É de imaginar que o Manifesto poderia ser um elétrico 4x4

O Manifesto não vai dar origem a um modelo de série

Manifesto pode ser um marco de viragem para a Dacia

Tablier de cortiça e borracha para afixar papéis com pioneses

YouClip é um sistema de suporte e encaixe que vai ser produzido

Forros dos bancos transformam-se em sacos-cama

O novo símbolo da Dacia está no Manifesto

Só um faról na frente, em vez de dois

Faról pode retirar-se e ser usado como lanterna

Um carro de sonho para uma vida de sonho

O Manifesto foi pensado para ser guiado longe do asfalto

Uma tomada de eletricidade para dispositivos externos

A Dacia convidou os jornalistas a ir ao antigo aeroporto de Paris-Le Bourget, para falar dos novos voos que prepara para o seu futuro. E o primeiro foi uma surpresa, o Manifesto Concept.

 

“Não é um concept-car que antecipe um modelo de produção em série” disse Denis Le-Vot, o CEO da Dacia, quando mostrou o Manifesto.

Um “buggy” compacto de apenas dois lugares. Não tem portas, nem para-brisas mas tem algumas soluções originais.

Algumas dessas soluções vão fazer o seu caminho em direção aos modelos de produção. São ideias interessantes, mas são pouco mais do que detalhes.

O que a Dacia não disse é que mecânica estará, ou estaria, sob este concept Manifesto. Certamente que o exemplar que vi não tinha nenhuma.

Seria elétrico?…

Mas não é difícil olhar para a configuração do Manifesto e imaginar que poderia ser um elétrico.

Atrás dos bancos há espaço para uma bateria em posição central, com vários andares para ter capacidade suficiente. Sob os bancos, não parece haver espaço para isso.

A Dacia diz que o modelo seria um 4×4, por isso posso imaginar que o Manifesto teria dois motores elétricos, um por eixo.

Passando à realidade

Deixando a imaginação e passando à realidade, o Manifesto tem algumas soluções interessantes. Como os pneus sem ar comprimido.

São feitos de borracha, com “buracos” que os atravessam de modo a ter algum efeito de amortecimento. Nunca vão ter furos e a Dacia diz que duram a vida do automóvel.

A marca diz que o Manifesto “redefine o essencial” que é o mote da marca. A ideia é ser um veículo para usar em fora de estrada, por exemplo no auxílio a caminhantes.

Ou um “buggy” para usar em atividades de lazer longe do asfalto, por montes e vales, numa “imersão na natureza”.

O lado prático

Mas também tem uma faceta prática, como a superfície plana atrás, que poderia servir como uma banca de trabalhos no campo, como serrar madeira.

Imersão na natureza, sim. Mas sempre ligado ao mundo civilizado, como previsto pelo conceito “bring-your-own-device” que diz adeus aos sistemas de infotainment embarcados e assenta tudo no smartphone e numa nova aplicação.

Depois há ideias práticas como o “YouClip”, um sistema de suporte e encaixe de vários acessórios, que a Dacia afirma ir chegar aos modelos de série.

Menos realista…

Menos provável é o tablier coberto por uma placa de cortiça misturada com borracha, que serve para fixar papéis com pioneses… Para quando não há rede de telemóvel e é preciso usar mapas de papel. Sem vento nem chuva, claro…

Outra ideia original é a redução dos faróis dianteiros de Led, de dois para apenas um, que se pode retirar e usar como lanterna.

O habitáculo é impermeável e pode ser lavado à mangueira, os forros dos bancos podem retirar-se e transformar em sacos cama.

As barras do tejadilho podem adotar várias configurações, a exemplo do que já existe em alguns dos modelos de série.

E a Dacia propõe também uma bateria amovível para fornecer energia através de uma tomada doméstica, reforçando a ideia de que o Manifesto seria sempre um elétrico.

Starkle, o que é?

Talvez a novidade mais interessante seja o Starkle, um material plástico feito a partir de 20% de plástico reciclado, que não precisa de ser pintado e pode ser aplicado em zonas visíveis da carroçaria.

Ainda é mais caro que o plástico não reciclado, mas é uma ideia de futuro, assim que ganhar escala. Aquilo que não se vai encontrar no Manifesto e, em breve, em todos os Dacia são materiais cromados. Por razões de sustentabilidade.

Durand depois de Nurnberger

David Durand é o novo diretor de design da Dacia, depois de Miles Nurnberger ter estado apenas um ano na Dacia e ter voltado para a Aston Martin em Junho, oficialmente por “razões pessoais.”

Contudo, é sabido que a saída de Tobias Moers da posição de CEO, poderá ter tido algo a ver com o regresso de Miles à Aston Martin. Pois vários quadros superiores acusavam Moers de lidar mal com os seus colaboradores.

Segundo Durand, “sentimos que precisávamos de algo mais do que simulações em 3D e ver como ficava o Manifesto na vida real”

Conclusão

O Manifesto Concept pode ser um carro de sonho, para uma vida de sonho a que muito poucos têm acesso. Não por ser cara e exótica, mas porque a natureza está cada vez mais vedada à circulação livre de carros particulares, elétricos ou não. Contudo, tenho que aplaudir a ousadia da Dacia ao fazer um concept-car que poderá levar a marca a novos vôos.

Francisco Mota

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