Gama Dacia foi renovada com nova grelha e novo símbolo

Todos os modelos recebem a nova imagem

Bigster vai chegar ao mercado em 2025

Os motores ECO-G a gasolina e GPL são para continuar

Tenda para anexar à traseira do Jogger

Cama para dois montada dentro do Jogger

Sob a cama continua a haver espaço para bagagens

Doca para smarthpone no topo da consola

Dacia Manifesto Concept mostra outras tendências para a marca

Começo do novo capítulo da Dacia

Nova imagem também nos pontos de venda

Simulação de concessioário

A Dacia está a entrar num novo capítulo, abandonando o rótulo “low cost” que substitui por “value for money”. A marca do Grupo Renault quer focar-se no essencial. Como isso se concretiza, em produtos e equipamentos foi aquilo que fui ver numa apresentação em França destinada à imprensa.

 

Nos últimos 18 anos, foram vendidos 7,5 milhões de veículos Dacia, com uma gama de modelos assente sobretudo em preços muito abaixo da concorrência. A integração no Grupo Renault deu à marca Romena o acesso a plataformas e motores que foram usados da maneira mais rentável para colocar no mercado produtos sem rivais diretos.

Não deixa de ser curioso que nenhum outro grande grupo automóvel tenha decidido fazer “a sua Dacia”. Mas a verdade é que fazer simples e rentável é uma equação de resolução muito complicada.

Todos os modelos recebem a nova imagem

Sem que a subida de preços seja um objetivo na Dacia, a verdade é que está em marcha uma alteração de estratégia. De marca “low cost” a Dacia vai passar a marca de “value for money” e se as duas coisas podem parecer sinónimos, a prática está a mostrar que não é assim.

Só o essencial

A palavra que faz toda a diferença entre os dois posicionamentos é “essencial”. Se, no início, a Dacia se dirigia a clientes que não podiam comprar mais caro, a evolução dos últimos anos mostrou que foram os próprios clientes a mudar.

Muitos compram Dacia porque não querem comprar mais caro, porque querem um modelo que tenha apenas o essencial. E isso mesmo tem sido provado com o mix de vendas, claramente favorável às versões com mais equipamento, o que levou a marca a introduzir um nível mais alto, o Extreme.

Começo do novo capítulo da Dacia

A marca acompanha a tendência do mercado e faz do “essencial” o seu ADN. E procura clientes que já não querem automóveis complexos, com excesso de equipamento e de opcionais. Carros com cada vez mais conteúdo, mas nem sempre utilizado pelos clientes.

Definir essencial

A Dacia luta contra a subida de preço dos automóveis em geral, fenómeno que tem na eletrificação uma razão imediata, mesmo para os modelos que ainda não estão eletrificados.

Mas definir o “essencial” nem sempre é fácil. A marca dá dois exemplos concretos. Há 18 anos, o ar condicionado não era essencial, mas hoje ninguém compra um carro novo sem esse equipamento. Tornou-se essencial.

Os motores ECO-G a gasolina e GPL são para continuar

Por outro lado, ter três ecrãs digitais no interior não é realmente essencial, por isso a Dacia não os tem. Prefere soluções mais baratas e mais práticas. Como uma doca no topo da consola para encaixar o smartphone, que passa a funcionar como o ecrã tátil do carro, através de uma aplicação e usando mesmo os comandos do volante do carro.

Nova imagem de marca

A mudança da imagem de marca fica a assinalar o início deste novo capítulo. A grelha de todos os modelos recebe um novo símbolo pintado a branco, o objetivo da Dacia é acabar com os cromados, por questões ambientais.

“Essencial mas cool” diz o CEO Denis Le-Vot quando aponta para o concept-car do Bigster, o SUV que estará posicionado acima do Duster e deverá chegar ao mercado em 2025, feito sobre a plataforma CMF-B que será usada em todos os modelos da marca.

Bigster vai chegar ao mercado em 2025

A mudança de linguagem de estilo é muito profunda e leva a marca para um nível superior. Mas, como diz o chefe de estilo David Durand, “o bom estilo não é mais caro por isso.”

Novos hábitos

Para atingir estes objetivos, a Dacia decidiu implementar uma série de hábitos como o uso frugal de recursos em todas as áreas. Ausência de pele natural no interior dos seus carros e de cromados, uso de plásticos reciclados em áreas visíveis.

Hoje, 12% dos plásticos do Duster são reciclados, face à média de 8% da indústria automóvel. O novo Duster vai chegar aos 20% de plástico reciclados, usando em algumas partes o novo material Starkle, feito de 20% de plástico reciclado e com acabamento superficial que não precisa de pintura.

Dacia Manifesto Concept mostra outras tendências para a marca

Numa altura em que se fala cada vez mais em compras online, na indústria automóvel essa ainda não é uma realidade com muito peso. Na Dacia, 28% das vendas são geradas a partir do site da marca e concretizadas nos concessionários.

Nova face dos concessionários

Por isso, a mudança na imagem dos concessionário vai acontecer em paralelo com a alteração da grelha dos modelos. Vai ser um processo com baixos custos para as concessões e vai decorrer nos próximos dois anos.

Nova imagem também nos pontos de venda

Estive dentro de uma simulação de uma concessão e a simplicidade é a palavra de ordem. Tanto em termos de mobiliário, como da própria dinâmica do local, onde deixa de existir uma barreira entre comprador e vendedor, em linha com a política de preços fixos que a Dacia vai adotar.

A era digital

Há também uma nova aplicação com realidade aumentada que permite, através do smartphone, ver em detalhe o carro que o cliente configurou. Outros aspetos interessantes são o “up & go”que permite acelerar a compra de versões topo de gama.

Dentro do processo de venda, o comprador vai poder passar a ter um sistema de “tracking” da sua encomenda, além de um certificado de bateria para os 100% elétricos e uma nova aplicação “My Dacia” que mantém o cliente ligado à marca.

Doca para smarthpone no topo da consola

Para quem gosta de dormir ae relento, a Dacia apresentou também um kit de placas de madeiras e colchões que, depois de rebater o banco traseiro do Jogger, permite montar uma cama para dois. Além disso, há uma tenda que se aplica à porta traseira, para os adeptos do campismo.

Só 25% dos novos compradores da Dacia tinha um Dacia antes, mas 60% deles compram um segundo modelo da marca depois, revelando uma grande fidelidade. Nesta altura em que a marca faz 18 anos, sob o controlo direto do Grupo Renault, há outros números muito encorajadores que viabilizam a emancipação do símbolo Romeno.

Conclusão

Em 2021, as vendas da Dacia subiram 7%, sendo o Duster o SUV mais vendido na Europa, enquanto o Sandero é o nº 1 entre os compradores individuais. Com 6% de share na Europa, a Dacia é a terceira marca mais vendida na Europa. Neste momento, a marca tem 15 modelos diferentes que cobrem 80% do mercado, mas a tendência é para crescer, consolidando a sua presença na Europa. Um fenómeno que vai contra a corrente.

Francisco Mota

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