BMW i3 vs. BMW iX xDrive40 (fotos de João Apolinário)

A gama "I" recebe o seu segundo membro, 10 anos depois

Apesar de afastados no tempo, existem semelhanças

Desenho original é comum aos dois

A evolução na grelha BMW

O "Project i" e a evolução

Pilar traseiro do i3

Pilar traseiro do iX

Rodas mais largas na última edição do i3

Suspensão muito confortável no iX

O início de um projecto que não teve continuidade

iX dá início a uma nova etapa na BMW

Interior do i3 continua muito original e especial

Painel de instrumentos mínimo, no i3

Ecrã cebtral atualizado no i3

Comando rotativo da transmissão no i3

O comando i-Drive na consola do i3

Posição de condução alta, no i3

Espaço para dois, na segunda fila do i3

Portas de abertura oposta, no i3

Mala do i3 tem 260 litros

Mais luxo no interior do iX

Painel de instrumentos no iX

Ecrã central do iX liga ao painel de instrumentos

Consola do iX muito diferente

Fibra de carbono à vista no iX

Bancos muito confortáveis no iX

Imenso espaço na segunda fila do iX

Mala enorme do iX tem 500 litros

Dinâmica confortável e desportiva

iX tem condução divertida, quando se anda depressa

BMW iX xDrive40 tem 326 cv

Citadino puro, mas com agilidade e precisão

Condução muito fácil do i3, em cidade

Potência máxima do i3 é de 170 cv

Em 2013, a BMW lançou o i3 e espantou pelo arrojo das linhas e originalidade do conceito. Mas foram precisos 10 anos para que a família dos “i” elétricos tivesse um novo membro. Juntei o i3 e o novo iX, para ver a evolução ao final de uma década.

 

Quando o i3 foi apresentado, espantou pelas linhas completamente diferentes de tudo aquilo que a BMW fazia na altura. O estilo deste compacto de cinco portas rompia com a escola da marca no início da década passada e servia para assinalar a entrada no mundo dos 100% elétricos.

Mas não foi só o estilo que chocou quem via o i3. A BMW estreava um conceito revolucionário para a estrutura, que utilizava uma base em alumínio, onde estava alojada toda a mecânica e a bateria, sobre a qual era montada uma estrutura superior em fibra de carbono.

O “Project i” e a evolução

Nunca ninguém tinha tido a coragem de fazer um citadino com uma percentagem tão grande de fibra de carbono, nem o poderio financeiro para o fazer. Mas a ideia da BMW não era ficar pelo i3.

O “Project i”

O plano do “Project i” era produzir uma gama de diferentes modelos com base neste conceito, construindo assim uma gama de veículos elétricos, antes de todos os seus rivais. Mas o plano não foi para a frente.

Em 2013, o mercado dos elétricos era mínimo e os compradores não estavam ainda virados para o assunto. O i3 teve um percurso comercial invulgar, com um início pouco entusiasmante que só a sua longevidade no mercado permitiu apanhar a última onda dos elétricos.

A gama “I” recebe o seu segundo membro, 10 anos depois

Mas agora está mesmo de saída, com o fim da produção planeada para meados deste ano. Apesar de o seu visual não ter sofrido desgaste e de as suas evoluções lhe darem atributos que continuam atuais, em termos de veículos elétricos.

O segundo “i”

Deixando de lado o i8, que era um híbrido “plug-in”, a família dos “i” feitos de raiz para serem elétricos só recebeu um segundo membro agora, com o SUV iX. Claro que é um modelo muito maior, mais caro, para outro segmento. Mas há semelhanças com o i3.

Desde logo na configuração SUV e no estilo, que mostra a mesma intenção de originalidade do i3, a começar pela provocadora grelha de dimensões enormes. A vista de trás será a mais fácil de gostar mas, no perfil, pearticularmente no terceiro pilar do tejadilho, notam-se semelhanças com o i3.

Apesar de afastados no tempo, existem semelhanças

O iX também usa fibra de carbono na estrutura, mas apenas como reforços, dentro dos pilares da frente e nos painéis laterais e traseiro. Parte dessa fibra está à vista, quando se abrem as portas.

Interiores únicos

O interior do i3 era tão original como o exterior e continua a ser. Desde logo pela abertura oposta das duas portas laterais traseiras, que só se podem abrir depois de abrir as da frente e causam enormes dificuldades nos estacionamentos em espinha ou nos supermercados.

Interior do i3 continua muito original e especial

Mas o interior do i3 continua atual, com uma escolha de materiais que lhe dá uma sensação de luxo. Alguns são reciclados e adicionam texturas invulgares num automóvel.

Mais luxo no interior do iX

Do lado do iX, também é a originalidade e a sensação de luxo que dominam no interior. Há componentes em material transparente, formas muito menos desportivas do que é vulgar na marca e um ambiente que está sintonizado com o do i3.

Motores BMW

Claro que nem vale a pena fazer comparações entre as mecânicas de ambos. São carros de segmentos diferentes, com propósitos distintos. Ainda assim, é de realçar que os motores elétricos são concebidos e fabricados pela BMW, honrando assim o nome da marca.

A evolução na grelha BMW

O i3 que testei tem um motor no eixo traseiro e tração atrás, o iX xDrive40 tem dois motores, um por eixo. A potência total do i3 é de 170 cv, enquanto que o iX chega aos 326 cv.

Mas o i3 tem no peso a maior vantagem da sua estrutura de alumínio e fibra de carbono, pesando apenas 1345 kg. O iX pesa 2440 kg.

Autonomias reais

O baixo peso e a bateria de 37.9 kWh permitem-lhe consumos muito baixos, para um elétrico, o que lhe dá uma autonomia real de 341 km, em cidade, segundo as minhas próprias medições.

Ecrã cebtral atualizado no i3

A aceleração 0-100 km/h demora 7,3 segundos e a velocidade máxima está limitada aos 150 km/h.

Do lado do iX xDrive40, as performances anunciadas são as seguintes: 0-100 km/h demoram 6,1 segundos e a velocidade máxima é 200 km/h.

Ecrã central do iX liga ao painel de instrumentos

No iX xDrive40, o meu teste de consumos resultou em números que apontam para autonomias reais que vão dos 401 km, em cidade e os 315 km, em auto estrada a 120 km/h, com a sua bateria de 71 kWh.

Dinâmica BMW

Onde os dois “i” se voltam a encontrar é na dinâmica. Apesar de serem SUV e elétricos, a BMW não deixou de desenvolver o comportamento dinâmico com o cuidado habitual.

Citadino puro, mas com agilidade e precisão

O i3 tem um tato de direção muito bom, a frente é precisa e direta, sem ser nervosa. A tração atrás não tem aqui o protagonismo que tem noutros BMW. É uma solução, não é uma opção a pensar na diversão ao volante.

Dinâmica confortável e desportiva

O controlo de estabilidade entra relativamente cedo e nem existe um modo de condução Sport, para incentivar a uma condução mais rápida. Mas o i3 tem a inclinação lateral bem controlada e cumpre com eficiência a passagem por uma estrada mais sinuosa.

Comportamento do iX

O iX é muito maior, mas tem muito mais potência e a BMW foi claramente mais ousada na definição dinâmica deste produto. Os elétricos evoluíram em dez anos, até na maneira como são vistos: já não são apenas veículos focados em gastar o mínimo.

Potência máxima do i3 é de 170 cv

E isso fica bem claro quando se aumenta o ritmo no iX. É verdade que, em ritmos calmos, impressiona pelo conforto e facilidade de condução. Mas quando se quer guiar mais depressa, a suspensão mantém todas as transferências de massas sob apertada vigilância.

BMW iX xDrive40 tem 326 cv

E a tração às quatro rodas dá prioridade às de trás, levando o iX a rodar na segunda metade das curvas, com a traseira a deslizar apenas um pouco para dar aquele tato de condução típico da BMW.

Conclusão

O segundo membro da família “i” feito de raiz para ser 100% elétrico demorou a chegar ao mercado e já não utiliza o dispendioso conceito estrutural do i3. Mas, de alguma forma, a BMW soube dar uma certa continuidade ao iX. Resta ver o que nos espera no futuro.

Francisco Mota

(fotos de João Apolinário)

 

BMW i3

Potência: 170 cv

Preço: 42 220 euros

Veredicto: 4 (0 a 5)

 

BMW iX xDrive40

Potência: 326 cv

Preço: 89 150 euros

Veredicto: 4 (0 a 5)

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