DS9 em Lisboa

Plataforma EMP2

Quem lembra os piscas do DS

DS9 é o terceiro de 6 modelos

Faróis direcionais de três elementos

Este é o "sabre" sobre o capót

Tablier dentro do estilo da marca

Alavanca da caixa automática

Muito espaço nos lugares de trás

Há quatro anos, o presidente de França Emmanuel Macron recebeu o seu DS7 Crossback presidencial. Está mais que na altura de largar os SUV e passar para uma berlina mais estatutária, como o novo DS9.

 

A história dos carros presidenciais franceses é tão rica que deu origem a um museu. Lá estão alguns dos modelos de marcas francesas que foram usados em cerimónias ou deslocações oficiais pelos sucessivos presidentes.

Claro que o destaque vai para o Citroën DS blindado que foi o transporte de Charles de Gaulle e lhe salvou a vida durante um atentado em 1962.

Rajadas de metralhadora, disparadas por um grupo armado que estava contra a entrega da Argélia aos argelinos, furaram os quatro pnues do DS, mas o motorista conseguiu manter o controlo do carro, graças à suspensão pneumática.

Macron e a DS

Nada de semelhante se passou após Emmanuel Macron ter sido eleito em 2017, escolhendo para carro oficial um SUV DS7 Crossback, que na altura ainda nem estava à venda. Tratava-se também de uma versão especial, dita presidencial.

Quatro anos depois, a marca de luxo do grupo PSA, entretanto integrada no grupo Stellantis, apresentou o seu novo modelo de topo, a berlina DS9, um modelo estatutário, como diz a marca.

É certo que as berlinas estão a ser “engolidas” pelos SUV de vários tamanhos e feitios, mas a DS precisava de uma berlina grande, “para a imagem da DS, é necessário ter um carro destes” alguém da marca me confidenciou.

Talvez a previsão de vendas que a DS tem para o DS9 não seja espetacular, mas é topo de gama convencional que lhe dá credibilidade na “guerra” contra as outras marcas premium do mercado, nomeadamente as alemãs.

DS9 esteve em Lisboa

Tive a oportunidade de ver de perto, em Lisboa, um dos primeiros pré-série e de ficar a conhecer melhor o produto, mas ainda sem o fundamental: conduzi-lo.

O aspeto do DS9 é tudo menos surpreendente. O estilo é uma aplicação do que se conhece do DS7 Crossback, numa silhueta berlina. Tem 4,93 metros mas é um rival do Série 3, Audi A4, Classe C e S60, para citar os mais conhecidos.

O DS9 é o terceiro modelo de uma gama de seis modelos que a marca vai completar no futuro próximo, cobrindo assim 70% dos segmentos em que as marcas premium operam.

Voltando ao estilo, o DS9 tem alguns detalhes que, não sendo novos na marca, estão todos presentes no modelo. Por exemplo os puxadores de portas escamoteáveis ou os faróis de três módulos com a função direcional que fez a fama do Citroën DS.

Tem tudo de série

Tem também um largo friso cromado no meio do capót, a que a marca chama o sabre. E nem faltam duas luzes laranja nos cantos superiores do vidro traseiro, a evocar os pisas do Citroën DS, o marketing batizou-os como “DS Cornet”.

Mas tem mais. Tem o sistema de visão noturna, a suspensão de amortecimento ajustável através de radar, óticas traseiras com efeito 3D e as ajudas eletrónicas à condução que lhe dão o nível 2 da condução autónoma. Manutenção no centro da faixa e regulação de distância ao carro da frente, basicamente.

Ao volante… parado

Sentei-me por breves momentos no lugar do condutor e o que ficou à frente dos meus olhos foi o painel de instrumentos digital de 12,3” do DS7, bem como o mesmo monitor central tátil. A alavanca da caixa automática continua a ser também a mesma, felizmente, não foi substituída pelo “interruptor” que o grupo está a introduzir noutros modelos.

Bancos com pele de efeito “bracelet” de relógio, é já um “clássico” na DS, bem como o relógio BRM, que dá uma volta quando se liga o carro. O couro forra o tablier para provar a frase preferida do marketing da DS: “savoir-faire francês”.

Também me sentei nos bancos de trás, para comprovar que há muito espaço para as pernas mas é preciso cuidado com a cabeça, a entrar e sair, devido à linha “fastback” da zona traseira do tejadilho. Os quatro lugares principais são aquecidos, ventilados e têm massagens.

Plataforma EMP2

Falta falar do hardware, claro. Sem surpresa, o DS9 é feito com base na plataforma EMP2, a mesma do DS7 Crossback e dos Peugeot 508 e 308, para dar dois exemplos. Mas com a distância entre-eixos aumentada até ao limite do possível.

A primeira motorização disponível vai ser um híbrido “plug-in”, como seria de esperar. A versão de 225 cv combinados e tração à frente, que usa um motor 1.6 a gasolina com 180 cv e um motor/gerador elétrco de 122 cv. Uma motorização bem conhecida de outros modelos da PSA, que aqui anuncia mais de 50 km de autonomia em modo elétrico. Um modo utilizável até aos 135 km/h.

No final do ano vai chegar a versão com um segundo motor no eixo traseiro mas já com os 360 cv estreados no 508 PSE, não a versão de 300 cv do DS7 Crossback E-Tense.

Em Junho, vão começar a ser entregues as primeiras unidades do DS9, existindo duas versões, o Performance Line Plus (59 100 euros) e o Rivoli Plus (61 000 euros). Vão ter todos os opcionais incluídos, pois o DS9 é feito na China e isso encurta os prazos de entrega.

Conclusão

Os opcionais específicos da versão presidencial não foram revelados, nem nunca o vão ser. Mas acredito que Macron fique bem servido com este DS9, que neste momento é o automóvel mais estatutário vendido por uma marca francesa.

Francisco Mota

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