O design francês do DS 4

Concept-car Aero Sport Lounge foi inspiração

Primeiros esboços em papel do DS 4

Nesta fase o desenho final estava definido

Maqueta 1:1 em estado final

Tejadilho preto faz o DS 4 parecer mais baixo

Efeito escama nos farolins traseiros

DS Wings ligam os faróis à grelha

Luz de dia em LED em forma de "L"

Jantes de 20 polegadas

Grelha com efeito tridimensional

Versão Performance Line

Jantes negras no Performance Line

Pilar traseiro no DS 4 Cross

O quarto modelo da DS Automobiles é o mais importante até agora. A sua missão é rivalizar com os Premium alemães do segmento C. Mas como poderá o DS 4 criar um design francês que seja uma alternativa ao estilo sóbrio dos alemães?

 

Criar uma marca premium com base numa referência tecnológica e de estilo com várias décadas foi o desafio que a DS Automobiles escolheu para se posicionar no mercado.

Evitando cair na tentação do estilo nostálgico, o design da nova geração de modelos da DS Autombiles tem a missão de criar uma nova linguagem na indústria automóvel.

Versão Performance Line

A marca do grupo Stellantis quer defender um posicionamento de marca premium puramente francesa. Para isso, precisa de desenvolver um estilo próprio, distinto das linhas sóbrias que caracterizam aqueles que a marca identifica como os rivais do seu novo compacto DS 4.

Identificar os códigos

O caminho escolhido foi o de identificar os códigos que caracterizam um automóvel deste segmento como um produto premium, que só poderia ser francês. Uma tarefa nada fácil, sobretudo porque há muitos anos que faltam referências dessas, na indústria automóvel francesa.

Começar do zero parece uma expressão batida, de tantas vezes referida. Mas, neste caso, a sua utilização é justificada. A DS Automobiles tinha mesmo que criar algo de novo.

Maqueta 1:1 em estado final

Claro que o trabalho não começou com o DS 4. Antes deste modelo charneira, já a marca tinha no mercado o DS 7 Crossback, DS 3 Crossback e, mais recentemente, o DS 9. De alguma forma, estes modelos serviram de ponto de partida para o desenho do DS 4.

Mas o novo compacto premium da DS não é uma derivação do estilo dos outros modelos da marca, adaptada ao seu tamanho. O caderno de encargos era mais exigente que isso.

Dois anos antes

Nas palavras do diretor de design da DS, Thierry Metroz “o trabalho de desenho do DS 4 começou dois anos antes de serem feitos os primeiros esboços em papel.” As primeiras discussões tiveram como tema a identificação do público alvo.

Segundo Metroz, “o novo modelo teria que agradar a dois tipos de clientes; os apreciadores de hatchback dinâmicos e os entusiastas de Crossover-Coupé.”

Primeiros esboços em papel do DS 4

Com esta direção definida, o próximo passo foi estabelecer com a Engenharia quais seriam os pontos fixos da plataforma EMP2 V3, uma base de trabalho partilhada com outros modelos do grupo e que tinha acabado de ser evoluída.

Espaço para a imaginação

Com os chamados “hard points” localizados, a equipa de Design tinha assim definidas as fronteiras para o desenvolvimento do estilo. Estes pontos tinham que fazer parte do desenho, entre eles, havia muito espaço para a imaginação.

Voltando ao público-alvo, a prioridade foi definir as proporções de base. Alguns aspetos dimensionais estavam claros desde início. Para atingir as proporções certas, o novo modelo teria que apresentar um comprimento contido (4,40m) relativamente a uma longa distância entre-eixos (2,68m) e largura generosa (1,83m) sem esquecer uma altura controlada (1,47m).

Os pilares recuados permitiram ter um capót o mais longo possível, para garantir as chamadas proporções premium.

Definidas as cotas base, dois outros pontos importantes ficaram definidos, casos das jantes de 20” e da posição recuada e pouco inclinada dos pilares dianteiros do tejadilho. Isso permitiu ter um capót o mais longo possível, para garantir as chamadas proporções premium.

“Vestir” a plataforma

A próxima fase foi “vestir” todas estas dimensões e proporções com uma carroçaria original, francesa e apelativa. Aqui começou verdadeiramente o processo criativo.

As proporções conferiam ao DS 4 uma silhueta única no segmento, o que ajudou muito à sua diferenciação. Depois, houve aqui uma clara influência do “concept-car” DS Aero Sport Lounge, que emprestou ao DS 4 algumas das suas soluções de estilo.

Concept-car Aero Sport Lounge foi inspiração

A frente tem faróis muito esguios, com matriz de LED e unidades direccionais, como é tradição na marca. As luzes de dia são verticais com uma assinatura em forma de “L” feita por um total de 98 LED.

Frente inconfundível

A grelha é o ponto que mais identifica o DS 4 com os outros modelos da gama. Lá estão as “DS wings” que ligam os faróis à grelha hexagonal de grandes proporções.

Esta tem um efeito tridimensional e acabamento que varia de acordo com as três versões disponíveis: DS 4, DS 4 Cross e DS 4 Performance Line. Por baixo há uma lâmina com acabamento metálico que dá solidez à face do DS 4.

Grelha com efeito tridimensional

O capót longo e relativamente alto dá à frente uma “presença na estrada” bem assumida e contribui para a sensação de movimento que se prolonga pelo perfil, feito de formas relativamente simples e depuradas. Os puxadores de portas embutidos contribuem para este efeito.

Três recursos

Para reforçar a silhueta Crossover, os designers empregaram três recursos. O primeiro foi usar uma cor escura para a zona mais baixa das portas, reforçando a impressão de maior altura ao solo. A segunda foi a utilização de jantes de 20 polegadas e a terceira foi a pintura do tejadilho numa cor mais escura.

Continuando para a traseira, encontra-se o terceiro pilar do tejadilho, talvez a peça mais interessante do DS 4. O seu formato complexo, com vários “entalhes”, obrigou a uma negociação do departamento de Design com a Engenharia de Produção.

Pilar traseiro no DS 4 Cross

Trata-se de uma peça estampada em aço de execução mais exigente, por isso os designers tiveram que convencer os engenheiros que era mesmo preciso ser assim.

Do pilar para a mala

Mas o tema não se ficou por aqui, pois as formas do pilar têm continuidade para a tampa da mala. E aqui surgiram mais duas questões negociadas com a engenharia.

Para garantir um perfeito alinhamento entre o portão traseiro e o pilar traseiro, seria preciso um rigor de montagem suplementar.

Efeito escama nos farolins traseiros

Por outro lado, a superfície da tampa da mala é feita em plástico, o que tornava a concordância das formas ainda mais complexa de fazer. Mas os designers voltaram a ser bem persuasivos, mesmo quando os engenheiros os tentavam convencer a tornam a transição entre as duas peças mais esbatida.

Um toque desportivo

A vista posterior é caracterizada por um vidro muito inclinado e de pequenas dimensões, dando à traseira uma impressão de solidez. Os farolins têm o habitual efeito escama, já conhecido de outros modelos da marca e estão interligados por uma barra.

Mais abaixo, não podiam faltar as saídas de escape duplas com formato trapezoidal e um extrator na zona inferior do para-choques, para dar um toque desportivo.

Tejadilho preto faz o DS 4 parecer mais baixo

Este foi o trabalho de base do Design, depois foi preciso diferenciar as três versões disponíveis, o DS 4, o DS 4 Cross e o DS 4 Performance Line.

Diferenciar as 3 versões

No primeiro caso, trata-se do modelo central da gama, com prioridade à elegância, por isso os para-choques têm um desenho específico e há algumas aplicações cromadas, além do tejadilho em preto.

O DS 4 Cross tem para-choques que evocam a estética de um Crossover, barras no tejadilho, jantes específicas e tejadilho na mesma cor da restante carroçaria, além de detalhes em preto brilhante, em vez de cromado. A suspensão tem a mesma altura ao solo dos outros DS 4.

com um reduzido número de modificações estéticas exteriores, a DS propõe três versões do DS 4

Por fim, o DS 4 Performance Line tem um conjunto de aplicações exteriores em preto – como a grelha e a moldura dos vidros laterais – e jantes também em preto brilhante.

Assim, com um reduzido número de modificações estéticas exteriores, a DS propõe três versões do DS 4, em termos visuais, diversificando a oferta, na tentativa de apelar a um grupo de potenciais clientes mais dilatado.

Conclusão

Fazer um estilo tipicamente francês num compacto premium está longe de ser uma tarefa fácil. Mas, nesta segunda geração de modelos, a DS Automobiles está a investir mais para construir a sua própria identidade, de forma a ter os argumentos certos para rivalizar com os concorrentes alemães, que têm uma presença sólida no mercado há muitos anos.

Francisco Mota

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