Armas ligeiras feitas em impressoras 3D já passaram dos filmes para a realidade, infelizmente. Mas será que um automóvel também pode ser feito numa impressora 3D? A Porsche já começou e com resultados notáveis.

 

As impressoras 3D são uma espécie de “Bimby” de um número cada vez mais alargado de peças. Escolhe-se a “receita” no computador, colocam-se os ingredientes no local destinado e depois é só ficar à espera que a impressora faça o cozinhado.

É um processo de construção de peças completamente diferente dos tradicionais, que obrigam à utilização de máquinas-ferramenta pesadas e muito caras. E pouco versáteis, quando é preciso usar moldes que só servem para fabricar uma peça.

A impressão 3D rompe com tudo isso. É totalmente versátil, podendo fabricar-se peças completamente diferentes em sequência. Só depende dos dados que se inserem no computador.

É por isso uma tecnologia adaptada à produção de pequenas séries, que ficam muito mais baratas do que se fossem feitas em moldes de plástico, só para dar um exemplo.

Peças mais complexas

A complexidade das peças que se podem fazer em impressão 3D é também muito superior, mas não há só vantagens.

Se for preciso fazer um lote maior de peças, o custo começa a ficar mais alto que segundo os métodos tradicionais. E o tempo de fabricação pode ser bem maior.

A Porsche sabe bem quais as vantagens e desvantagens da impressão 3D e já tem resultados bem concretos do seu trabalho, tanto na competição como na recuperação de clássicos.

Também na produção em série já há exemplos, como a espuma que reveste a zona central dos bancos desportivos em fibra, opcionais no 911 e no 718. Vão estar disponíveis a partir do próximo ano e com três tipos de dureza à escolha.

Mas, e um carro inteiro?..

A resposta à pergunta “será possível fazer um carro numa impresora?” ainda é obviamente negativa. Mas já há algumas áreas em que se revela vantajosa.

Por exemplo para a fabricação de peças plásticas para carros clássicos, muitas vezes fabricadas em quantidades muito pequenas.

Aqui, a questão nem é tanto o preço é a viabilidade ou não de reproduzir, nos nossos dias, uma peça para a qual já há muito que as ferramentas originais deixaram de existir.

Para os clássicos

No caso dos clássicos, o processo começa muitas vezes com o “scan” 3D de uma peça em bom estado, reunindo as suas dimensões e formas, para inserir os dados no computador e ligar a impressora.

Na Porsche Classic há um catálogo de 52 000 peças para modelos antigos, das quais 8 já são feitas em impressão 3D. Em aço, liga de alumínio e plástico. Mais 20 estão já em teste.

Os êmbolos do 911 GT2 RS

Mas a Porsche também já está a fazer peças metálicas em impressão 3D, das quais os êmbolos do novo 911 GT2 RS.

Aqui, é usado alumínio em pó que é ligado por Laser, camada após camada, até se obter o formato final. Cada camada tem 0,1 mm de espessura e é formada num compartimento com atmosfera inerte.

É um processo chamado LMF (Laser Metal Fusion) que funde o alumínio em pó com as formas da peça a construir. Segundo a Porsche, que se aliou aos especialistas ds Mahle e Trumpf, os êmbolos feitos em 3D são 10% mais leves do que se fossem forjados.

E o formato final é bem mais complexo do que se o êmbolo fosse feito pelos processos convencionais, com canais internos de refrigeração e uma estrutura que junta o baixo peso e a alta resistência de forma otimizada.

Já está em testes e ganha 30 cv

Para já, um motor “boxer” com seis êmbolos fabricados desta forma já está a ser testados em banco de potência, num protótipo do motor do GT2 RS.

A Porsche estima que contribuam para um aumento de cerca de 30 cv no motor, pois permitem atingir um maior regime de motor, sem problemas de calor.

Conclusão

A produção de algumas peças em impressão 3D, já mostra hoje as suas vantagens, mas o dia em que se poderá fazer um motor inteiro, segundo este método, ainda está longe.

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