Como será?
A curiosidade de guiar este Abarth 124 Spider era muita, sobretudo depois da desilusão que foi a versão Fiat 124 Spider. Mas aqui os ingredientes são outros: amortecedores Bilstein, travões Brembo e um autoblocante mecânico. Parece um catálogo de peças para carros de competição, mas a verdade é que fazem toda a diferença.
Tudo começa ao ligar o 1.4 Multiair turbo de 170 cv e se ouve o roncar escandaloso do escape Abarth Record Monza.
É incrível o que um bom “som” de escape pode fazer por um carro, até parece que tenho 300 cv debaixo do pé direito. Mas, com apenas 1060 kg, nem é preciso tanto para as performances serem de entusiasmar, apesar de o motor dar o seu melhor nos regimes intermédios. Uma faixa que é fácil de manter dada a rapidez e precisão da caixa manual, que traz de volta a antiga arte do ponta-tacão, essencial, para guiar este 124 depressa.
Divertido sem “ses”
A rigidez da estrutura e a geometria da suspensão do MX-5 são bons pontos de partida, mas a Abarth soube melhorar (e muito!) o resultado final. Os pneus 205/45 R17 e a estrutura dos bancos dão um conforto em mau piso que não esperava e o melhor é que o carro mantém o contacto com o solo, mesmo em pisos muitos estragados. Quando a estrada é boa, o 124 Spider está sempre a tentar deslizar de traseira: só um pouco em curvas rápidas e bem mais nas lentas, quando se carrega no pedal e se desliga o ESP. A parte boa é que a direção e o autoblocante deixam dosear a deriva de forma muito fácil, ou seja, diversão sem aquela dúvida: “e se isto corre mal?…”
Conclusão
O Abarth 124 Spider tem um tipo de comportamento muito raro, nos dias que correm, fazendo lembrar os bons desportivos dos anos sessenta. O “set-up” a que a Abarth chegou é realmente excelente, sendo este 124 Spider um dos carros mais divertidos de guiar, dos que hoje são comercializados pela FCA.
