ruído deste quatro cilindros Diesel, que é um ruído bastante antiquado, apesar de o motor ser novo. Depois nota-se também nos consumos, que nunca são baixos.

Conclusão

Onde a Jaguar voltou a fazer um bom trabalho foi na dinâmica, com o E-Pace a guiar-se como um pequeno desportivo: muito reativo de traseira, vai contentar quem antigamente delirava com os GTI. Claro que, com AWD, tração não lhe falta, mas será a versão de tração apenas às rodas da frente e com uma variante de 150 cv deste mesmo motor que fará o grosso das vendas, até porque custa 12 000 euros menos.

Potência: 180 cv
Preço: 57 271 euros
Veredicto: 3,5 estrelas