DS quer seguir exemplo das marcas de moda parisienses

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Como estabelecer uma marca de prestígio francesa nos nossos dias? A DS Automobiles tem um plano: seguir o exemplo das marcas de moda parisienses e aplicar o mesmo “savoir faire” aos seus automóveis. O DS4 chega em Novembro e será o ponto de viragem.

Quando se fala em marcas famosas no mundo da moda, da perfumaria, dos acessórios e até da relojoaria, é inevitável referir nomes com origem em Paris, que se tornaram famosos em todo o mundo. São referências, líderes de tendências, mas também criadores de produtos intemporais.

Marcas que representam uma certa ideia de prestígio, fundada em valores tipicamente franceses e parisienses. São emblemas que não podiam ter sido criados em nenhum outro local, que são identificados por um “savoir faire” único.

A DS Automobiles foi criada para se posicionar no mercado dos automóveis de prestígio, rivalizando sem complexos com os alemães que têm dominado o setor nas últimas décadas.

Evitar a cópia

Mas a estratégia da marca, englobada na Stellantis, não é “copiar” os alemães e colocar no mercado produtos semelhantes. Outras marcas já tentaram fazer isso, com resultados nem sempre encorajadores…

A DS Automobiles quer posicionar-se nos vários segmentos em que pretende operar com modelos imediatamente identificáveis com a sua origem francesa e parisiense. Desde logo pela linguagem estética e de estilo exterior, mas também pelo ambiente do habitáculo.

A DS quer explorar os valores ligados à expressão “born in Paris”

Tal como as marcas do universo da moda, também a DS Automobiles quer explorar os valores ligados a uma cultura de qualidade e exclusividade que tem como mote a expressão “born in Paris”, que é uma das ideias chave que orientam os produtos e a comunicação da marca.

Estratégia audaz

Há nesta estratégia uma grande dose de audácia, que só pode ser sustentada pela criatividade, para dar substância aos modelos da marca. Para a DS Automobiles se consolidar como a marca de prestígio do grupo Stellantis, tem que partir de valores genuínos. Não adianta imitar os rivais alemães.

Ninguém pode dizer que o percurso é fácil, nem rápido, mas só pode ser bem sucedido se a marca for sendo construída com base em conceitos diferenciados e autênticos. Para já, Carlos Tavares, o CEO da Stellantis, estabeleceu um período de dez anos para a DS atingir os seus objetivos.

Os primeiros resultados podem ver-se já nos mais recentes modelos da DS Automobiles, naquilo a que a marca designa por “spirit of avantgarde”: uma vontade de dotar os seus automóveis de um estilo próprio e um requinte tipicamente franceses.

O pilar da tecnologia

A DS assume a ambição de querer alargar o seu espaço entre as marcas premium e para atingir os objetivos apoia-se numa estratégia com dois pilares fundamentais.

O primeiro está relacionado com o desenvolvimento dos seus produtos, dotados de conteúdos objetivamente diferenciadores e que os possam destacar entre os concorrentes.

Há uma procura por funções inovadoras que acrescentem algo de útil

A tecnologia tem hoje tanta importância, aos olhos de muitos compradores, como o estilo ou a qualidade. Há uma procura por funções inovadoras que acrescentem algo à utilização de um automóvel.

Experiência de utilização

O outro pilar está ligado à experiência de propriedade e de utilização dos modelos da marca. Neste campo, os clientes estão cada vez mais exigentes e as marcas fazem o seu melhor para dar as respostas certas.

O atendimento e o serviço são as duas grandes prioridades nesta área do negócio. E têm que ser tratadas de uma forma diferenciada para o cliente lhes reconhecer valor.

Este é o roteiro da DS Automobiles para alargar a sua área de influência entre as marcas de prestígio, nomeadamente na Europa. São ideias claras e fáceis de entender, o “segredo” está todo na sua implementação.

O percurso recente

O percurso recente da marca mostra já uma resposta positiva do mercado e dos clientes que identificam os valores pelos quais a DS Automobiles quer ser reconhecida.

Trata-se de um percurso evolutivo em que a marca conseguiu ultrapassar várias fases nos últimos anos, necessárias ao seu crescimento e consolidação.

Depois de uma primeira geração de modelos ainda muito apoiados na partilha próxima com parceiros do seu grupo industrial, começou uma segunda fase na vida da DS Automobiles.

2019: o recomeço

A marca considera o ano de 2019 como o do lançamento da nova ofensiva, pois foi o primeiro ano completo de vendas do DS7 Crossback, o primeiro modelo da nova geração de automóveis da marca.

É um modelo importante, posicionando a DS no segmento dos SUV médios de prestígio, mostrando qual a via que a marca parisiense escolheu para se lançar como uma marca “born in Paris.”

As motorizações eletrificadas E-Tense lideram o movimento

Em 2020, apesar de todas as dificuldades inerentes à pandemia, a DS conseguiu uma “aceleração” assente sobretudo na tecnologia, com as motorizações eletrificadas E-Tense a liderar o movimento.

Foi um momento fundamental para mostrar que a DS está preparada para a transição energética, através da eletrificação dos seus modelos. Começar com um modelo híbrido foi o primeiro e lógico passo.

Duplicação da oferta

O ano de 2021 surge como o da afirmação da DS, desde logo pelo lado do produto, pois é o ano em que a gama da marca duplica a sua oferta, com a berlina DS9 e o compacto DS4 a juntarem-se aos dois SUV DS7 Crossback e DS3 Crossback.

Esta aposta no aumento da oferta permite à DS alargar a sua base de clientes de forma considerável, entrando em segmentos fundamentais para o seu crescimento.

É também a prova de que a DS Automobiles está interessada em crescer em termos de volume, não apenas na imagem.

Os dois novos modelos têm objetivos bem diferenciados, mas complementares, num plano que visa aumentar o alcance global da DS.

Tendências já se mostram

Por um lado, o mercado da China, ao qual o DS9 se adapta particularmente bem e, por outro lado, o DS4, destinado a concorrer no segmento mais vendido na Europa, o dos familiares compactos.

É claro que os valores absolutos de vendas ainda não são grandes, mas o mais importante, neste altura, é observar as tendências.

A DS conseguiu resistir melhor do que a média dos modelos premium à crise profunda em que o mercado mergulhou em 2020, devido à pandemia. Talvez mais importante, terá sido o facto de 58% das vendas em Portugal terem sido de versões híbridas ou elétricas.

Quanto a 2021, os dados do primeiro semestre apontam para a consolidação da tendência de subida da quota de mercado, que deve continuar com o lançamento dos dois novos modelos.

DS4 e DS9, os seus papeis

O topo de gama DS9 não tem por missão aumentar muito os volumes de vendas, sobretudo num país como o nosso, em que os segmentos mais altos sempre tiveram um alcance limitado.

A sua função é ajudar a posicionar a DS Automobiles como uma marca premium. É também o primeiro modelo francês a surgir no segmento das grandes berlinas de luxo desde há vários anos. Algo que beneficia a imagem de toda a indústria automóvel francesa.

O DS4 vai ascender rapidamente à posição do modelo mais vendido da marca

Mas as grandes expetativas estão guardadas para Novembro, quando forem entregues aos clientes portugueses as primeiras unidades do DS4. A marca espera que o novo modelo, posicionado no segmento C das berlinas compactas, ascenda rapidamente à posição de produto mais vendido da DS Automobiles.

DS4 face aos rivais

O DS4 será o primeiro modelo da marca a posicionar-se no segmento de mercado mais vendido na Europa, na sua vertente premium. Por isso, os rivais diretos são o Audi A3, BMW Série 1 e Mercedes-Benz Classe A.

Contudo, tendo em conta que o DS4 tem na sua gama uma versão Cross, com estilo e equipamento exterior que o aproximam de um crossover, também estará na luta com SUV compactos como o BMW X2 e Lexus UX.

Face às berlinas premium, o DS4 tem mais largura e mais altura, o que lhe deverá conferir quotas de habitabilidade favoráveis. O novo modelo da DS é feito sobre a última evolução da plataforma EMP2 V3, que vai partilhar com as novas gerações do Peugeot 308 e Opel Astra.

Nova plataforma

Esta nova base mecânica permite a produção de uma versão híbrida “plug-in”, o DS4 E-Tense com 225 cv de potência máxima combinada. Também vão estar disponíveis uma versão 1.5 BlueHDI de 130 cv e versões a gasolina, a começar pelo 1.2 PureTech de 130 cv que será o modelo de entrada na gama com preço de trinta mil euros. Segue-se o 1.6 PureTech com dois níveis de potência, 180 e 225 cv.

Aquilo que diferencia o DS4 e a marca dos concorrentes pode ser resumido em três áreas: o maior conteúdo tecnológico, o “savoir faire” françês e o design marcante.

O que diferencia o DS4?

Começando pelo estilo da carroçaria, o DS4 tem uma silhueta com as proporções premium, ou seja, grande distância entre-eixos e capót longo, com os pilares dianteiros do tejadilho recuados.

Depois, são os detalhes que fazem a diferença, como a grelha de efeito tridimensional, as luzes de dia LED em posição vertical e a assinatura da marca no pilar traseiro do tejadilho.

Por dentro, a originalidade continua, com um painel de instrumentos de aspeto minimalista em que as saídas centrais de ar da climatização estão dissimuladas.

Três versões

Todos os revestimentos mostram um cuidado especial na escolha dos materiais e nos acabamentos. O DS4 está disponível em três versões: a DS4, a DS4 Performance Line e a DS4 Cross. A primeira dá prioridade à elegância, a segunda oferece um registo mais desportivo e a terceira propõe um design crossover.

O DS4 terá alguns equipamentos exclusivos no segmento

Quanto à tecnologia, o DS4 inclui algumas soluções únicas no seu segmento, como o “Head Up Display Extended”, a “Nigh Vision” e um “touch pad” na consola, para comandar o sistema de infotainment, o que também pode ser feito por comandos vocais.

Equipamentos exclusivos

A suspensão com amortecimento variável, comandado por uma câmara, também faz parte da lista de equipamento. O DS4 terá ainda novidades a nível de sistemas de auxílio à condução, como a mudança semi-ativa de faixa de rodagem, adaptação de velocidade em curva e reconhecimento antecipado de sinais de trânsito.

As versões de equipamento estão articuladas em três níveis que receberam os nomes Bastille+, Trocadero e Rivoli, existindo ainda uma versão de lançamento designada La Premiere. Em todas elas se percebe, sobretudo no habitáculo, o tratamento premium e a grande diferenciação do DS4 e da DS em relação a outros protagonistas do mercado.

Conclusão

Em vez de tentar enfrentar os modelos premium com um produto semelhante, a DS preferiu apelar às suas origens parisienses e conceber, com o DS4, um automóvel com uma personalidade própria. Este será o lema da DS Automobiles para todos os seus futuros modelos, um posicionamento premium, mas com uma identidade própria, muito ligada às suas origens. Uma estratégia ousada mas que será, provavelmente, a única capaz de levar a DS a fazer frente aos rivais.

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