Todas as marcas o dizem, evoluir as baterias é a prioridade para melhorar a utilização dos carros elétricos. Saiba o que se está a desenvolver, quais os objetivos e quando vamos ter baterias melhores.

 

As atuais baterias de iões de Lítio ainda podem evoluir, mas estão perto dos seus limites, que todos já sabemos quais são. São pesadas e acumulam pouca energia.

No entanto, a sua eficiência ainda pode aumentar, como aliás se tem visto nos últimos tempos. Alguns construtores têm conseguido aumentar a autonomia dos seus carros elétricos usando a bateria até mais próximo de estar descarregada.

Com melhoramentos na gestão térmica, através de melhores sistemas de arrefecimento, será possível aumentar a capacidade das baterias de iões de Lítio em 25%, dizem alguns especialistas do assunto. Mas depois é preciso uma nova tecnologia.

As alternativas em estudo

São várias as alternativas de novas tecnologias de baterias que estão a ser desenvolvidas em simultâneo, sempre com a preocupação de reduzir os conteúdos de Lítio e de Cobalto, devido aos problemas sociais que a sua extração acarreta.

As principais tecnologias alternativas que estão mais próximo da produção em série são quatro e todas elas jogam com a substituição dos materiais usados nos elétrodos e no eletrólito.

Metal de Lítio e Silício

Este tipo de bateria foi inventado antes da bateria de iões de Lítio, mas era demasiado instável. Com a sua evolução, ao Lítio foi adicionado Silício, em vez de grafite. Consegue assim reduzir-se o CO2 emitido na sua fabricação e também os custos.

É uma solução não tóxica, mas ainda está a ser testada a sua segurança. Tem o potencial de aumentar a autonomia entre 20 e 30%, para o mesmo peso. Estima-se que esteja pronta daqui a cinco anos.

Eletrólito sólido

É a solução que tem sido mais falada nos últimos tempos como a grande alternativa às baterias de iões de Lítio, já usada em “pacemakers”, por exemplo.

Usa eletrólito sólido, em vez de líquido. Teoricamente é mais segura e mais versátil, mas tem baixa densidade de energia (mais pesada, para a mesma capacidade) o carregamento demora mais tempo e é mais cara.

Mas tem a potencialidade de fazer subir a autonomia entre 35 e 40%. Daqui a cinco anos, poderá estar pronta a ser utilizada, talvez primeiro em veículos pesados.

Lítio-enxofre

São uma opção mais barata que as de iões de Lítio e já foram usadas na aviação, pois usam um material que é mais comum que o Cobalto e muitas vezes é um subproduto da indústria.

Mais fáceis de reciclar mas a durabilidade ainda é um problema e a densidade de energia tem que ser melhorada. Poderá aumentar a autonomia entre 40 a 50% o que é muito significativo, mas só estará pronta a ser usada daqui a 10 anos.

Lítio-Oxigénio

Talvez a bateria mais simples, pois usa apenas ar para reagir com o Lítio, funcionando um pouco como as “fuel cell”.

Tem uma densidade de energia muito alta, mas a durabilidade ainda está a ser melhorada. Terá a possibilidade de melhorar a autonomia em 50% mas só estará pronta dentro de 15 anos, pelo menos.

Maior longevidade

Entretanto, a Tesla anunciou que vai lançar no mercado chinês uma bateria capaz de durar 16 anos, cerca do dobro da garantia que atualmente os construtores dão às baterias dos seus modelos elétricos. A durabilidade é outro das evoluções esperadas.

Conclusão

A tecnologia das baterias para veículos elétricos está a tornar-se numa vantagem estratégica tão importante como foi o petróleo durante décadas. Sobretudo porque não estamos a falar apenas na utilização em automóveis ou meios de transporte em geral.

Estima-se que em 2050 o consumo de eletricidade seja feito em 50% através de baterias, contra os atuais 18%. Por outro lado, as renováveis vão quadruplicar a sua produção, precisando de baterias para armazenar energia.

Por essa razão alguns países estão a incentivar os seus cientistas e engenheiros, apoiando-os financeiramente, para desenvolverem tecnologias próprias e não ter que depender de países terceiros.

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