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Crónica – WRC 2022: O que têm em comum os carros de ralis e os de série?

WRC 2022 e as versões de série (fotos de João Apolinário e WRC)

Apresentação da nova geração de WRC híbridos

Um SUV entre os utilitários, o Puma WRC

O Puma ST diverte muito bem o condutor

Nem parece um SUV! - a exclamação normal de quem guia o Puma ST

A Ford ousou fazer uma versão ST a partir de um B-SUV

Tal como todos,, também o i20 N WRC tem 4WD

O i20N é um dos melhores desportivos de tração à frente

Eficácia acima de tudo, mas o i20 N também sabe divertir

Estilo um pouco excessivo, no Hyundai i20N

O Yaris passou para a nova geração

O Toyota GR Yaris é o único com tração às quatro rodas, como no WRC

Se há desportivo que coloca um sorriso nos lábios...

O estilo do GR Yaris distancia-se das outras versões

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21/1/2022. Começou hoje o WRC 2022, agora com carros híbridos. O objetivo é seguirem as novas tendências, mas será assim? Peguei no GR Yaris, i20 N e Puma ST para descobrir o que têm em comum com os novos “monstros” do WRC.

 

O desporto automóvel serve para desenvolver novas tecnologias que no futuro podem vir a ser utilizadas nos modelos produzidos em grande escala. Esta é uma das linhas preferidas do Marketing para justificar a presença de um construtor na competição automóvel.

Nos ralis, já foi mais assim. Ao longo dos anos, o regulamento técnico evoluiu no sentido de tornar todos os carros muito parecidos uns com os outros e muito especializados. Cada vez se foram afastando mais dos modelos de produção em série.

Para um construtor fazer um carro de WRC, tem que usar uma série de componentes que são fabricados por fornecedores externos, extremanente especializados e iguais para todas as equipas.

Componentes iguais para todos

É o caso das suspensões, dos arcos de segurança, das transmissões e até dos próprios motores, que nada têm a ver com os dos carros de série. Enquanto o Puma e Yaris têm motores de 3 cilindros, de série, as versões WRC são de 4 cilindros.

Este ano, o sistema híbrido também é fornecido por uma empresa especializada e é igual para todos. Além disso, foi dado um passo que afasta ainda mais os carros de ralis do modelo de série que “imitam”.

Evoluiu-se para um verdadeiro chassis tubular que nada tem a ver com os modelos de série

A “gaiola” de segurança passou a ser ainda mais regulamentada e deixou de ser obrigatório usar a base da estrutura de aço estampado do modelo de série. Ou seja, evoluiu-se para um verdadeiro chassis tubular.

Os WRC de 2022 podem parecer-se com protótipos ultra-transformados do Toyota GR Yaris, Hyundai i20N e do Ford Puma ST. Mas, na verdade, têm pouco em comum.

Marketing e imagem

A justificação para três marcas terem assinado um contrato de três anos para continuarem no WRC tem a ver apenas com o marketing e com a imagem de marca. E já não é pouco, pois em termos de identificação com os modelos de série, os carros do WRC até nem fazem um mau serviço.

E agora passam a mensagem politicamente correta da hibridização, além de ser usada uma gasolina sintética com origem vegetal, que reduz a pegada de CO2.

O sistema mini-híbrido dos WRC

O sistema híbrido dos WRC 2022 usa uma bateria de 3,9 kWh e um motor elétrico de 136 cv e 180 Nm. Quando a bateria está carregada, este contributo elétrico junta-se aos 400 cv e 450 Nm do motor 1.6 turbo a gasolina resultando numa potência combinada superior a 500 cv.

Apesar de existir um sistema de regeneração na travagem, são poucas as alturas em que os pilotos têm de facto os 500 cv disponíveis. No arranque para as classificativas, estima-se que o possam ter durante dez segundos seguidos a fundo.

O sistema híbrido tem uma autonomia de 20 km em modo elétrico… na teoria.

No entanto, há três cartografias, para gerir o sistema híbrido da melhor maneira, sabendo que existem locais onde o modo 100% elétrico é obrigatório por regulamento, para já apenas na entrada e saída do parque de assistência.

Por outro lado, com uma bateria tão pequena, os previstos 20 km de autonomia em modo 100% elétrico parecem difíceis de atingir. Mas, ainda assim, o peso aumentou 87 kg, face aos carros de 2021, considerados os WRC mais rápidos de sempre.

As versões de estrada

Felizmente que as três marcas envolvidas no WRC têm nos seus catálogos versões desportivas que fazem a ligação com os ralis e que são, todas elas, muito divertidas de guiar na estrada.

Claro que não têm os 500 cv, nem os 400 cv dos WRC, mas têm bons motores, com mais de 200 cv, suspensões afinadas para divertir quem gosta de gastar uma manhã numa estrada de montanha sinuosa e deserta. E o Toyota até tem tração às quatro rodas.

Tenho o privilégio de ter testado o GR Yaris, Puma ST e I20 N, três testes memoráveis de 2021

Estou a falar do Toyota GR Yaris, do Ford Puma ST e do Hyundai i20 N. Todos desportivos… e nenhum híbrido. Tenho o privilégio de já os ter testado todos e de ter gostado de cada um deles, à sua maneira.

Recordar 3 testes especiais

Na altura em que testei o Puma ST escrevi que: “Querendo fazer rodar o carro na entrada em curva, basta levar um pouco de velocidade em excesso, aliviar o acelerador e ver a traseira deslizar de maneira perfeitamente proporcional, progressiva e na altura certa. Mesmo em curvas mais rápidas, ou muito rápidas, o Puma ST dá confiança para se fazer isto e deixar a traseira deslizar, para fazer pequenas correções de trajetória ou apenas pelo divertimento que isso dá.” Foi a prova de que me diverti mesmo com este B-SUV de 200 cv.

Pode ler o teste completo seguindo este LINK:

Teste – Ford Puma ST: o SUV que dá “pica”!

Depois foi a altura de levar para a estrada o GR Yaris Extreme Rally de 261 cv, num vídeo que pode ver no canal YouTube do TARGA 67. Está lá uma passagem em que digo o seguinte: “Passando para o modo Sport, assim que se acelera para sair da curva, a traseira desliza um pouco com o excesso de binário e ajuda a frente a procurar mais cedo pela próxima reta. O GR Yaris não se torna numa sobrevirador lunático, nem sequer este é um modo drift, mas acrescenta uma boa dose de gozo à condução.”

O vídeo encontra-o seguindo o LINK:

Vídeo – Teste Toyota GR Yaris Extreme Rally

Finalmente testei o Hyundai i20 N de 204 cv, a que atribuí o prémio do “Desportivo do Ano TARGA 67”: “A inclinação lateral em curva é reduzida, mas a roda interior traseira não faz cerimónia em levantar do chão, obrigando a roda dianteira do outro lado a fincar-se mais no asfalto. Quando chega a altura de reacelerar, o autoblocante faz um ótimo serviço. A roda dianteira interior nunca perde tração, mesmo quando acelero forte à saída de curvas mais fechadas, sem nenhum efeito de binário no volante. Eficiência total.”

Teste completo seguindo o LINK:

Teste – Desportivo do ano – Targa 67: e o vencedor é!…

Conclusão

Estamos muito longe dos anos dos Grupo A e das versões especiais de homologação. Mas, apesar das enormes diferenças para um WRC, ainda é possível comprar uma versão desportiva do Yaris, Puma ou i20 e passar uns bons momentos ao volante de qualquer deles.

Francisco Mota

(fotos de João Apolinário e WRC)

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