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Crónica – Audi Q4 e-tron: afinal era tão fácil fazer um EV atraente

Audi Q4 e-tron

Plataforma MEB do grupo VW

Volante com formato original e interior de qualidade

Bancos confortáveis e com bom apoio

O Sportback custa mais 2070 euros

Versão Sportback com silhueta coupé

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18/06/2021. Futurista, nostálgico, prático ou bizarro. Foi por um destes caminhos que algumas marcas entraram nos elétricos. E que tal desenhar apenas um carro elegante e que agrade aos olhos de todos? Foi isso que a Audi fez com o Q4 e-tron.

 

Do aspeto bizarro do primeiro Nissan Leaf, ao visual futurista dos Tesla, passando pela nostalgia do Honda E ou do sentido prático do Citroën Ami, já foram muitas as linhas de estilo que as marcas seguiram para entrar no mundo dos carros elétricos.

Só que, parece que ainda ninguém se tinha lembrado do mais óbvio: desenhar uma carroçaria elegante, que agrade ao primeiro olhar, que não pareça estranha, mas que apeteça admirar nos detalhes. Um estilo moderno e atual. Só isso.

Desde que foi apresentada a versão final do Q4 e-tron que a Audi percebeu que tinha um sucesso entre mãos. Só focando o caso de Portugal, as primeiras 40 unidades foram vendidas em sete dias, sem que os compradores tivessem tocado no carro. Não havia mais para vender.

Não precisa de ser “explicado”

O simples facto de não precisar de muitas palavras para explicar o estilo do primeiro elétrico de grande volume da Audi já é um bom sinal. Basta olhar para as suas formas de SUV compacto, para perceber aquilo que promete: prático e premium.

A reação dos potenciais compradores foi tão boa, que o Q4 e-tron se tornou na prioridade das prioridades para a Audi. Os primeiros clientes vão receber os seus carros dentro de dias e a lista de espera não vai ser demorada para os outros. Na Audi, o Q4 e-tron é hoje o modelo com entregas mais rápidas.

Depois de ter começado por cima, com os dois grandes SUV e-tron e e-tron Sportback – em retrospetiva, deviam ter sido batizados Q6 e-tron – e do e-tron GT, na clássica estratégia de “desnatar” o mercado, a Audi entra agora no campeonato do grande volume.

Plataforma MEB

Como é sabido, o novo modelo é feito com base na plataforma MEB do grupo VW, uma base exclusiva para modelos elétricos, de onde já nasceram os ID da VW, o Enyaq da Skoda e está para chegar o Born, da Seat. Muitos, muitos outros se vão seguir.

Mas, ao contrário de todos eles, o Q4 e-tron não usa o estilo para gritar que é elétrico nem que está carregado de “tecnologia”, apesar de ter tudo aquilo que os outros têm e não têm.

O posicionamento atual fica entre o Q3 e o Q5, na mais elementar lógica alemã. Mas tudo isso vai mudar à medida que a Audi acelerar para a eletrificação total. As suas ambições não são pequenas: querem ser a referência nos carros elétricos premium.

Rivais, que rivais?…

Em Portugal, 12% das vendas Audi já são modelos elétricos mas a corrida ainda está na fase de aquecimento. Com o Q4 e-tron esses números vão escalar, até porque o SUV compacto da Audi não tem rivais diretos.

Depois de procurar bem, a Audi lá encontrou os dois modelos que se podem considerar rivais do Q4 e-tron: o Mercedes-Benz EQA e o Volvo XC40 Recharge. O primeiro é de um segmento inferior e deriva de uma plataforma para motores de combustão; o segundo ainda só tem a versão mais potente disponível, por isso é mais caro.

Preço competitivo

E até no preço o Q4 e-tron foi posicionado para ganhar. Em vez de puxar os valores para cima e fazer render a imagem dos quatro anéis, a Audi fez o oposto e coloca o modelo com preços a partir dos 36 375 euros, para a versão de 170 cv e bateria de 51,5 kWh.

Ou seja, valores que não ficam muito distantes dos praticados para o VW ID.4, com o qual partilha quase tudo. Claro que o ID.4 tem uma versão menos potente e mais barata, tal como o Q4 e-tron tem versões mais potentes e mais caras.

Acima do Q4 e-tron 35 de 170 cv, com bateria de 51,5 kWh, capaz de uma autonomia de 340 km, está o 40, com bateria de 76,6 kWh e 204 cv, que faz 520 km, sendo o recordista de autonomia na gama.

Depois há o 45 quattro de 256 cv e, no topo, está o 50 quattro, com a mesma bateria mas 299 cv. Os dois últimos têm dois motores, os menos potentes têm só motor atrás.

Por mais 2070 euros, pode optar-se pela carroçaria SUV-coupé Sportback que, por ter melhor aerodinâmica, anuncia autonomias ligeiramente maiores.

Conclusão

O grupo VW espera fechar o ano com o seu primeiro milhão de veículos elétricos na estrada, a caminho da neutralidade carbónica em 2050, passando pela barreira dos 55% de modelos produzidos elétricos em 2030. E o Q4 e-tron vai contribuir para estes números.

Francisco Mota

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