Os sistemas de Head-Up Display estão em cada vez mais carros. Mas são uma real vantagem, ou apenas mais um opcional a pagar à parte

 

Nasceram na aviação de guerra como uma necessidade para os pilotos dos aviões caça a jato. Com o aumento da velocidade, era cada vez mais difícil olhar para o painel de instrumentos convencional, era preciso alguma coisa que os olhos pudessem consultar mais depressa, desviando a atenção durante o mínimo de tempo.

Os primeiros desenvolvimentos começaram em 1942, o primeiro protótipo foi testado em 1955 e o primeiro avião de guerra a ter um HUD foi o Buccaneer, usado pela Royal Navy britânica.

HUD nos automóveis

Os HUD demoraram a chegar à indústria automóvel, o primeiro carro a ter um Head-Up Display (HUD) como opcional foi o Oldsmobile Cutlass Supreme em 1988. No ano seguinte a Nissan propunha a sua versão no 240 SX e daí para cá a ideia tem sido sistematicamente evoluída.

Um HUD é constituído por um projetor e uma lente óptica convexa, um espelho côncavo, com a imagem a ser depois projectada num pequeno ecrã plástico em frente ao condutor, ou mesmo nos para-brisas.

A ideia é colocar a imagem num ponto virtual distante dos olhos do condutor, entre 2,5 e 4 metros, para que os olhos não tenham de mudar muito o foco, quando alternam entre a visão da estrada e a leitura da informação fornecida pelo HUD.

Os sistemas existentes no mercado podem dividir-se em dois tipos, do ponto de vista do utilizador: os que usam um pequeno ecrã transparente escamoteável, em frente à posição de condução; e os que fazem a projeção no próprio para-brisas do carro.

Mais baratos e mais caros

Os primeiros são mais baratos que os segundos, pois para que o condutor possa ver bem as informações no para-brisas, este tem que ter características de reflexão especiais. Razão pela qual a maioria dos construtores prefere a primeira opção, deixando para as marcas mais caras a segunda opção.

A informação disponível nos HUD pode, em alguns carros, ser escolhida pelo condutor. Noutros isso não é possível. No geral, a velocidade instantânea, o reconhecimento de sinais de trânsito, o regime do motor, os pictogramas do sistema de navegação são os mais comuns e os mais úteis.

Toda a informação do HUD é duplicada daquela que o condutor pode ler no painel de instrumentos, a ideia é a mesma dos aviões de caça: evitar que os olhos tenham que mudar o foco drasticamente entre a visão da estrada e o painel de instrumentos.

Mas, há sempre um “mas”

Em teoria, os HUD seriam uma ideia perfeita, mas há questões que se podem colocar quanto à sua utilização.

Nos sistemas que usam ecrãs plásticos pequenos, é vulgar haver reflexos que dificultam a leitura. A própria presença do ecrã, pode acabar por ser um fator de distração, por estar colocado em frente ao condutor. No mínimo, estes sistemas requerem um período de adaptação.

A questão do brilho também pode ser um problema, pois apesar de ser regulável, nem sempre é possível atingir um nível que sirva para a condução diurna e noturna, obrigando a procurar os comandos de regulação com alguma frequência. Mesmo entre dias de sol e dias mais escuros.

Os sistemas que utilizam o para-brisas do carro como ecrã são manifestamente melhores, proporcionando uma leitura muito mais natural, mas também obrigam a preocupações com a regulação do brilho. Em ambos, a altura e até a inclinação podem também ser reguláveis.

É mesmo necessário?

Mas a questão que se coloca é se o HUD é realmente necessário, sobretudo agora que os painéis de instrumentos digitais estão a ficar disponíveis em cada vez mais carros, oferecendo possibilidades de leitura variadas, algumas delas praticamente iguais às dos HUD.

Pela minha experiência, posso dizer que, depois de os testar, costumo desligar os HUD que usam monitores de plástico suplementares, rebatendo o monitor e tirando-o da frente.

Os monitores que usam os para-brisas são mais toleráveis, desde que se regule a altura para um nível que não vá interferir na visibilidade da estrada.

Conclusão

Quem já os usa há mais tempo, certamente já se habituou e dirá que não pode “viver” sem o HUD, mas para quem nunca os experimentou, posso garantir que não está a perder grande coisa. Afinal de contas, com o apertado controlo de velocidade dos nosso dias, há tempo de sobra para consultar o painel de instrumentos.

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