No início, os carros da Dacia eram muito simples, feitos com base em mecânicas antigas e com pouco equipamento. Isto, na fase a seguir à compra pelo Grupo Renault, antes disso, nem vale a pena falar do assunto. A redução nos custos trazia os preços mais baixos do mercado e assim tudo se compreendia. Mas agora, os Dacia evoluíram e os preços não subiram, pelo menos na proporção daquilo que melhoraram. De tal modo que a Dacia, simplesmente, não tem concorrentes no mercado.

Sem rivais, mesmo?…

Pensava nisso enquanto guiava a segunda geração do Duster, um SUV que sempre foi muito mais do que isso. As versões 4×4 (que só custam mais 2000 euros, mas passam a classe 2 nas portagens) fazem “coisas” no todo-o-terreno que alguns TT muito mais caros nem tentam.
Claro que o mercado compra é o 4×2, pela questão das portagens, mas, ainda assim, o baixo peso e a boa altura ao solo continuam a ser suficientes para passar por cima de muita coisa.

Ao contrário da maioria dos SUV, o Duster não tem um tejadilho alto, o que lhe dá uma silhueta original e elegante. Depois continua a ter aqueles alargamentos de guarda-lamas que o fazem parecer um carro de ralis. Na grelha, os estilistas puxaram os faróis para os extremos, para lhe dar um ar maior e, atrás, levou uns farolins que fazem lembrar os do Jeep Renegade. Quem terá tido a ideia primeiro?…

Por dentro é que mudou tudo

Basta abrir a porta do condutor e saltar para o banco para perceber onde foi gasto o dinheiro: num habitáculo de muito melhor qualidade aparente, com bastante espaço para uma família e com mais equipamento, entre o de série e o opcional. Até a inclinação do para-brisas aumentou.

Até os evangelistas do anti-Diesel, têm uma opção, na versão 1.2 TCE 4×2 de 125 cv, que custa uns inacreditáveis 14 550 euros

Depois, a andar, percebe-se que tudo melhorou um bocadinho: direção mais precisa, suspensão a controlar com mais rigor os movimentos do carro, tudo mais refinado e mais “caro”. O motor Diesel 1.5 dCi de 110 cv faz muito bem o seu papel, apesar de não ser mudo e da caixa também não me posso queixar. Sobretudo porque custa 19 650 euros e passa em Classe 1 nas autoestradas, depois de a Renault ter baixado a suspensão da frente (não se perdeu nada), uma trabalheira que mereceu a pena, pois os portugueses são dos melhores compradores do Duster. Não tenho dificuldade em perceber a razão. Até os evangelistas do anti-Diesel, têm uma opção, na versão 1.2 TCE 4×2 de 125 cv, que custa uns inacreditáveis 14 550 euros. Tinha uma lista de pequenas críticas a fazer, mas, sinceramente, por estes preços, nem faz sentido…

Potência: 110 cv
Preço: 19 650 euros
Veredicto: 4 estrelas