A Ford aposta forte nos veículos elétricos, de que o Mustang Mach-E é um excelente exemplo. Mas não esquece outros segmentos em crescimento, como o das “pick-up”. A nova Ranger Raptor ficou ainda mais desportiva com um V6 biturbo a gasolina. Conheça todos os detalhes.

 

A primeira geração da Ranger Raptor, lançada em 2018, deixou muita gente intrigada: para que servia uma “pick-up” desportiva num segmento virado para o trabalho e para o lazer, sobretudo na Europa?

O mercado deu a resposta com uma procura acima do previsto por esta versão trabalhada pela Ford Performance. E quando digo “trabalhada” é porque a Raptor é realmente desportiva, a começar pela extraordinária suspensão.

A Ford descobriu um “nicho” de mercado europeu que se julgava não existir. Mas isso só mostra que estava atenta aos sinais: as vendas de “pick-up” na Europa têm crescido nos últimos anos, apesar de não parecerem muito adaptadas às nossas cidades.

Daí a pensar na estratificação da oferta, foi um passo, com a Ford a oferecer a Ranger em várias versões, com a Raptor como a mais desportiva e apetecível. A única cedência à racionalidade foi a permanência de um motor Diesel como motorização única.

Estilo renovado

Mas isso mudou nesta segunda geração da Raptor, que chega a Portugal no final do Verão. As versões normais da nova geração da Ranger só começam a ser vendidas na Primavera de 2023.

E afinal o que mudou? O estilo vai buscar alguma inspiração ao Ford Bronco, com faróis matriz de LED em “C” e a palavra “Ford” de dimensões gigantescas na grelha. Os guarda-lamas alargados são ainda mais agressivos, tal como as jantes de 17” com pneus “offroad”.

Por dentro, há novos bancos desportivos e o volante também é novo, com patilhas da caixa de velocidades automática em Magnésio. O ecrã tátil central tem 12” e inclui a nova geração do SYNC 4A, com Apple Carplay e Android Auto de série e o painel de instrumentos também é digital.

O motor V6 biturbo a gasolina

Mas a maior novidade é o motor a gasolina 3.0 V6 biturbo Ecoboost, preparado pela Ford Performance. É o mesmo do Ford Bronco, tem 288 cv e 491 Nm de binário máximo e vai estar disponível em todos os mercados da Europa. O motor 2.0 Diesel biturbo volta em 2023, bem como um 3.0 V6 Diesel.

O novo bloco a gasolina é 75% mais rígido, devido à utilização de um novo tipo de ferro fundido. A alimentação tem um sistema “anti-lag” semelhante ao usado no Ford GT e no Focus ST, para diminuir o tempo de resposta dos turbos.

Para tornar a condução mais emocionante, há quatro modos de sonoridade de escape: Quiet, Normal, Sport e Baja. O último promete soar com um escape direto de competição.

Chassis melhorado

O novo chassis tem pontos de ancoragem diferentes e reforços estruturais. Os braços da suspensão da frente são novos, em alumínio; o curso da suspensão foi aumentado em 20 mm e a geometria da suspensão traseira, com paralelogramo de Watt, também foi modificada.

Os novos amortecedores FOX Live Valve de 2,5” com válvula interna de “by-pass” permitem uma reação imediata ao solo ondulado ou regos. O óleo contém Teflon, que reduz a fricção em 50%, face aos amortecedores anteriores.

Por baixo, há uma placa de aço de 2,3 mm que protege o radiador, cárter, caixa de direção, estrutura frontal e diferencial da frente.

Novo sistema 4×4

Pela primeira vez, a Raptor tem um sistema 4×4 permanente com caixa de transferências de controlo eletrónico e ainda o bloqueio dos diferenciais da frente e de trás. Além disso, há ainda sete modos de condução, além da possibilidade de rodar apenas com tração atrás.

Para o asfalto, existem os modos Normal, Sport, Escorregadio. Para fora de estrada, as escolhas são: Rochas, Areia, Lama, Baja. Há ainda o “Trail Control”, um “cruise control” para condução “offroad”.

Conclusão

Falta saber o preço desta nova Raptor, mas desconfio que isso não vai impedir os mais entusiastas de lhe deitar a mão rapidamente. A verdade é que a “pick-up” da Ford continua a não ter rivais, neste momento.

Francisco Mota

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