Nós, os jornalistas, andamos sempre atrás de exclusivos, de primeiras-mãos, queremos sempre ser os primeiros. Desta vez, tive um exclusivo diferente: fui o último!… O último a testar este Mustang, antes que ele siga outros caminhos e outras vidas, que não nas mãos dos jornalistas. Nem imagino o que este Mustang já deve ter aturado, mas o que tenho a dizer é que está fresco como no primeiro dia, salvo a embraiagem que já se queixa dos abusos que sofreu.

Made in USA

O Mustang, mesmo com o quatro cilindros de 314 cv, é diferente de tudo. Tem modos rudes que exigem habituação, mesmo se alguns, como o som do motor semi-sintetizado, são implantes. Mas a caixa manual pede decisão, a suspensão é firme e o tamanho da frente anda entre o imponente e o intimidativo, consoante a largura da rua. Tem turbo, por isso tem binário para aguentar mudanças altas e rola na autoestrada como se fosse uma “highway.”

Prefere as estradas amplas e rápidas, onde dá largas ao seu temperamento um pouco rebelde

A posição de condução dá prioridade ao grande volante, num claro piscar de olhos ao primeiro Mustang e os plásticos são, em média, piores do que os do novo Fiesta. É preciso escolher a estrada que melhor lhe serve, não pode ser muito estreita nem com curvas muito cerradas. Prefere as amplas e rápidas, onde dá largas ao seu temperamento sobrevirador, um pouco rebelde. Claro que está lá o ESP, para quem não tenha coragem de o desligar. Mas quem pode guiar um Mustang e não querer viver a experiência americana na totalidade?…

Conclusão

Muscle Car é um pouco exagerado para esta potência, mas não para a maneira como a traseira se atravessa e para a mão-de-obra que dá controlá-la com o volante, sobretudo à chuva. A seguir a este, vem um Mustang remodelado. Espero que não venha demasiado domesticado…

Potência: 314 cv
Preço: 49 619 euros
Veredicto: 4 estrelas